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28 outubro 2010

Espelho quebrado - A distorção criada.

E eu parei diante da tela do computador sem mais nada pra fazer, sem mais o que pensar ou gestos para se ter. Acabaram-se meus pseudo-afazeres na máquina que melhor representa a globalização. Pois bem, a vida alheia não me interessa como antes, e partindo deste pensamento, eu vi que o que me cabe hoje não era apto a mim um tempo atrás. Eu mudei!

Esse espaço vago que deixei representa a vaguidão em minha alma nesse momento. Não reconheci nos amigos virtuais rostos reais. Não vi neles o que eu costumava enxergar. Vi novos rostos na parede que recolhe as fotografias das pessoas que vestem algum sentimento em meu corpo. 
Feche os olhos Patrick e se mova, de leve, bem devagar. E veja sua vida diante de seus olhos. Veja as coisas que você deixou pra trás, mesmo que involuntariamente. Veja seu pai, sua avó, seu melhor amigo, seu primeiro amor, seu sonho de, quem sabe um dia, mudar o mundo. Olhe, veja... 
Hoje aos 22 anos a vida não é do modo como você achava que ia ser, não é?! Ainda precisa dos cuidados da família, ainda chora por estar longe de casa, ainda manuseia os brinquedos com o mesmo cuidado, para que nenhuma peça se perca como tantas outras já se perderam na caminhada. E ao mesmo tempo que age da mesma forma, você é outro. Pensa diferente, age diferente. E suas atitudes distintas o movem para um mundo distinto. Para um lugar que só você entende porque chegou nele - ou nem mesmo você sabe. 
Eu hoje olho para dentro de mim, e não me entendo. Não encaixo mais em mim mesmo. Não encaixo no Patrick de apenas dois anos atrás. Tantas mudanças ocorridas geraram uma mudança brusca em mim também?! Pode ser... E eis que me deparo diante do espelho com uma imagem nova. Uma imagem que se constrói com novos valores, novos pensamentos. Uma imagem que se desprende de qualquer preconceito bobo de adolescente, porque sabe que aquilo é um cisco em meio à poeira dos seus problemas. Que não adianta olhar para o outro com ojeriza pro sua cor, sua religião ou opção sexual; porque no fundo você é "pior" do que eles. Você comete os mesmos defeitos deles, mas é incapaz de se colocar naquele lugar, é incapaz de se ver do lado de fora. Essa incapacidade do ser humano que cria a imagem distorcida que nos deparamos a todo momento. É mais fácil para nós que as coisas não sejam como nós vemos, e sim como nós criamos. Ainda acredito que um dia todos olharam para trás, seja com 20, 30 ou 90 e se verão. Verão seus defeitos, suas qualidades antes de qualquer critica ou elogio para com o indivíduo ao seu lado, e verão que as coisas são mais simples do que podemos imaginar - ou criar. 
21 outubro 2010

Três loiros e um colchão inflável

Era uma vez um simpático apartamento com um sofá verde, um pôster do filme “A Grande Família” e uma vista para as montanhas da região central das Gerais. Nesse dia ensolarado, a loirinha recebeu a visita rotineira do loiro para esperarem a loirão chegar de BH. Pois bem, ela chegou, colocaram os papos em dia, e resolveram tirar tudo das malas, inclusive o colchão que deveria ser inflado para saciar e embalar o sono da loirão. Mas imagine você, a cena cômica três loiros, sentados cada qual em seu canto, tentando achar o modo de inflar o colchão, já que o mesmo não tinha a tão esperada bombinha... Sim, horas a fio pisando em cima de um pseudo-botão que tinha no objeto em questão, até que loirão tem a maravilhosa idéia de ligar pra mãe loira que guiaria os passos para driblarem a situação. Eis que surge a tão sonhada resolução: secador de cabelos! Simples assim. Isso mesmo, com um secador de cabelos ele inflaram o colchão que até aquele momento estava murcho e sem nenhuma perspectiva de “crescimento”. Assim foi a bela tarde de junho na casa de Mariana.

14 outubro 2010

Aos 22

Sim, aos desavisados de plantão, ontem fiz 22 anos. Acordei e nada mais podia fazer para frear o tempo entrando pela minha janela. Ele estava lá... Então, pensei, o que foi feito de mim nesse curto período da vida, porém longo período de tempo. Não cheguei a nenhuma conclusão. Só percebi que por mais que eu pareça velho para as coisas típicas da adolescência, eu ainda sou novo para uma carreira promissora, tanto que ainda sou um mero universitário. Mas eu acho que a vida é bem assim mesmo, tudo muito relativo. Nunca sabemos se estamos velhos ou novos demais, depende apenas do referencial. Seja em relação a outra pessoa, ou ao próprio tempo. Diante de um senhor de 90 anos, eu sou muito jovem, já perto de um menino de 7, sou praticamente um adulto com todas suas responsabilidades de morar sozinho e resolver os próprios problemas. Para assistir Malhação, pareço um velho crítico em relação a cada detalhe, já para um complexo filme cult europeu, o que eu conheço é nada perto do que aquele filme tenta realmente transmitir. Ou seja, nunca estamos satisfeitos e nunca nos tornamos cabíveis no mundo em que vivemos. Parece que tudo não se adequa a nós. Isso por exemplo é típico de um adolescente rebelde que não se encaixa na realidade que vive. No fim, somos estereótipos ambulantes. Por mais que existam excessões, acho que no fundo somos todos iguais, todos temos algo próprio para cada idade, para cada momento da nossa vida. Para tudo existe um limite, nunca uma pessoa de 80 vai poder se comportar totalmente como uma de 16, porque pelo menos as roupas que ela usar vai ser motivo de preconceito. Assim, como o inverso. Se uma pessoa mais nova gosta de Chico Buarque, todos a olham com aquela cara de quantos anos "mesmo" você tem?!
Pois bem, acho que aos 22 eu posso olhar para trás e ver que venci muitos dos meu preconceitos. Além de vencê-los, me encontrei no mundo, mesmo que ao meu modo, hoje eu sei realmente o que eu gosto e o que eu quero para mim. Claro, sempre suscetível a mudanças, mas com algum caminho claro à minha frente. Pelo menos a metade dessa estrada agora eu posso ver.
15 setembro 2010

O gosto do azedo

O cheiro naquele ambiente ainda reserva momentos de agitação e inflexibilidade nos olhos de seus filhos, perdidos em meio a escuridão da terra desconhecida. Suas mãos gélidas e pálidas não se movimentam mais, devido a triste perda dos movimentos. E a solidão lhe apetece, e lhe garante a sombria dúvida de como será o amanhã. O azedo, só lhe sobre desfrutar o maldito gosto do azedo que lhe consumiu a vida e lhe fez amarga. Seus movimentos sempre tão calculados, agora se tornam impossíveis de serem manifestados. E sua boca que só trazia palavras que expressavam o rancor e a melancolia da vida mal cabida a ela, agora só expressava suas lamúrias para que as pessoas sentissem pena dela. A pena, querida amiga, é o sentimento mais triste que pode existir. É o sentimento mais detestável para alguém que tenha um pouco se quer de orgulho. Apenas a pena!
Dias sombrios habitavam a vida daquela mulher solitária, com aquele olhar rancoroso e medonho, com o qual ninguém mais se interessava olhar. Suas palavras duras e seus gestos sempre de imposição agora só lhe garantiam o afastamento das pessoas que um dia lhe observaram com outros olhos. Você não tem mais saída, minha amiga, sua vida agora é assim. Sem movimentos, sem amigos, sem amores, sem ninguém!
Ainda não entendo porque as pessoas têm tanto pavor da solidão. É algo que deve ser preservado se possível, mas entendo o desespero deles, ainda mais porque a solidão é boa quando imposta por nós mesmos, mas quando ela nos sobra como última opção, sim, se torna a maior dor do mundo.
Agora doce mulher, não adianta mais espernear e gritar ao mundo que lhe acolha. Na hora que você devia ter olhado para o lado, você apenas olhou para você, por isso, a única coisa que lhe cabe são as palavras reais de alguém que ainda olha por você.
14 setembro 2010

... a velha casa.

