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10 outubro 2011

What about life?

A gente nasce e como quem não quer nada, vai crescendo e crescendo. E depois de aprender a andar, a comer, e falar, tentamos, com nosso pouco conhecimento começar a viver... 
Aos 10 anos não sabemos nem quem somos, nem o que ainda queremos... Só sabemos que brincar já está se tornando uma coisa de 'criança', mas mesmo assim, escondido [ou não] ainda pegamos aqueles brinquedos velhos para, mesmo sem perceber, tentar resgatar um pouco daquele tempo bom de 'criança'...
Aos 17, queremos sair loucamente pro mundo e fazer o que nos der na telha... Tá bom, daí tudo se resume a liberdade ou rompimento de regras, mesmo que as regras sejam para o nosso bem... Nossa casa parece não nos caber mais e o que mais temos vontade é de sair com uma mochila nas costas e o mundo nos pés...
Aos 23 temos medo, e talvez um pouco de frustração... Afinal, o que nos tornamos?! Era realmente isso que eu queria que eu fosse há 5 anos?! Talvez sim, talvez não... E pode ser que nessa idade você perceba que seus pais não querem te controlar, só cuidar de você, mesmo de longe...
Daqui pra frente, são apenas expectativas e observações, pois meus números param por aí... 
Aos 30 você tem a certeza que sua casa era o melhor lugar do mundo [mesmo que seja tarde pra ver isso] e você resolve fazer aquela visita inesperada aos seus pais... E descobre que ficar sentado à mesa, olhando a vida da família acontecer é mais prazeroso que passar noites intermináveis em baladas
Aos 40, talvez você já seja pai ou mãe, marido ou mulher... Talvez [nessa nossa sociedade moderna] esteja se casando ou se casando de novo, talvez esteja se divorciando... Talvez esteja vivendo o primeiro amor, afinal a vida começa aos quarenta, não?!
Aos 50 e poucos, aquele medo que eu falei dos vinte e três se tornam mais reais [e mais dolorosos] porque aqueles que te embalavam no colo talvez estejam agora se esvaindo pelos dedos... E os minutos que lhes restam talvez seja em uma cama, e nessa hora eu digo pra você largar tudo e permanecer em inércia ao lado deles, porque quando a situação era inversa, eles não pensaram duas vezes se isso seria o melhor... E talvez, depois disso tudo você ainda sinta a maior dor que qualquer ser humano pode sentir... A despedida...
Aos 65 você pode ter se aposentado, pode estar morando na praia ou nas montanhas... E seus filhos já  começarão a ter filhos, e você receberá o título de avô ou avó... E terá de fazer doces, contar piadas e brincar [mesmo que a dor na coluna seja insuportável]... E um dia quem sabe, seus netos lhe dirão que você é mais legal que os pais deles, porque não cabe mais a você as broncas... Isso é papel dos pais, poxa...
Aos 80 sua vida vai ficando mais monótona ou não... A expectativa de vida aumentou, então anime... Você ainda poderá estar praticando esportes e vendo seus netos entrarem na faculdade... E tudo vai bem, obrigado... 
Aos 90 e poucos... As coisas vão ficando mais transparentes e o movimento de tudo parece ser mais rápido... E talvez nessa hora você pense: O que foi feito de mim, meu Deus? Mas talvez tenha chegado a hora de não mais olhar pro futuro sempre incerto, mas sim olhar pra trás e ver quanta coisa boa você deixou pelo caminho... 
E nessa hora seu filho vai estar do seu lado, cuidando de cada esquecimento seu, de cada lágrima que você derramar por não saber para onde está indo... E talvez seja só nessa hora que você vai sentir que tudo que você viveu valeu a pena, porque só quando perdemos algo sabemos o quão importante ela foi pra gente... 

Eu não sei nada da vida, e muito menos do que será feito de mim daqui pra frente... Eu sei que voltar pro começo é algo impossível, portanto parto daqui pro futuro esperando chegar aos 90 e sentir o prazer de olhar pra trás e ver que eu soube viver a vida do jeito que ela merecia ser vivida!!! 