Ainda abriga as coisas mais saborosas do tempo de criança. Ainda reside nela o cheiro do doce ainda em processo, e do abraço ainda caloroso. Mas a casa não abriga as mesmas pessoas, nem as mesmas histórias. Agora existe nela um mundo novo, um mundo feito de aparelhos eletrônicos modernos, de fio e antenas que servem para satisfazer em tudo a vida dos moradores daquele local. O que antes era sustentado por grandes paredes de período colonial, hoje dão espaço a papéis de parede com decoração psicodélica. A dama que morava nela, e se voltava para a vida dentro daquele casulo, hoje está na rua, e não tem mais tempo nem mesmo para apreciar os móveis, as porcelanas, aliás, ela não tem mais apreço para com essas "futilidades" mais. E o senhor da casa, que saia às ruas em busca de dinheiro para o sustento do lar, hoje sabe cuidar das crianças, ou mesmo dividir as contas com a mulher. Inversão de papéis apenas?! Não. Apesar de as mulheres conquistarem sua independência no momento em que os homens abriram os olhos para os cosméticos e surgiu a tão comentada definição: metrossexual. Mas a casa poderia permanecer a mesma, o que não permaneceu no lugar foram os pensamentos, as opiniões dentro da cabeça das pessoas que a habitavam. Mas no sotão, ainda existe a boneca sem uma perna da menina que um dia sabia que poderia conquistar o mundo, e talvez quando bater a solidão e a frustração de que a conquista do mundo não lhe garante a certeza de dias melhores, ela se volte para a boneca e reveja a alegria de uma vida de pequenas alegrias.
07 setembro 2010

... dos amigos.

A brisa leve que paira sobre a cidade de Mariana ameniza minha dor da solidão. Hoje me senti sem ninguém, mesmo tendo alguém ao meu lado. Eu não tinha fome de amores, mas sim de amigos. Onde estão?
É incrível como em meio a tantas opções, tantas pessoas espalhadas pelo mundo, você consegue selecionar um grupo delas, e fazer desse grupo seleto seu maior deleite na relação interpessoal. Pois bem, tal eventualidade nunca foi explicada, mas sabemos que existe, somos prova disso. Afinal, quem nunca teve amigos?!
Os meu amigos, bom, tenho de todos os tipos, para todos os gostos. Alguns amigos que não sabem dizer o quando gostam de você, mas demonstram em pequenas coisas no dia-a-dia. Alguns amigos que têm atitudes inesperadas, mas mesmo assim você acredita que um dia eles vão tomar seu rumo e quem sabe planejar mais seus atos. Alguns amigos que se dedicam ao amor, outros a profissão e outros a família, porque não?! Meus amigos são na maioria estudantes universitários, com 20 e poucos anos e muito amor pra dar. Mas não pense que são todos iguais, porque isso eles não são. São duros, alegres, determinados, companheiros, carinhosos, brincalhões. Enfim, poderia listar muitas qualidade, mas não vou fazer pois gastaria horas e o post ficaria ilegível. Mas bem, se um dia Thiago me disse que eu tinha o "amigo da semana", eu parei e pensei sobre. Não, amigos mesmo eu tenho os da vida, aqueles da semana, podem vir a ser esses, mas os da vida nunca serão só por um tempo. Mesmo os que eu deixei pra trás, me remetem a coisas boas, amigos que se foram cada qual a sua maneira, mas deixaram em mim suas marcas. E por eles eu já chorei, chorei a perda irremediável, a dor de amigos que nunca mais vão voltar. Já pensei sobre os amigos que foram, mas ainda assim estão do nosso lado, apenas não pertencemos mais ao mesmo mundo. E fui feliz com esses amigos. Fui feliz com o sorriso da saudade dos amigos que não via há tempos. Fui feliz com os abraços e colos nos momentos que eu mais precisei. Fui feliz! Sou feliz!
E a pergunta que Elis e Milton fizeram volta à tona: "O que foi feito amigo de tudo que a gente plantou?". Por fim, só posso dizer que não sabemos, vai ver que é porque a colheita ainda não tenha rendido os frutos merecidos dessas relações que se firmaram na história da nossa vida. 
Hoje eu senti a dor da ausência de todos os amigos, porque por hoje eles não puderam estar comigo...

Matou a família e foi ao cinema

O post de hoje reflete um sentimento que descobri intrínseco em mim. A frieza. Bom, há um tempo atrás eu sabia que isso já me pertencia, mas desde que me mudei, achei que tinha ficado mais emotivo, mais sentimental. Porém, acho que as coisas não são bem assim... De repente não consegui demonstrar tudo que as outras pessoas esperavam. A saudade, o carinho, enfim, nada. E não senti nada. Não quis simplesmente olhar para eles e dizer o quão importante elas eram, ou talvez nem fossem nada. Pois bem, acredito que essa forma de sentimento - ou ausência deles, sei lá - ainda não foi tratado, por isso devo conviver com ele. Se não me importo com o sentimento das pessoas, também não me importo com os meus, por isso 'deixa acontecer naturalmente'. 
Ao mesmo tempo que eu acredito que a frieza me pertence, eu acho que a questão é que eu sou extremista, isso sim. Talvez eu esteja apenas numa fase onde as coisas não me importam mesmo. Os amores não me importam, os outros não me importam. Estou vivendo por mim mesmo. Bem isso!!!
Acho que esse post funcionou mais como um desabafo desse momento que acabei de descobrir em mim. 
06 setembro 2010

Sem sentido...

Como quem não busca nada mais do que sexo, ele saiu pelas ruas com seu carro querendo algo a mais naquela noite. E a viu, num vestido vermelho, trajando um colar vulgar, bem como seus modos. E num salto quinze, ela andava com o cigarro aceso como quem não busca nada na noite - ou mesmo, na vida. Ele passou mais devagar perto dela e ela olhou. E num sinal mais do que sutil dela, ele voltou com o carro. E lhe perguntou se ela  estava "afim de algo". Ele lhe ofereceu dinheiro e ela aceitou. Saíram dali para sabe-se lá onde. 
Ela começou a se despir e ela a parou. Fixou em seus olhos e disse: _Não quero sexo!
Aquelas palavras não cabiam mais em seu contexto. Desde os primórdios de sua vida profissional, ela nunca ouvira tamanha recusa. Pois bem, ela resolveu ouvir o que ele tinha pra lhe dizer, qual seria sua justificativa. Ele não lhe disse nada, apenas a observou. Começou então a desabafar sobre os problemas que lhe apeteciam. Suas dores, suas lamúrias. Ela o ouviu, afinal, ele tinha lhe pagado. Estava lá para lhe atender. E em meio a toda a freneticidade de sentimentos e emoções do qual ele estava passando, ela se descobriu fria. Sem dar importância para o que se passava na vida daquele estranho, ela via suas lágrimas e nada dizia, ou fazia. Pois bem, ambos saíram saciados. Ele desabafou. Ela recebeu o que lhe era devido. Tal frieza se coloca diante dos movimentos da modernidade. No final de tudo, não nos importamos mais com os outros, vivemos um individualismo incontrolado. Fugindo da realidade e de nós mesmo, tentamos mostrar que somos capazes de agirmos assim, por nós mesmos. Tempos modernos em solidão arbitrária.

Do you think you can tell Heaven from Hell, blue skies from pain?

A verdade é que não sabemos muita coisa sobre o que nos rodeia. É que no final, não sabemos mesmo distinguir o bom do ruim, apenas assimilamos todas as coisas que nos acontecem. Mas o motivo é claro. Não existe o bom e o ruim. Ninguém é correto o tempo inteiro, ou ninguém é totalmente errado toda hora. Vamos deixar esse estereótipo de personalidades para as telenovelas com seus mocinhos e vilões. Nós erramos, mas muitas vezes tentamos acertar. E outras vezes acertamos sem saber o que nos levou àquilo. E em meio a erros e acertos, somos levados por uma maré de sentimentos que eu podia listar aqui, mas que prefiro que seja algo intrínseco no leitor. Algo que se refira apenas aos seus próprios sentimentos, independente de sua natureza. E por fim, somos todos iguais. O que é material não nos cabe mais. Você pode achar que esse meu discurso socialista reflete os pensamentos e opiniões formadas dos estudantes da, tão mal-falada, área de humanas. Mas não é nisso que quero chegar. É mais a fundo. É algo voltado para o psico.Tá bom, você pode dizer:_Mas o que você entende disso? Bom, daí eu respondo que o mesmo que qualquer um, porque eu penso. E se Descartes afirmou que quem pensa, logo existe. Eu existo! Ou seja, nós pensamos por nós mesmos. E sabemos o que se passa em nossa mente, mesmo sem classificá-las com aquelas palavras às vezes não cabíveis ao nosso contexto, onde só psicólogos e psiquiatras poderia usar. Bom, onde quero chegar com toda essa viagem?! A questão é que, somos todos auto-ditadas, independentes. Pensamos e agimos sem a presença do outro. Ou você não pensa se determinada pessoa não se encontra perto de você. O que se resume isso tudo é que, sabemos sim distinguir o céu do inferno, o bom do mal, com tanto que saibamos do que somos capazes. E no fim, esse não é um texto de auto-ajuda, se te sevir pra algo, se sacie dele, caso contrário, apague-o da sua mente. Pra mim, serve mais de relato de uma realidade que só vim descobrir há tão pouco tempo. 
O vazio. A ausência das palavras. Porque nada me passa na cabeça para que saia pelas pontas dos dedos e chegue do outro lado da tela, e do mundo? De repente não sei como começar um texto, um conto, ou coisas do gênero. Não sei. Talvez eu esteja cansado, não esteja inspirado. Talvez o Pink Floyd ao fundo não esteja me ajudando, ou a bandeira do estado de São Paulo diante dos meus olhos ofusque toda a imagem abstrato das Minas Gerais que tanto me encanta. Mas acho que esse último pelo menos não é. Até porque saciei minha fome com as belas paisagens ouro pretanas, com a beleza das Igrejas, do Horto e da Casa dos Contos, do Grande Hotel ou da Rua Direita. Coisas que quem foi em Ouro Preto sabe do que eu estou falando. E ontem Lavras Novas também serviu de colírio para marcar um dos feriados da Independência mais interessantes da minha vida. Agora mesmo assim, discursando sobre os acontecimentos. Escancarando minha vida aqui, para quem quiser ler. Mesmo assim não me encontrei. Não estou mais ciente do que se passa comigo. A inspiração sumiu. Quando o amor ocupa um espaço em nosso interior, pode ser que não caiba mais nada, mais nenhum sentimento. Porque ele é um sentimento egoísta, que se serve por si só. Pode ser isso, mas nunca sei ao certo o que vem a ser amor, ou o que deixou de ser paixão. Às vezes acho que nunca cheguei ao nível de amor. Apenas parei na paixão. Talvez seja pelo meu temperamento um tanto quanto instável. Minha vulnerabilidade sentimental. Mas não estou afim de falar sobre sentimentos, meus ou de qualquer pessoa. E muito menos sobre minha vulnerabilidade. Estou exigente hoje. Deve ser por isso que nada flui. Hum, mas se nos tornamos exigentes é para que algo saia da melhor maneira possível, então é correto ser "exigente". Depende. Talvez em doses homeopáticas, a exigência faz bem. Mas como no meu caso, devido ao meu extremismo, essa dose é mais forte, quase um tarja preta. E como tudo em excesso, faz mal. Bom, na tentativa de escrever algo, saiu alguma coisa. Algo sobre mim. Ainda penso que no fundo eu criei esse blog pra me conhecer melhor. Quem sabe não dá certo no fim de tudo?!
01 setembro 2010

Maria, Maria...

Maria não sabe pra onde ir, nem o que colocar na sua mala. Mas ela quer sair pelo mundo, sem rumo, sem um porque, apenas quer. Maria gosta desesperadamente das pessoas que fazem parte da vida dela, e demonstra por seus "amores" um amor incondicional. E ela sofre com a ausência deles. Maria é mãe, mesmo que indisciplinada ou inexperiente. E eu confio na razão e emoção de Maria, ela vai cuidar de seu filho e das pessoas à sua volta da melhor maneira possível. Maria é carinhosa, amiga. Escuta os outros mesmo que os outros não a escutem. Mas ela é temperamental, e demonstra seu afeto amistoso nos pequenos detalhes que só amigos de verdade sabem enxergar. Maria já brigou comigo, já brigou com o mundo, mesmo que sem razão. Mas ela soube voltar atrás, e se ela não o fez, os seus desafetos o fizeram, porque a amizade dela era necessária pra eles, e ela só não pediu desculpas porque ainda não se sentia preparada pra isso. Quem nunca teve vergonha de voltar atrás?! Pois bem, Maria sabe usar as palavras mais doces, nas horas mais apropriadas. E ela não é totalmente certinha, ela bebe, fuma, comete todos os pecados cabíveis a nós, meros mortais. E ela chora, claro. Tem sentimentos como todo ser humano. Ela reclama que está gorda, que não gosta das roupas, que ninguém a entende. E então Maria resolve mudar, pinta o cabelo de vermelho, as unhas de esmalte fluorescente, veste a roupa da moda e não liga de pagar por isso. Pega seu carro e em meio às montanhas sente que aquele momento, que aquele pequeno mundo lhe pertence por inteiro. Mas Maria não erra por errar, ela é mulher, e todas as suas atitudes têm uma justificativa. Ela bebe pra que o mundo lhe pareça mais apropriado e para que as pessoas a entendam melhor. A Maria amou só uma pessoa na vida, mas se apaixonou por várias. Pode ter beijado uma, duas, três ou incontáveis, porque ela também foi adolescente e se fechava no quarto com as amigas para fazer suas confissões nesse universo particular. Maria já sofreu acidente e por mais que tenha sido dolorosa a sua recuperação, ela superou todas as barreiras. Porque ela enfrentou coisas piores, como a perda de pessoas que ela nunca esperava que fosse acontecer.
Por fim, ela é bipolar, tem TOC, se contradiz, no fim nem sabe mais o que pensa. Suas atitudes são únicas, feitas para ela na medida adequada, onde só ela as entende e sabe porque tomou aquela decisão. Maria é psicóloga, farmacêutica, administradora, tradutora, jornalista, relações internacionais, enfermeira, professora, fisioterapeuta, mãe, irmã, prima, esposa. 

Maria é a junção das mulheres mais importantes que passaram na minha vida.
05 agosto 2010

Mariana (Parte I) - Vamos acordar, hoje tem um sol diferente no céu, gargalhando no seu carrossel...

Ontem fez exatamente um ano que eu conhecia a primeira capital de Minas Gerais, e começava a chamar aquela cidade de meu novo lar. Tecnicamente falando, eu podia dizer que essa cidade histórica está localizada na zona central do estado a alguns minutos de Ouro Preto, e abriga em torno de 70 mil habitantes, sendo uma quantia desses estudantes universitários. Mas pra mim ela tem um peso maior. Nela eu começei a construir um novo mundo além daquele que eu estava acostumado no sul de Minas. Ali, eu era obrigado a conviver com as pessoas que talvez não me agradasse tanto. E se em algumas horas era difícil pra eu ficar lá, só me cabia a dor das lágrimas silenciosas, pelo simples fato de que eu tinha escolhido morar naquele lugar. Mas entre reclamações, choro e afins, eu consegui me encontram em meio ao relevo inabitado pelos meus olhos até aquele momento. Fiz amizades verdadeiras, que com certeza vão ficar pra vida toda. E esses amigos se firmaram em meu ser tão intensamente por causa da condição que nos foi dada naquela situação em que nos encontravamos. Éramos só nós, uns para os outros. Ali, eles serviam de pai, mãe, irmão, amigos mesmo, enfim, foram e são nossas bases por longos oito meses de convívio diário durante o ano. Além dos amigos, conheci pessoas e sentimentos especiais lá... Hoje não sei como seria minha vida se me tirasse essa pequena alegria de morar em Mariana. Dos rocks com os batidões (bolados, às vezes), de "coxambrar" nas aulas, de ficar nas repúblicas até tarde da noite e porque não, dormir por lá mesmo; dos sambas alternativos, das roupas hippies 2000 dos estudantes do ICHS; dos cigarros, alcools e outros tóxicos que nos fazem tão mal, mas que marcam a vida de um universitário, ainda mais da área de humanas. Enfim, o tempo passou e ontem completou um ano que eu colocava meus pés na Praça Minas Gerais e começava a acrescentar mais valor ao meu coração de estudante...

Brasópolis (Parte II) - Vamos começar colocando um ponto final, pelo menos já é um sinal de que tudo na vida tem fim...