A descoberta da amizade

Sim, eu sei que me encontro naquela fase tão traiçoeira que é a véspera do aniversário e confesso que antes dos 20 anos eu num ligava pra essas coisas, mas de uns tempos pra cá algo mudou aqui dentro e eu fico meio nostálgico, meio sentimental... Enfim, hoje me peguei pensando em como chegou até mim a definição de amizade. Pois é... Chegou em meio ao conturbado pré vestibular, ou para mim um simples ensino médio... Não que tenha surgido, mas acho que os laços foram firmados naquele momento... Ali, eu me deparei com três pessoas que por mais que hoje não seja como antes, continuam guardadas como aquelas lembranças das quais nunca iremos nos desfazer... 
Certa vez eu vi num filme, o protagonista dizer que "nunca mais existiram na minha vida amigos como os de quando eu tinha 12 anos" -- pois bem, eu sei que tenho grandes amigos hoje, que fazem tudo e mais um pouco por mim, e eu faço o mesmo por eles. Mas esses aí estão carimbados no lado esquerdo do peito (eu sei que isso é brega, mas afinal o amor não é brega?!)
E hoje em dia sinto falta das nossas conversas sem nexo, sinto falta das 'tiradas', sinto falta dos abraços, mesmo que às vezes sejam só em pensamentos, sinto falta dos desabafos, mesmo que tardios ou desesperados, mesmo que nem todos tenha desabafado tanto quando esperávamos. Hoje sinto falta de consolar nos términos e nas despedidas, sinto falta de sair a toa pra tirar foto e dessa maneira, meio boba, ser um pouco feliz, esquecendo que tem um mundo inteiro além de nós lá fora. Hoje senti falta de deixar as pessoas com raiva quando a gente expulsava elas das nossas fotos, porque as fotos eram só nossas... Eu sei que eu fui um dos maiores responsáveis pelas mudanças indesejáveis, mas mesmo com tudo que aconteceu, eu sinto que as coisas ainda existem entre nós 4... afinal, tudo muda (até bermuda né, Amanda?!) e mesmo que hoje eu não converse mais com o Duann e mal veja a Natália, acredito que nada vai tirar de nós aquelas lembranças boas de quando estávamos juntos [e não dávamos tanta importância pra isso]... porque eu acho que o maior pesar do ser humano é envelhecer e ver que o que ficou pra trás era bom demais, só que não soubemos aproveitar do jeito certo.
Hoje deu um vontade enorme de dizer pra essas três pessoas que com elas eu descobri o real sentido da palavra amizade e com elas eu fui a pessoa mais feliz do mundo, porque em cada uma eu encontrei o amparo e a felicidade que eu precisava no momento... E se tudo tende a mudar com o movimento do tempo, eu só quero que elas nunca se esqueçam do maior amor do mundo que eu sempre tive por elas... 

Para Amanda que em meio as suas frustrações consegue partilhar de momentos de reflexão plena (mesmo que quase sempre leve-a a pensar algo sobre a morte) e faz dos dias um pouco mais belos
Para Duann que foi a pessoa que em meio à risadas e risadas soube me ouvir e aceitar meu jeito temperamental [demais].
Para Natália que me fez falar mais do que ouvir [ela é de poucas palavras], mas que conseguiu me passar muito do que pensava só pelo olhar... E não me surpreendendo, ela super deu certo na vida... 

Noite Feliz

Não foi assim a noite de ontem... Foi algo indiferente, assim como meu dia. Mas eu senti algo tão profundo, não sei se foi o sono que parecia mais necessário do que das outras vezes por eu estar precisando recarregar minha energia urgentemente. Eu ainda acho que foi por estar em casa. E essa palavra se torna tão doce quando pronunciada sabendo do seu devido valor. Nunca pedi um colo e nem mesmo precisei do ombro da minha mãe pra chorar, talvez porque eu fale pouco sobre o que eu realmente sinto, seja com ela, seja com os amigos. Mas acho que pelo simples fato de ter alguém que olhe por mim... E de certo modo eu tiro das costas o peso das responsabilidades que eu tive que "arrumar" ao partir pra longe do lar. 
Ainda hoje, depois de dois anos e pouco morando longe eu me sinto saciado quando estou em meio a multidão das rodoviárias, ou quando passo horas [desgastantes] no asfalto pra poder chegar em casa... simplesmente pelo fato de chegar. Simplesmente pelo fato de saber que lá eu terei amparo, pelo menos pelo tempo enquanto eu chamar lá de meu lar... E se eu nunca tivesse partido, eu não sentiria a real felicidade de estar de volta!
05 agosto 2011

O Contador de Histórias.