Ontem fez exatamente um ano que eu saia dessa cidade que me acolheu por longos vinte anos. Brasópolis. Geograficamente falando, eu poderia dizer que esta é uma cidade com aproximandamente 15 mil habitantes, localizada na Serra da Mantiqueira, no sul do estade de Minas Gerais. Situada a apenas algumas horas das três maiores capitais do país (São Paulo - Rio de Janeiro e Belo Horizonte). Bom, pode existir essa e outras qualidades sobre essa cidadezinha, mas pra mim ela é importante pela bagagem que agrega em minha vida. Nela construi amizades intensas, mesmo que passageiras. Minha família ainda permanece nela. E por fim, mas não menos importante, me remete a lembranças que com certeza o tempo não vai apagar. Ontem, me peguei pensando nos acontecimentos de infância ao dialogar com uma amiga de anos. E são tantas histórias, boas ou ruins, mas que me concretizaram. Desde coisas simples, como as conversas bobas que tinhamos ao ir embora do colégio, até horas de conversas complicadas de casos mal resolvidos. Em Brasópolis eu fui a criança mais feliz que eu podia ser. E passei por problemas tão inexplicáveis que jamais havia passado pela minha mente acontecer comigo. Tristezas e alegrias a parte, hoje, morando à duras 10 horas dessa cidadezinha, eu posso olhar pra trás e dizer que sinto saudades. Saudades de quando eu ia na casa dos amigos 'jogar conversa fora', dos passeios ao Santo Cruzeiro, às roças, dos domingos na casa da vó ou com sorvete na praça, das horas gastas na locadora, porque eu nunca queria assistir os filmes que os meus amigos queriam. Enfim, sinto falta de tanta coisa que ficou pra trás e como disse uma amiga, não voltam mais. Só me coube a dor da ausência. Ainda gosto de Brasópolis, mas nesse inverno o gelo maior foi dentro de mim, por não conhecer mais o mundo que me abrigava tão bem e hoje se torna estranho a meu ver. 
Há um ano atrás eu deixava Brasópolis e começava a conhecer o mundo...  
28 julho 2010

Fiz um contrato com a noite... Ruas vazias de gente, testemunhando segredos.

A noite te chama como mais nenhum momento te entende. Às vezes me pego vagando pelas ruas de Mariana, sem rumo, sem noção de tempo ou espaço. E como sempre, os último habitantes da noite, a maioria estudantes da UFOP, vão se esvaindo pelos becos e vielas da primeira capital das Minas Gerais. E eu fico só! Em meio as lâmpadas de postes e faróis de carros que saem sem rumo, como eu.
O silêncio que paira na calada da noite, engrandeçe o pensamento do ser. O torna mais profundo, mais adepto ao próprio mundo que o circula. Te leva a reflexões, que muitas vezes você achou que não poderia chegar.
E no meio do nada, e de tudo ao mesmo tempo, nos vemos perdidos. Mas de certa forma nos acalmamos, nos sentimos plenos diante de um mundo tão agitado, que só naquele momento para pra analisarmos, para assimilarmos os acontecimentos daquela dia. Um cigarro, um banco e a lua diante de seus olhos. Não, você não precisa de mais nada. Só isso faz de você alguém melhor, para colocar em prática sua vida, ou para teorizar mais sobre o que anda acontecendo com ela. Decidimos então aderir ao "slow motion" para de certa forma fugir da correria que vem do dia. As primeiras horas da manhã ressoam nos sinos da igreja barroca e a vida se tonra tão normal, tão banal. Voltamos a ser máquinas, e vemos que só achávamos que éramos pensantes, porém, a brutalidade com o dia incide em nosso olhos, nos mostra que somos apenas objetos animados. Somos movidos por atitudes incertas. E os segredos da noite, os amigos e amores da noite. A luxúria que aflora na noite. O pecado que invade as mesmas vielas frequentadas pelos estudantes, reside na noite. O saber se vê mais incisivo na noite e nos deparamos com novos modelos de vida dos seres da noite.  
26 julho 2010

Eu sou o dedo e você é o meu gatilho. Nós somos fogo e gasolina...

O perigo encontra embutido em cada ser. E quando a teoria do caos "profetiza" que se uma borboleta bater as asas em Hong Kong, ocorre uma tempestade em Nova York, ela não está sendo exagerada. Pois bem, qualquer mudança que fazemos em nossa vida, transforma tudo que nos rodeia. Por isso, nos foi dado uma "Caixa de Pandora" para que possamos a partir dela fazer nossas escolhas. Mas quem disse que só podemos ser bonzinhos ou maléficos?! Não... Podemos ser os dois. E vai chegar uma hora em que só nós mesmos saberemos quem estamos sendo. O correto, pelo menos pra mim, é manter a "pose" algumas horas e quando ninguém te ver, quem sabe, ousar um pouco mais. Já dizia uma comunidade do Orkut: Você é o que ninguém vê! Realmente, quem é o que é para o mundo? Não entendeu?! Bom, você já foi de verdade o que você realmente é, já falou o que pensa mesmo? Tenho certeza que não. Pode parecer estranho, mas acho que ninguém nos conhece além de nós mesmos. Talvez nem a gente mesmo!Por isso, hoje, tranque no seu quarto e pense mais sobre você. Mais do que pensar, aja. Dance aquela música ridícula que só você sabe que gosta, assista na calada da noite aquele programa idiota que ninguém mais imagina que você assiste. Pense mal dos seus melhores amigos, você pode, todos já pensaram um dia. Grite de desespero por coisas banais, que todos vão te criticar por estar exacerbada "por nada". Aproveite o momento só seu. Viva o seu individualismo. Não queira se alinhar melhor no meio em que vive sem realmente pensar no que está fazendo. Estar só não faz mal, o que não podemos é sermos só. E nesse momento só seu, planeje coisas mirabolantes, seja vingativo, maquiavélico. Seja o mais correto possível, seja autruista, mesmo não tendo ninguém para que você pratique esse ato, mas o seja apenas. Afinal o jogo da vida é perigoso, enquanto você é fogo, ela é a gasolina...
16 julho 2010

As frias montanhas do sul de Minas Gerais.

O cobertor verde ainda me faz companhia. O inverno nas serras do sul de Minas é intenso, duro, cruel, brutal. A brisa leve de Ouro Preto não me deixou mais aflito do que esse frio daqui. Talvez eu tenha me descostumado. Hoje as nuvens negras trazem uma melancolia maior a minha solidão. Olho pela varanda e o sol ameno do inverno não está mais lá fora. Uma chuva, um vento, um frio e a solidão!
Sem os amigos daqui, sem os amores daqui. E tudo que me rodeia, me apetece. E tudo que me cerca me espanta, me cega. E tudo que eu sinto é tristeza, é carência, é agonia, é aflição. A frustração do que eu encontrei nas gélidas montanhas me corrói, me consome. O tango eletrônico com a junção do vermelho intenso não me acalentou. Tenho dor nas costas. É o peso dos pensamentos acarretados pela preocupação dos acontecimentos. Mas será que eu estaria melhor em meio a neblina de Ouro Preto e Mariana?! Os amigos de lá me acolheriam, mas os amores de lá me deixariam mais calmo?! Não sei, e nem saberei nesse momento. Se eu voltar e ainda existir os resquícios da serração, eu me recolherei ao meu quarto com o sofá-cama verde e observarei a vida lá fora. Da janela do prédio para a vida no prédio alheio. Os amigos de lá me trazem o conforto do abraço. Os amores daqui me trazem a alegria de estar com alguém. E então me divido entre amores e amigos. E isso dói mais no inverno. Meus dedos estão gelados, e quando saio visto vários casacos pra me aquecer, pra me deixar distante do frio, pra me aproximar do calor. Mas o calor humano não me convence mais, não me deixa respirar. Será que eu preciso ficar só?! Sem os amigos, sem os amores, com ninguém...
A minha vida então que é tão dividida, que se perpetua entre meus amigos que surgem da neblina e meus amores que correm em meio as montanhas. E eu não sei o que fazer. Eu não sei o que escolher. Eu não sei pra onde ir...

A estranha história dos melhores amigos.

Eram dois adolescentes, ainda não cabíveis ao mundo que os rodeava. Então criaram um mundo pra eles. E assim, começava a que podia ser chamada naquele momento de "amizade". A amizade perfeita, os amigos inseparáveis, eram essas as definições das pessoas de fora. Mas pra eles simplesmente amigos. Eles conseguiram fazer as pessoas gostarem deles, mesmo não os entendendo, mesmo não os tolerando às vezes. Mas conseguiram!
E os anos passavam, e um sempre estava junto do outro para dar apoio nas horas dificeis, tristes. E um sempre estava com o outro pra comemorar os momentos felizes. Ou não. Pois é, talvez a amizade seja mais possível, mais real nas tristezas. Porque?! Vai ver que é porque a felicidade alheia sempre causa um desconforto, mesmo que uma invejinha boba, mas causa. Porém eles superavam esse obstáculo.
Falavam sobre tudo e todos. Segundo comentários exteriores, eles falavam mal de todos, inclusive deles mesmos. Mas acho que não. Acho que a fidelidade era maior na relação. Quanto a relação, sim, houveram comentários a parte. Que eles tinham um caso. Que a família deles sabia. Mas não, nunca tiveram nada, eram amigos.
E ali não cabia outra pessoa. Uma vez, um dos dois se surpreendeu com um outro amigo. E é claro, eles discutiram, e com o tempo o "amigo" passou, foi, e nunca mais o que teve ciumes ouviu falar daquele menino, quanto ao que estava fascinado com a possível amizade, não sei se nunca mais o viu.
E entre eles começaram a haver atritos. Vestibulares, novidades na vida de um dos dois apenas. E o momento decisivo:  a partida de um deles para um lugar "far far away".
Bom, acho que vivemos num mundo meio utópico, não é?! Pobres meninos, achavam que a distância não ia os afastar, mas AFASTOU!!!
O tempo foi passando, e não existia mais aquela união, aquela amizade. O amigo que foi embora era complicado, não se acostumava com as mudanças que não fossem dele. E o amigo que ficou precisava de algo pra suprir a falta do outro. Arrumou novos amigos, novas maneiras de se comportar. 
E nas férias de invernos eles não se reconheciam mais. Eram estranhos aos próprios olhos. Então fica a questão, a amizade tinha mesmo essa força inexorável?! Acho que não, acho que nenhum relacionamento é sólido o suficiente para aguentar mudanças drásticas, ou outros probleminas que achávamos que eram "simples assim".
E os ex-melhores amigos seguiram seus caminhos. Um podia mudar o quanto quisesse que o outro não ia mais reclamar, criticar. O outro podia viver a sua maneira, com sua bipolaridade, seu comportamento vulnerável que não fazia mais diferença na vida do amigo.

THE END
13 julho 2010

Beija eu, beija eu, beija eu... Me beija!!!

Uma manhã fui acordado por um telefone que interrompeu meu sonho. E o sonho era sobre o beijo, onde de alguma maneira eu fazia uma "análise" desse fenômeno, o beijo. Tá aí uma coisa engraçada e estranha ao mesmo tempo. Uma pessoa pode gastar horas a fio discorrendo sobre essa "coisa" que alguns podem chamar de atitude, outros de relação pessoal, outros de "meio de comunicação", porque não?! O ato de beijar alguém se concretiza com o toque dos lábios de um na parte desejada do outro. Sim, voltando para o lado prático e conciso da situação é bem isso mesmo. Mas temos várias definições, várias maneiras de realizar esse tal ato. Para principiar nossa conversa, fui buscar base para discursar sobre o beijo. A palavra que vem do latim basium. No ocidente consideramos um gesto de afeição, e entre amigos serve de cumprimento ou despedida. Quando se dá entre dois lábios significa afeição romântica ou desejo sexual. E nas artes, o mundo se emocionou com o beijo de despedida entre Rick e Ilsa, de 'Casablanca' e o mesmo ato se tornou imortalizado na cena de Burt Lancaster e Deborah Kerr, no filme 'A um passo da eternidade'. Ainda no cinema, em 'Cinema Paradiso', você pode se deliciar com um final que apresenta grandes cenas de beijo cinematográfico que foram proibidas pelo padre do vilarejo. E para não deixar de lado o sagrado beijo "macarrônico" de 'A Dama e o Vagabundo'.
Bom, encontradas tais referências que marcama  história do beijo pelo mundo, podemos falar de nós mesmos. Seres humanos comuns que não são embalados por uma trilha sonora ou pela melhor luz quando resolvem dar aquele beijo em quem quer que seja. "Para quem disse que o beijo era só um beijo nunca tinha sido beijado de verdade". Realmente, quando essa citação foi criada, a pessoa sabia mesmo o que estava falando. O beijo de pai e mão nos leva pra mair perto da casa e do mundo em que éramos protegidos por eles, em que não davamos passos com nossos próprios pés. O beijo dos amigos te aproxima deles, e demonstra um carinho e uma certa preocupação que parte do destinatário ou do recebedor. O beijo da pessoa amada te leva para as nuvens por alguns segundos, e pode ser tórrido ou sutil, mas quem sabe quando acontecer isso, você ouvirá os famosos "sininhos" tocando ao seu ouvido. E por que não falar do mais divulgado do século XXI, o "selinho". Quem nunca deu um selinho que atire a primeira pedra. Pois bem, este se tornou hábito entre amigos, amores e afins. Sua função?! Ainda não sabemos se é um carinho mais intenso, ou uma necessidade do toque dos lábios. O que se sabe é que ele ganhou seu espaço.
E assim se publica o beijo pelo mundo. Pode ser na boca, na testa, na bochecha, no pescoço, nas mãos... Pode ser um "beijinho doce" ou um "beijo de Judas", talvez um "beijo no asfalto", quem sabe o "beijo da mulher aranha" ou do homem aranha de cabeça pra baixo mesmo. Independente da maneira ou de quem seja, só fica a dica: Beije!
12 julho 2010

And the stains coming from my blood tell me go back home

A televisão se apropria da mesma função da janela. Nos leva para o mundo que ao mesmo tempo que é concreto, se torna difícil de se tornar palpável. E essa janela nos leva para um mundo de horror, de violência incalculável e para um mundo ainda duro de ser analisado se comparado com o mudno que até o momento conhecíamos, ou acreditávamos conhecer. O que vem à tona no momento é sobre o goleiro Bruno. Enfim, vários meios só sabem divulgar esse tipo de notícias, que eu, particularmente, não sei qual a função de tal atrocidade - tanto a do goleiro, quanto a da imprensa.
Bom, criticar o jornalismo no país pode ser algo errôneo, ou mesmo problemático - ainda mais no que se refere a um estudante de Letras, meu caso -, até porque tal carreira passou por diversas crises com a "queda" do diploma, mas tal fator não vem ao caso. Não é por isso que as pessoas que se propõe a fazer Jornalismo devam se virar contra o lado humano do ser, criando uma imagem que está mais adepta a atitudes animalescas. Talvez a ausência do investimento em culturalização do Brasil propicie tal fator. Pense numa sociedade que vangloria a violência, mesmo sem ela saber. Casos como da menina Nardoni, entre outros, mobilizam a população diante da TV. E mais uma vez me pergunto: Porque? Como isso vende, e vivemos numa sociedade onde o que realmente tem valor é o que vale dinheiro, nos deparamos com jornalistas mesquinhos nos maiores meios de comunicação. E no fundo esses pseudo-profissionais só querem saber do seu saldo no final do mês na conta bancária, vulgo salário. Outro questionamento: Quem se presta ao papel de ficar quatro anos em uma universidade estudando para se tonrar uma pessoa sem nenhum profissionalismo, desmerecendo ainda o título de jornalista.
Você pode achar que eu não gosto desses profissionais, mas pelo contrário, admiro essa profissão. Tenho amigos que fazem jornalismo. Mas acredito que assim como qualquer outra carreira, o indivíduo deve se valorizar mais com tal função que ocupa, e quem sabe assim, melhorar a construção da opinião pública para uma sociedade que se estrutura por meios de comunicação com qualidade duvidosa.

Título: Trecho de Seven Nation Army - The White Stripes

E eu, gostava tanto de você. Gostava tanto de você...