Continua frio aqui na serra. O céu continua azul. Mas eu me sinto diferente. 
Quando fui ver meus blogs, como faço diariamente, me assustei. As visitas tinha dobrado e os comentários enfim tinham surgido. Enfim um parecer, uma resposta para tudo que escrevo. E a resposta foi melhor que eu esperava. Isso me alegrou, pelo simples fato de eu saber que estou no caminho certo. Que escrever pode não colocar comida no meu prato, ou realizar meus maiores desejos, mas pode tocar as pessoas e fazê-las crer em algo melhor. Ou simplesmente, mexer um pouquinho com elas. 
Ainda pequeno descobri a paixão de sair do seu mundo para entrar num mundo fictício, num mundo em que você está apenas de coadjuvante, olhando atentamente os movimentos dos personagens. E esse mundo é sempre melhor do que o nosso próprio mundo. Talvez porque nos leve pra longe de nossas dores, de nossos problemas. E esse mundo me fascinou, e nada conseguiu me deixar tão aprisionado quanto o mundo das histórias. 
As palavras são tão sublimes se forem bem colocadas. E é isso que quero pra minha vida. Levar para os outros um mundo alheio ao nosso, pessoas comuns, mas que não existem. Ou existem apenas em nossa mente. 
Hoje quase me peguei chorando diante das opiniões de pessoas que eu nunca vi, mas que foram incisivas a respeito dos meus escritos. Mas antes de o fazer, pensei, porque chorar Patrick?! Porque criar essas histórias, ou mesmo desabafar sobre meus sentimentos bons ou ruins, não é "qualquer coisa". É importante pra mim. É essencial pra mim. Quero ser lido, aplaudido ou vaiado. Quero platéia. Quero lágrimas e risos. Quero que quando vocês leiam, sintam que existe algo especial e exclusivo pra vocês. Algo que se encaixe, mesmo que pouco, nas suas vidas. 
Hoje fui pego não pelo que escrevi, mas pelo que li... Quando se sentirem assim saberão da real importância da escrita na minha vida. 
02 agosto 2011

Ao Grande Amor da Minha Vida

Eu sempre tive medo de como seria quando eu crescesse, quando eu começasse a me relacionar com as pessoas. Às vezes eu penso que eu não estava errado em temer essa vida a dois. E quando veio o primeiro grande beijo, estou falando "daquele" beijo, essencial, que mexe com você. Não necessariamente o primeiro da vida. Até porque o primeiro beijo é sempre meio "errante". Então, quando chegou essa hora, eu senti tudo e nada. Me senti presente e ausente de minha alma. 
Ainda hoje sinto seu cheiro, sinto seus dedos entre meus cachos. Ainda hoje ouço sua voz como um tradutor simultâneo de eventualidades da vida que vieram apenas me mostrar que ao seu lado eu parecia mais forte. Até hoje eu não vi o filme que você me prometeu que eu assistiria apenas em sua companhia. Ainda hoje vejo seus deslizes amorosos e penso que se fosse comigo, eu não permitiria. 
Mas hoje não te amo mais. Desencantei, como quem desencanta com aquela roupa velha que não lhe serve mais. Como a criança que deixa seu brinquedo porque está crescendo. Não porque eu queria te esquecer, mas porque a vida faz isso com a gente. Temos que deixar de lado coisas que por falta de uso acabam atrofiando. 
E as lembranças? Temos de preservá-las, porque não tem mais o que ser feito. Por causa dessas lembranças, me embebedo de absinto e não 'sinto' mais minhas dores, porque por um simples ato de esquizofrenia alcoólica, eu sinto você entre meus braços.  
E eu só te prometo uma coisa: ainda hei de roubar um beijo seu em meio à Praça Minas Gerais, nem que isso seja a última coisa que eu faça sob o céu de Mariana. Não é por nada, só pra ter a certeza, a absoluta certeza de que você agora só faz parte do meu passado. 
26 julho 2011

We're accidentaly in love

Defina amor... não sei porque, mas ando querendo definições de tudo ultimamente... Acho que é pra ficar bem claro o que as pessoas querem dizer. Mas definir o amor?! Tem como?! Algo tão abstrato, que tão pouca gente sabe o que é... Pois bem. 

Vamos ousar e falar do amor, caro leitor. Mesmo sendo algo praticamente inexistente na sociedade moderna. O amor pelo próximo se tornou interesse. O mesmo amor entre entre homem e mulher, começou a unir homens e homens, mulheres e mulheres, etc. e tal. O amor entre pais e filhos, ou vice-versa se tornou questionável... como? as atitudes que aparecem na TV de agressão ou desrespeito não podem ser chamadas de amor, pode?

Mas mesmo assim, vou tentar trazer à tona meu lado utópico e falar desse tal amor. Então que tal começarmos pelo chamado "maior amor do mundo"? A mamãe que carrega um ser dentro do ventre por longos nove meses deve manter uma ligação com ele maior que qualquer outro ser no planeta. Por isso, concordo e dedico o título de amor da vida à minha mãe e a todas as mães do mundo -- sem desmerecer os papais, claro... afinal, um dia poderei ser um... 

E o amor entre irmãos?! Prefiro me abster desse assunto... sou filho único, né?! tsc tsc

Que tal o amor entre amigos?! Esse eu tenho que vangloriar. Porque os meus amigos vão pro céu de me aguentar e se um dia eu questionar o amor deles por mim, é porque eu sou meio doido e um tanto quanto imbecil. Pois eu num aguentaria metade do que eu fiz pra eles... Então, para eles vai meu afeto... e dedico aos mesmos meu pedaço de céu... se é que um dia terei um quarto e sala no condomínio de Deus.

Agora um amor que eu não me arrisco... entre pessoas, sim, aquele amor que está ligado ao sexual, ao cuidado, à família... A pouca dose desse amor que experimentei não me fez bem e até hoje tenho que lidar com essa náusea causada por ele...

Esse breve relato sobre o amor é só mais um passa-tempo das minhas observações de férias -- 
24 julho 2011

Valerie

Suas roupas não estão mais no meu campo de visão. E tudo que foi feito de nós está esfacelado pelo chão. Às vezes acho que não sabemos mais nem quem somos. Então, Valerie, espero que tenha dado tudo certo na sua vida. E que seu novo estilo de vida esteja te deixando satisfeita. Mas penso que todas suas atitudes podem trazer grandes consequências, e você vai estar pronta para recebê-las. Estou certo que não.

Hoje o mundo parou por você Valerie. Porque você não soube lidar com as consequências de seus atos. Porque você não soube medir suas palavras e suas ações. E nós, não sabíamos o que fazer por você. Assim como você, existem milhares de pessoas que não sabem medir o que pensam e o que fazem. E o que podemos fazer pra que elas olhem para dentro delas mesmas e vejam que a vida não é feita de exageros. E que elas terão de pagar por isso num futuro, quem sabe não tão longínquo. 

Seria muito utópico da minha parte acreditar que você poderia se tornar exemplo. Não para drogados e alcoólatras, como todos acham que deve ser. Mas para todas as pessoas que não sabem até que ponto podem tomar decisões que irão afetar seu futuro de modo que elas não saberão como resolver ou mesmo aguentar depois. 

Boa noite Valerie.
21 julho 2011

O céu além do normal

Depois de muito tempo sem postar, resolvi reviver esses momentos de desabafos... Mas acho que ando cansado de falar de sofrimentos, dores físicas ou emocionais. Mas sei que, como todas minhas postagens vai acabar se voltando para esse lado. Então pensei, falar sobre o que?! Tiveram tantos acontecimentos, como o Dia do amigo, ontem. Ou o evento do final de semana, que por mim estaria acontecendo até esse momento. Bom, porque não juntar tudo numa coisa só?! Afinal, o evento dominical tem tudo a ver com amizade.

Poderia chamar de um simples reencontro, mas acho que foi mais intenso do que isso. Fiquei conhecendo melhor, ou simplesmente conhecendo certas pessoas que eu "curti" muito. E mesmo eu não fazendo parte de todas aquelas lembranças por eu ter chegado um pouco tarde na vida de todos, eu me senti bem, porque de certa forma eles me entendiam. E por um instante, eu parei e olhei pra mim mesmo. E acho que tudo que tinha ficado pra trás estava ao mesmo tempo presente e ausente. E em meio a tantas escolhas, eu tinha feito a minha escolha. Tinha escolhido pessoas que me aceitavam como eu realmente era, que não tinha um olhar crítico, ou alheio ao meu modo de pensar. São as pessoas do meu presente, possivelmente do meu futuro... E assim, senti um grande vazio no que referiu ao meu passado. O que foi feito de tudo que a gente sonhou?!
Acho que os nossos planos não deram certo e a pequena cidadezinha que abrigava nossos sonhos se desmoronou. Hoje muitos dos amigos de infância se tornaram estranhos aos nosso olhos.