Esse post eu dedico a saudade. A todos os tipos de saudades. Saudade das pessoas que se foram e não voltam mais. Das pessoas que se foram, mas ainda voltam. Das pessoas que fizeram parte da nossa vida e hoje não fazem mais, independente do motivo exato. Enfim, existem diversas maneiras de se ter esse sentimento que só existe um nome certo no nosso idioma.
Eu sinto saudades do meu pai e da minha vó. Da maneira como eles levavam a vida. Do bom humor dele. Das conversas dela. É um tipo de saudade que não te espaço, não tem lado pelo qual você olhe e ela passe. É um tipo de vazio, mas ao mesmo tempo, é algo sem solução. Uma hora você simplesmente acostuma.
E quanto a saudade do que ainda existe, ou do que possivelmente se foi, mas sempre terá volta? O que deve ser feito? Esse tipo de saudade realmente dói. Você sabe que as coisas só não estão como eram por culpa sua, ou das outras pessoas. E o que fazer, se a relação interpessoal depende dos dois lados? Bom, devemos esperar um pouco, pra ver se de algum lado parte alguma iniciativa. E essa saudade que se mistura com a ansiedade te dá uma angústia.
Além das saudades citadas logo acima, hoje eu sinto falta da minha infância, sem preocupação real. Sinto saudades da vida em Brasópolis, onde eu realmente era a pessoa mais feliz, mesmo sem ter noção disso. Hoje eu sinto saudades de maneira como era minha relação com os amigos, antigos ou atuais - espero que ainda os sejam. Enfim, as coisas mudaram, e talvez a adaptação esteja sendo meio difícil. Acredito que eu precise de mais calma da parte deles. Eu demoro pra me adaptar e o modo como eu o faço talvez seja bruto demais, mas eu sei que uma hora consigo colocar as coisas no devido lugar. Hoje eu não sei mais onde estou, existem peças novas na caixa de brinquedo. E essas peças interferem na maneira como montamos as outras, que já estavamos acostumados.
Por isso, nesse post, até então dedicado a saudade, me volto para as desculpas que merecem ser dadas. Aos amigos que eu de alguma maneira magoei com atitudes, pra mim involuntárias, pra eles incompreendidas. Aos amigos que eu tanto critiquei sem conhecimento de causa, e se fiz críticas duras foi tentando ajudar, apenas isso, mas confesso que me expressei mal de diversas maneiras. Enfim, as coisas parecem simples às vezes, mas a ausência de algo, ou alguém realmente atrapalha a vivência do indivíduo e de repente nos vemos "precisados" de companhia que até o momento te fazia a melhor pessoa do mundo.



08 julho 2010

No espelho!

Você conhece o Patrick? Não!
Realmente ninguém o conhece, ninguém sabe o que ele pensa ou gosta. Podemos dizer que sua bipolaridade em relação a tudo é culpa de seu signo: Libra. Mas um signo não formula totalmente a personalidade das pessoas, elas dependem de seus ascendentes, de seus planetas regentes, enfim, diversos fatores. Por isso acredito que não seja essa a resposta!
Não, ele não teve uma infância difícil, nem uma adolescência conturbada. Digamos que sua vida começou aos 20 anos. Aliás, as coisas começaram a acontecer com essa idade. Posso discorrer das passagens mais bruscas e tensas da vida dele. Posso discorrer sobre suas alegrias mais plenas. Mas sua personalidade ainda é indefinível. Porque?! Boa pergunta...
Do que o Patrick gosta afinal? De tudo e de nada ao mesmo tempo. Ele gosta de branco e preto. Ele gosta do mocinho e do vilão. Ele gosta do doce e do azedo. Ele gosta de meninos e meninas. Ele gosta de festa e de ficar em casa. Mas e as atitudes do Patrick? Quem as controla?
Ninguém as controla, nem ele mesmo... E ninguém as entende, nem ele mesmo...
Seus extremismo? Vários, ou melhor, todos!!!
Ele é ciumento ao extremo. Ele  ama ao extremo, mas odeia ao extremo também. Ele ri desesperadamente. Mas chora incontrolavelmente.
Quando ele não gosta, se faz de desentendido, ignora o fato e a pessoa... Dias depois... Patrick quer resolver os mau-entendidos, afinal não gosta de acarretar problemas...
? ...? ...?

O que o Patrick quer?
Bom, no momento ainda não sabemos o que ele quer, o que ele é, ou quanto tempo vai durar esse seu "eu". Mas assim mesmo que funciona o Patrick. Não tente entendê-lo ou vai gastar uma vida pra nada e ainda vai morrer na dúvida. Apenas conviva, se for possível. Em alguns momentos ele vai te fazer sorrir, em outros chorar. No final você decide se valeu a pena ou não!!!
07 julho 2010

I like you so much better when you're crazy

Esquecer essa canção que marcou meu junho como nenhuma outra é impossível. A minha intenção é finalizar realmente minha paixonite por ele, e acho que essa canção só serviu pra marcar meus últimos momentos de "amor" por essa pessoa que insiste em me chamar de descontrolado, mas que se descontrolou mais do que eu na sua performance. Aliás, nem o parabenizei, por isso aqui vão os meus PARABÉNS!!! Deu um show moço... Mesmo eu ficando envergonhado por alguns momentos, adorei a música e seu show.
Momento retrospectiva?! Pode ser... Vamos começar?!

Março!!! Um dry martini sozinho no Minas adega, e eis que me surge alguém. Não adiantou realmente eu fingir que não estava vendo, né?! Humpf...
_Olha o Patrick ali!
_Oi [sem graça]
_A gente pode se sentar com você, ou prefere ficar sozinho?
_Claro que pode...
...

Dias depois... Jardim - Mariana - MG!!!
Outra aparição?! Sim, em plena segunda-feira... Quem bebe na segunda?! Somente eu e Letícia!!! E foi isso que ele concluiu também. E lançou no ar a seguinte frase:
_O que importa é que eu estou solteiro!!!
...
...
...
Hum!!!

Final de semana com calourada do ICHS... Não ia prestar né?!
Catuaba na D'ocê Lar... Lady Gaga... Catuaba e Lady Gaga... E mais Catuaba!!!
Ele: _Você por aqui?!
_Oiiiiiiiiiiiii [extremamente bêbado]
...
_Quando vamos fazer um...
_Revivle?!
_O que vai fazer pra que eu aceite te beijar?!
[um leve escorregãooooooooooooo]
_Não precisa mais nada!!!
... ... ... ... ... [atrás da placa]... ... ... ...

...

_Vai lá em casa amanhã. Vamos lavar roupa?!  - Vi num filme que um relacionamento acabou porque ele nunca a chamou para lavarem roupas juntos, não pela roupa, mas pelo momento dos dois juntos.
_Claro...
Dia seguinte:
...
_Não tenho coragem!!! Não vou!!!

Segunda feira... Aula de Estudos de Leitura e o professor falava insistentemente sobre monges copistas... Afff!!!
Ele chega, senta do meu lado e me manda o bilhete:
"Vou te matar duas vezes, uma porque você merece e a outra porque você já sabe"
...
"Preciso me redimir com você, que que vai fazer hoje a noite?"
...
Não rolou... =(

GELP... Uma fluminense gastando seu R arrastado e um novo bilhete...
"Vamos no Scoth hoje?"
=)
...

Scoth - Heinneken - Ruas de Mariana - Rep. Ren...
Vídeos engraçados, um desenho no teto do quarto, "aulas" de horóscopo...
Libra realmente combina com Aquário?!
...
...
...
...
...
...

E amanhece o dia e eu volto pra minha casa...

Véspera de feriado e de eu ir pra minha casa... Depoimento de orkut:
"Onde você tá?! Que que vai fazer hoje?"
Resposta de depoimento:
"Ainda não decidi onde vou. Me fala onde vai estar que eu te caço"
...
Eu que caçei!!! haha

Cerveja, ABSINTO... Hum!!!
Elvira, a Rainha das Trevas... Soneca!!!
... ... ... ...

...
Diálogo inconclusivo...
...

Domingo... Dia de voltar pro sul de Minas!!!

Uma semana depois...

...

Fim!!!

Fim?! Como assim?!

Fim, uai!!! Sei lá também!!!

Mudaram as estações, nada mudou?!