E no dia de ontem, eu tinha um sentimento ambíguo. Ao mesmo tempo que me senti concretizado pelo final de semana especial, com pessoas que mesmo longe, eu sei que vou conservar em minha mente. Por outro lado, eu senti as dores dos "amigos de infância" que não são mais tão amigos assim.
12 maio 2011

Ciúmes - o oitavo pecado

Então, até que ponto eu posso dizer que sou ciumento. Qual mesmo é o limite entre os ciúmes e a obsessão? Ainda não sei e por isso essa confusão em minha cabeça talvez esteja me incomodando. Por isso, caro leitor. Vou me adaptar ao "divã" e apenas relatar os momentos de minha vida. Claro, não vou dar nomes, e nem mesmo ser tão real nas situações. Porém, irei desabafar, sem que nada mais ao redor me incomode. Esses dias me peguei "tendo" ciúmes dos amigos. Mas logo pensei: até que ponto isso não é uma obsessão? Porque se eles não podem ter ninguém, não podem ter uma vida além da minha para com eles, então o que isso se torna?


Então caro leitor. Eis que não sei mais o que fazer. Olhos fechados e cabeça no lugar. Espera, cabeça no lugar nunca foi comigo, e não é agora que ela vai se situar. Mas chega um momento que a freneticidade da vida e dos sentimentos incomoda um pouco. E minha obsessão que já foi responsável por tantos desvios de rota, agora chega a incomodar a mim mesmo. Sei que meus amigos merecem ter a vida deles, com alguns amigos só deles, com os relacionamentos amorosos deles. Mas acho que como tudo na vida, isso é mais fácil de entender na teoria, porque na prática sempre vai rolar minha cara feia para com esses momentos deles. Acho que a mudança não foi um fator determinante, nem resoluto para esse meu problema. A frustração diante da mau não resolvido me deixa alheio a vontade de construir novos relacionamentos, seja no campo amoroso ou apenas amistoso mesmo. Por fim, não relatei problemas pessoais, mas expus todos meus pensamentos com relação ao que venho passando. E se alguém aí do outro lado tiver sugestões, me envie para eu saber se existe fim pra essa estrada...
20 abril 2011

Epitáfio

Para a família deixo meu braços, para sempre que sentirem minha falta possam me abraçar
Para os amigos deixo meu olhos, para eles poderem assistir tudo o que eu vivi junto deles
Para os dias de calor, deixo a pele desgastada pelo sol dos trópicos
Para os dias de frio, deixo minha jaqueta verde que não me aqueceu, mas me fez sentir bem
Para os dias de ócio, eu deixo os artigos infindáveis que eu não li
Para as noites, eu deixo meus pés, pois só eles sabem os caminhos que eu percorri
Para o computador, ficam meus escritos, que me fizeram tão bem
Para um certo alguém, eu deixo meu coração, pois se há algum mal nele, foi conseqüência do mau uso; e se tiver alguma coisa boa, foi apenas a sua presença
E dela, eu levo os lábios, que por menos tempo que eu tenha habitado aquele ambiente, seu registro permaneceu no "lóbulo frontal do lado esquerdo do meu cérebro" 
Para os ouvidos, eu peço que conheçam melhor uma certa alma gêmea que declarou seu amor de maneira tão sublime que fez um "train" inteiro ficar conhecido pelo mundo.
Para os olhos que ficaram com os amigos, vão junto minhas caixas com cartas, bilhetes e foto, porque são as partes concretas daqueles momentos que eles vão assistir
E o meu cérebro vai para algum instituto de estudos, não porque ele contenha muita coisa, mas para uma explicação de como eu me tornei um Lingüísta sem um amplo conhecimento em Saussure
E quando os meus escritos tiverem de sair daquele computador (em favor da ingratidão das máquinas que fazem questão de expulsar tudo que não lhes serve mais) eu deixo cada pedaço com a pessoa sobre  a qual eu falei. 
Para a chuva eu deixo meu guarda-chuva que me protegeu mais dos outros do que da água
Para o sol ficam meus óculos, que sempre me deixaram escondido por trás das lentes, mesmo transparentes.
Para os amigos em particular, deixo tequilas, postais, crônicas, filmes e discos empoeirados, porque eu sei que dessa forma algo que existe em mim ainda vai poder residir na natureza viva que existe neles.  

Vamos fugir...

Ahh, porque a rotina me cansa de uma maneira tão "cansativa"?
Nem estou mais sabendo o que se passa na freneticidade do cérebro invonluntário. Às vezes, simplesmente tenho vontade de cair no mundo, mas assim, sem olhar pra trás, sabe?! Tipo, esquecer tudo e todos e tentar começar uma vida, realmente, nova. Mas sei que isso é impossível e logo temos que continuar com a vida antiga, com os problemas antigos, tentando conciliá-los com esse novo rumo que demos pras coisas. 
Eu acredito que esse meu modo de pensar reflete o modo como eu tento fugir dos meu problemas. Sei lá, parece que é mais aceitável pra mim sair correndo do que encarar tudo que está acontecendo. Mas nessas horas em que paro pra pensar na minha vida, vejo que muita coisa errada vem se arrastando e eu não sei como resolver. Sei, mas acho que meu orgulho é maior do que as minhas tentativas de resolução. 
Será que um dia eu vou aprender a melhorar esse meu comportamento?! Eles me chamaram de fútil, de criança, de egoísta... Sim, eu sou um menino muito mal. Mas eu juro que estou tentando melhorar. E acho que o tempo só tem me feito bem, mas acho que é difícil pras pessoas entenderem que não depende só de mim, e que uma mudança tão brusca seria impossível. E mais uma vez opto pela fuga de tudo e de todos. Mas até quando esse será o melhor caminho pra mim?! Acho que vai chegar uma hora em que eu realmente vou ter que ver as pessoas de frente, e saber aprender com meus erros, afinal eu erro, eu falho e choro como todo ser humano. Não sou diferente, apenas tento não parecer tão comum como eu sou.
18 abril 2011

E se...

Acho que seria melhor se nós não falássemos do passado, e nem esperássemos muito do futuro, porém isso é quase inaceitável... Afinal, vivemos de lembranças e de esperanças... Bom, mas eu queria deixar claro que o que quero evidenciar aqui, foi a colocação que fiz na primeira frase citada. (calma, eu não vou começar a dar aulas de língua portuguesa aqui no blog, não!) Bom, eu quis dizer que várias vezes a gente é levado pela expressão mais duvidosa que move o ser humano, "e se..." 
Bom, sabemos que não temos duas chances na vida, e que o que passou deve ficar lá atrás, porque não podemos melhorá-lo nem estragá-lo. Mas acho que isso é mais uma daquelas coisas que só funcionam na teoria, na prática ninguém consegue não pensar no "E se..." 
O que vem ao caso é que, esses dias eu parei e pensei: Como seria minha vida se... se eu não tivesse tido tantas perdas, e não tivesse descoberto um mundo para além dos meus olhos. E se eu não tivesse mudado pra Mariana, e se eu não optasse por fazer Letras e tivesse tentado arquitetura que eu tanto quis. E se, e se, e se...
Acho que a maior dor do ser humano é não poder saber antes como vai ser o amanhã, para daí então ele calcular seus passos de modo que ele jamais cometa erros... Mas, quem disse que errar não é bom?! Sei que vai parecer clichê, mas é verdade, aprendemos muito com nossos erros... E talvez quanto mais a gente se arrisque em ações que não sabemos se vai dar certo, mais coragem depositamos em nós mesmos... Leitores, longe de mim essa política da auto-ajuda, só estou aqui fazendo uma análise de mim mesmo e abrindo minha torneira de asneiras (já dizia Emília) para mais um desabafo... 
Ando cansado de criar expectativas, mas acho que ando mais cansado de viver à base de fatos e histórias passadas. Então eu optei por viver o presente, talvez porque a dúvida do futuro me corroa demais, e a saudade do passado seja muito abstrata... 
E se eu não postasse nesse blog, qual seria meu depositário de desabafos?! E quem seria meus ouvintes secretos?! 