Pois é, eu acho que muita coisa mudou nessa nova estação! Mas sabe quando você não consegue falar algo específico?! Pois bem, me sinto perdido em meio a situações novas, com pessoas novas... Não sei mais planejar minhas reações, nem o que pensar sobre. Me sinto FRUSTRADO!!!
O que eu mais queria era voltar pro "tão sonhado" sul de Minas, mas talvez eu não tenha me realizado com o que encontrei por aqui. Ainda não sei se o que eu estou sentido é medo da perda, perda das pessoas que eu talvez achasse que fossem só minhas, mas que descobriram um mundo além do meu. Ou talvez seja estranheza, realmente o tempo que estive fora me fez mudar, e os fez mudar, e acredito que agora estejamos descompassados. Observamos as coisas por outros ângulos. Nossos gostos fogem do comum e não sei como nos unir mais.
Sinto esse vazio tomar conta do meu eu de uma maneira que realmente não sei pra onde ir, ou o que fazer. Será que aquela amizade que achávamos que era pra vida inteira está se fragmentando? Será que as pessoas que disseram que as coisas mudariam com o tempo, estavam certas? Será que quando Milton cantou que "nada seria como antes", ele certamente sabia do que estava falando? Agora eu vejo que sim. E aquela história de que a distância não separa verdadeiras amizades era apenas uma "furada", porque eu nunca duvidei que nossa amizade fosse verdadeira, mas não foi por isso que ela durou até o momento do mesmo modo que era.
A culpa provavelmente seja minha. Eu possivelmente estou vendo "coisas" além do acontecido. Para todos pode, ou deve estar da mesma maneira, mas pra mim não. E até quando eu vou tentar levar essa situação adiante? Em que momento vou parar e tentar resolver esse problema? Me diga, tem resolução? Afinal, se o problema for só comigo, o que eu posso fazer para melhorar? São tantas perguntas ao mesmo tempo, porém sem resposta pra qualquer que seja!
Eu queria por apenas um periodo da vida, voltar aquele tempo em que ainda existe algo firme, com uma base forte que pudessemos chamar de "amizade". Não que hoje em dia não sejamos amigos... Só acho que não é como antes, e isso me machuca. Não podemos mais olhar uns pros outros e decifrar o pensamento através da leitura do olhar apenas. Pra onde iremos? O que seremos daqui uns dez anos? Ainda não sei, mas a minha esperança é que mesmo unidos apenas por um fio, ainda tenhamos uma pequena ligação que seja!
06 julho 2010

Write me off your list... Make this the last kiss, I'll walk away!

"As coisas podiam ter sido diferentes entre nós"... Bom, não sei porque, mas eu tenho essa estranha mania de começar assim a até então tentativa de carta que eu tenho vontade de mandar pra um certo alguém. Esse certo alguém marcou minha vida como eu nunca achei possível isso acontecer. E o que é mais improvável ainda, em apenas uma semana de convívio. Que eu era intenso em minhas atitudes, eu já sabia, mas pra chegar nesse ponto, acho que exagerei mesmo. Como em tão pouco tempo eu pude gostar tanto assim de uma pessoa? Como eu pude chorar por ela, e me desesperar quando eu não sabia onde ela estava? As coisas podiam ter sido diferentes sim, se eu tivesse me controlado mais. Se eu soubesse moderar as coisas? Mas esse defeito até esse momento não me deixava assim, transtornado. Carinhosamente - ou não - eu ganhei por esse certo alguém, a denominação de "descontrolado", agora tudo faz sentido na minha mente... Eu posso enxergar que eu estive errado. Mas não acho que isso seja justificativa para um afastamento. Seria melhor se ele chegasse em mim e me dissesse que não queria mais, seria pelo menos mais sensato.Ontem eu só tive certeza que aquele beijo antes de eu viajar foi o último. Não teremos mais nada mesmo. Chegamos num ponto onde devemos perceber que as coisas chegaram ao fim. Ponto. Não há nada pra ser feito. Enquanto a roda viva cumpre seu papel, vamos assistir nossa vida passar pela janela.
08 maio 2010

Saudade, mal de amor, de amor...

Ando por dias nostálgicos, sem saber por que caminho seguir. A saudade das pessoas que se foram, em vida e em morte, me apetece. Ainda não sei como lidar com essa situação. Afinal, o que é pior, sentir saudade da pessoa que morreu, ou da pessoa que se afastou, mas ainda continua ali, do seu lado?! Eu acho que essa saudade é pior. Porque a dor de realmente não poder fazer nada por aquela pessoa que deixou essa vida é enorme, mas a dor de não conseguir mudar a situação com a pessoa que tá ali perto de você é maior de aquela. Todos os dias vendo aqueles olhos, reparando aqueles gestos, o jeito que mexe a mão quando fala. Como arruma a franja prestando atenção nos slides das aulas. Ou a maneira como cruza as pernas em cima da cadeira e banlança o pé dentro dos chinelos verdes. Suas opiniões sempre bem formuladas, ou pelo menos tentando mostrar uma opinião firme no que defende. Nesse ponto somos tão diferentes, nunca me sinto seguro diante dos movimentos do dia-a-dia. Vai ver que esse ponto dentre muitos outros que se chocavam fez com que não dessemos certo. Na realidade vejo que meu desespero foi maior que tudo, acho que eu assustei aquela pessoa que até então entrava em relacionamentos planos, sem muita intensidade, era apenas sua intensidade, não da pessoa que acompanhava. Desde então, eu achei que pudesse deixar essa pessoa pra trás e ser só mais alguém que entrou, deixou sua marca e se foi na minha vida. Mas confesso, não tô conseguindo!
Quando Nando Reis cantou: "Pra você guardei o amor que nunca soube dar", eu realmente me coloquei nesse lugar. Se o meu amor era desesperador, era abrasador, a culpa não era minha. Aliás, era minha, mas era algo involuntário. Não consegui controlar, não soube metodificar esse sentimento. Será que é porque nunca amei antes?! Será que é porque no momento em que fui conhecendo-o, fui descobrindo uma "coisa" estranha dentro de mim? Uma "coisa" que não sei o nome, e não sei o que é e até aquele momento eu não sabia manusiar. Era uma criança que precisava de mais atenção, e mais paciência. Mas não vou culpar esse pessoa que achou que a nossa relação de uma semana e pouco estava se tornando errada. Estava seguindo pra um caminho que não o agradava. Eu entendi, mas não compreendi, ou melhor, não aceitei. Mas se era isso que queria, tudo bem, eu não podia fazer muita coisa.
E quando ele falava que eu era uma incógnita, eu só me sinto hoje diante de um espelho com ele. Porque até hoje não sei quem realmente essa pessoa foi, é e vai ser!




Trecho de Bandeira Branca - Dalva de Oliveira
11 fevereiro 2010

A solidão é fera, a solidão devora...

Solidão?! Já era pra eu imaginar que as coisas pra mim seriam assim, que a minha vida rumaria pra esse lado, não é?! Filho único, sem nenhuma criança pra brincar, e sendo o foco de tudo que acontece no mundo chamado casa. Pois é, cresci assim e acho que na ausência de pessoas resolvi conquistar pessoas e fui feliz no que diz respeito a amizades. Construí um emaranhado de amigos que sei que vou poder contar sempre, que vão estar do meu lado independentemente das coisas que eu faça -  mesmo que seja pra eles -, sei que estão comigo pelo que sou, afinal não tenho muito a oferecer mesmo. 
Porém, no que diz respeito a namoro, relacionamento sério e afins?! Sou um azarado ou uma espécie de solteiro vitalício. Às vezes posso pensar que é por opção, mas na maioria das vezes vejo que é por imposição mesmo. Se sou exigente?! Nunca! Se sou chato, ciumento?! Sim, um pouco, mas nada que se descontrole demais. Tá, isso já tá virando uma feira, no qual o produto vendido sou eu. Típico de programas de TV da modernidade, onde o melhor jeito de arrumar alguém é implorar em rede nacional. Mas não é isso que eu quero. Queria alguém que me compreendesse, mas não fossem meus amigos. Alguém que me incentivasse e tivesse comigo todo o tempo (ou a maioria dele) e não fosse minha mãe. Queria alguém que pudesse me mostrar um mundo novo, onde eu pudesse acreditar no que eu estava vivendo. Queria acreditar que isso é possível. Acho que o ser humano é engraçado. Passa a vida buscando alguém, sem nem saber por quanto tempo vai durar, ou qual será a intensidade da relação. Por mais que o mundo contemporâneo seja bruto pra com a situação familiar, ainda buscamos construir uma família e que essa família seja eterna, e que a pessoa que a gente ama fiquem sempre do nosso lado. Mesmo que essa contemporaneidade só prove o contrário. 
Precisamos dessa busca, precisamos de outras pessoas. Não somos maquinas, não podemos viver sozinho. Precisamos do dilema do ser, das dúvidas do ser, mas ao mesmo tempo precisamos da segurança deles, do carinho deles, do apoio deles. A vida não é fácil, e vivê-la sozinho pode ser mais difícil ainda.


Título: Trecho de Solidão de Alceu Valença
10 fevereiro 2010

A PALAVRA MINAS



Minas não é palavra montanhosa.
É palavra abissal.
Minas é dentro é fundo.

As montanhas escondem o que é Minas.
No alto mais celeste, subterrânea,
é galeria vertical varando o ferro
para chegar ninguém sabe onde.

Ninguém sabe Minas.
A pedra
o buriti
a carranca
o nevoeiro
o raio
selam a verdade primeira,
sepultada em eras geológicas de sonho.

Só mineiros sabem.
E não dizem nem a si mesmos
o irrevelável segredo chamado Minas.

(Carlos Drummond de Andrade)
30 janeiro 2010

O que foi feito amigo de tudo que a gente sonhou

E os planos ficaram pelo caminho. Deixamos nossos ideais, nossos sonhos. E vivemos da maneira que a vida nos é imposta. Vamos refazer os sonhos, os ideais. Porque precisamos disso pra viver. Afinal não nascemos pra passear pelo mundo, mas nascemos pra mudar esse mundo. Vamos deixar nossa marca nele, e mostrar que somos algo a mais do que pessoas normais. Se for taxado de louco, não ligue. Os mais loucos se tornaram grandes pensadores e firmaram seu lugar na sociedade moderna.
Modernidade?! A juventude moderna não se constroi mais com bases culturais como as de antes. Agora somos levados pelo que a maioria quer. Não manifestamos mais nossos reais desejos. Vamos deixar os rótulos, e mostrar ao mundo que realmente queremos da vida. Qual música gostamos. Qual filme gostamos. O que achamos bonito e o que achamos feio. E vamos ter mais respeito para com o gosto do outro, porque a vida não teria graça se todos gostássemos da mesma cor, da mesmo comida, da mesma bebida. O melhor do mundo é a diversidade. Ser diferente é bom. Errado foi aquele que estipulou um estilo de vida, que segue uma rotina, toda uma programação. Sem graça é mesmo. Mas não vou me contradizer, e vou respeitar quem vive assim, porque também é um estilo de vida.
Mas vamos nos permitir mais. Vamos deixar as coisas acontecerem e vamos marcar uma geração, porque o que passou ficou registrado, mas o que estamos passando está sendo apagado pelo tempo. Sendo varrido pelas horas de ócio que corrõem os seres da sociedade moderna.

Título: O que foi feito de vera - Milton Nascimento
25 janeiro 2010

Non Je Ne Regrette Rien

Arrependimento?! Somos todos adeptos desse sentimento inexplicável que sai pela janela do ser. Como algo tão involuntário pode mexer com a gente e nos fazer pessoas tão pensantes, tão analíticas. Na nossa atitude do dia a dia, achamos que somos imbatíveis, que podemos fazer as coisas sem pensar nas consequências. Por diversos momentos nos sentimos super heróis, que nada vai nos afetar, mas pior do que algo concreto é quando o abstrato mexe conosco. Quando sentimos em nosso âmago a dor do "fato ocorrido", a dor que deixou marcas em nós e que nunca vai sair de nossa mente, de nós mesmos. Estamos longe de sermos Piaf, que quando recebeu a música Non Je ne regrette rien (Não, eu não me arrependo de nada), disse que havia sido feita para ela. Sendo talvez prepotente, ela estava cheia de si e encarou essa música no final de sua vida, com a certeza que tudo que tinha feito, havia de ser feito, sem mudanças, sem alterações e que se voltasse no tempo faria tudo da mesma maneira. Mas como alguém pode chegar ao fim da vida e pensar assim. Piaf nos dê sua dica... Como um fã assíduo dela, posso dizer que achava que ela ia além do ser, que tinha uma alma menos humana, mais divina e com isso o arrependimento ficava pela estrada, afinal, tal sentimento é apenas para seres de carne e osso como nós mesmo. Mas até seu lado humano foi tomado por algo divino. E nós, como ficamos Edith? E nós, como ficamos Deus?
Escolhemos ser assim, escolhemos pensar, afinal, pra que pensamos se muitas vezes não chegamos a conclusão nenhuma. Pra que nos corroemos pensando no que já fizemos, se no final de tudo não podemos mudar nada mais.
Arrependimento?! É o maior sofrimento em vão.

Título: Canção sonorizada pela francesa Edith Piaf
11 janeiro 2010

...

Olhe pela janela e veja a vida que passou por esse ano que finalizou. Quanta coisa ficou pra trás, mas fique feliz, porque muita coisa não foi boa mesmo, mas não se esqueça do que foi raro e inesquecível, porque o ruim nunca pode ser péssimo, mas o bom, devemos transformá-lo sempre no melhor. O que foi feito de mim nesse ano?! Não sei... Olhando pra trás vejo rastros de coisas que vão ficar na minha mente. Eu que reclamei tanto da minha rotina, dos meus dias entediados na internet e das horas perdidas diante da TV, vejo que as coisas eram bem melhores quando era assim. As mudanças que eu tanto esperei ocorreram, não da maneira que eu esperava, mas da maneira que Deus desejava. E que o meu destino traçava. Eu tive uma das maiores perdar que o ser humano pode ter nesse ano. E assim, com essa perda fecharam-se as cortinas pra mim na minha cidade, dessa maneira trágica, fui embora. Deixei minha família, amigos e resolvi que lá fora seria minha casa. E também decidi que não voltaria, independente do que acontecesse, eu só seguiria em frente, pelas pessoas que eu tinha deixado pra trás. Ainda lembro do cheio e da imagem da chegada no lugar até então desconhecido, mas que logo eu chamaria de casa. As coisas por lá aconteceram muito rápido e ao mesmo tempo demoraram uma eternidade. Eu senti falta das coisas simples daqui, coisas que quem vai embora pra longe sabe que fazem falta. Coisas e pessoas. Eu achava que sabia o que eu precisava pra viver, mas só descobri nesse meio tempo. Como o ser humano é engraçado né, só dá valor as coisas quando perde e comigo não foi diferente. Se eu chorei?! Sim, nesse caminho eu chorei, eu ri, e eu mais do que tudo vivi, de uma maneira como não tinha vivido antes. Fiz amigos?! Sim, e vão ficar pra sempre na minha mente, porque me apoiei neles, me deram a segurança que eu tanto precisava e encheram meus dias de momentos felizes. E com tão pouco tempo de duração eu consigo sentir saudades deles, é porque são essenciais pra mim. Lembro de quando minha amiga me perguntou se eu era mais amigo de alguém de lá, do que da minha própria cidade. A questão não é ser mais ou menos, mas é ser. É ser amigo na medida necessária, ser o amigo pra quando o outro precisa. Não fazemos troca na vida, apenas devemos acrescentar. Acrescentar pessoas que consideramos interessantes, acrescentar conhecimentos e novas experiências, mas só as que você se permitir, acrecentar minutos a mais pra você, só pra você, porque essa vida ainda te pertence e vai pertencer até o final. Não viva pelos outros. Ame, mas na quantidade ideal, nem mais ao ponto de amar mais a pessoa do que a você mesmo, nem menos ao ponto de duvidar se aquilo é amor. Um grande amor?!Não, eu não vivi nenhum ainda. Talvez eu nem saiba o que seja isso. Talvez eu só vá saber no final da vida, quando eu olhar pra trás e ver os amores que ficaram e eu não vi, ou os que eu vi, mas naquela hora não tiveram valor pra mim. Somos assim né? Não olhamos pro nosso presente com os mesmo olhos esperançosos dos olhos do futuro, nem com os olhos saudosistas dos olhos com que vemos o passado. E por mais que acordemos um dia e pensemos, vamos viver o hoje, e não pensar no que já foi, nem fazer planos pro que vai vir, por mais que decidamos fazer isso, não vamos conseguir. O instinto é maior do que nossas próprias vontades. Agimos sem pensar e pensamos sem agir. Quantas vezes não ficamos só na vontade, por medo, por receio se vai dar certo ou não. Às vezes é o melhor mesmo, melhor ficarmos no nosso canto e vermos a vida acontecer na nossa frente. E quando for nossa hora, algo deve nos mover daquele lugar e nos colocar na roda da vida, nos colocar no que foi feito pra nós. Mas saiba que mudar o destino muitas vezes não faz mal a ninguém. O máximo que pode acontecer é não acontecer. Não acontecer o que queriamos, não acontecer do jeito que queriamos. Mas por isso não, voltamos no começo e tentamos de novo. Eu só descobri isso agora. E assim perdi tantas tentativas lá atrás e cá estou eu lamentando o passado, fazendo planos pro futuro e apenas "vivendo" o presente. Mas acho que eu passei a saber realmente a definição da palavra VIVER, não pelos riscos que corro que antes eu tinha tanto medo, mas por valorizar olhares, encontros, conversar e gestos que antes nem me faziam parar pra analisar e hoje conseguem mudar meu modo de ver as coisas e o mundo.