=P
27 março 2011

Porta Aberta

Dizer que as coisas que ficaram pra trás foram apenas passageiras, parece algo meio despeitado... Sejam elas boas ou ruins, deixaram marcas em mim que eu estou certo ficarão por longos anos na minha vida. E como hoje é domingo, e domingo é um dia nostálgico, eu resolvi relembrar esses pequenos detalhes que fizeram dos meus dias e noites pequenos céus na terra.
Para nós mesmos, nosso presente às vezes não nos apetece, mas quando o presente se torna passado, tudo se torna tão belo, e eis que bate aquela saudade de tudo que já se foi. Pois bem, e nesse vai e vem do tempo, de mim já se foram várias pessoas, vários objetos, vários sentimentos... Eu já perdi o pai, o amigo e alguém. Em troca, vieram novos amigos, novos "alguéns", e apenas ficou a lembrança de meu pai. Eu já perdi postais, brinquedos, revistas e peças de jogos. Mas vieram pastas, textos e uma mala verde. Eu já perdi a dignidade, o caráter e a sutileza. Mas vieram paixões, opiniões e sorrisos.
Talvez esse vai e vem, como disse ali em cima não me satisfaça muito... Mas acho que esse movimento faz parte da roda da vida, e como todo mundo passa por isso, não me considero superior que ninguém para não acontecer comigo. Então, eu fico feliz com o que vem, mas em dias como esse me dói a saudade de tudo que passou...

Por isso deixo a porta aberta para que as coisas do passado, sempre que precisarem, voltem pra me fazerem uma visita.
12 março 2011

Que CACHORRADA

Para quem acompanha meu Facebook, sabe bem que hoje acordei com saudade de um grupinho de pessoas que foram, e são, mais do que importantes pra mim... mesmo cada um estando em seu lugar...
Nada como uma noitada na chopperia pra conhecer pessoas especiais, pois bem... você sabe que essas pessoas se tornam especiais quando elas saem das noitadas e começam a fazer parte do seu dia-a-dia... Assim foram eles...

Seja com a minha gracinha de loirinha Mariana, que de certa forma já nos conhecíamos antes mesmo de nos conhecermos... haha (ela sabe do que eu tô falando) ou do espevitado Peterson, que sabe como ninguém dar aloka na nightlife, seja em Ouro Preto ou Sampa city...
Tem ainda a miss, linda como nenhuma outra e legal como poucos Elaine loirão, que curtiu muitas caipis comigo... Ou o Robs que ficou trabalhado em Kylie Minogue e nos drinks da DJ Club... E porque não relembrar dos virtuais Lu e Jeff, que tanto causavam na net, seja facebook, orkut e afins... hahaha

Por último, mas não menos importante, pelo contrário... Luíza, linda, amor da minha vida... que tanto me fez companhia no Scoth com as eternas Heinekens... up up

Pois bem, quando eles se nomearam cachórros eu nem se quer sabia que eu iria conhecê-los... Mas no momento que eles entraram na minha vida, parece que tudo teve mais cor --  e brilho, fato -- hahaha

hoje eu sinto tanta saudades pelo simples fato de que cada um foi pra um lado e vive a sua vida à sua maneira, mas o que sempre me consola é que por mais que estejamos longe, nunca perdemos ou viremos a perder o contato... já percebi isso... ;)

UmGrandeEnormeMasterBeijo do ameeego que ama muito...

Uma Tradicional Família Mineira

Hoje me analiso em meio a toda multidão dos mais de 800 municípios desse estado brasileiro: Minas Gerais.
Todos sabem do conservadorismo - exacerbado - que paira no céu das Gerais. Pois bem, olhando melhor para dentro dos amigos, familiares e afins mineiros, percebi que isso só vem da boca pra fora. Não, leitor, não estou te chamando de hipócrita, já que você se encaixa nessa enorme parcela mineira que me rodeia. Eu apenas estou dizendo que essa sociedade, de que vos falo, ainda preserva costumes da sociedade aurífera do século XVIII. Mas os tempos são outros. Acredito que tá na hora de soltar as amarras do tempo e evoluir. Mas no fundo parece que esse estado apenas quer preservar essa cultura do conservadorismo porque lhe apetece mostrar ao Brasil como uma classe que ainda contém seus valores. Assim como seus bens históricos. Afinal, pegaria mal tanta modernidade em meio às igrejas barrocas das cidades do interior. Falando em cidade do interior, acho que esse tradicionalismo se dá pelo tanto de cidadezinhas que existem em Minas Gerais. E suas famílias "de nome".  
No fundo, tem horas que me sinto cansado de fazer parte dessa "tradicional família mineira". Vamos romper com nossos preconceitos. Essa sociedade precisa entender que o divórcio está aí para os cônjuges que não se dão mais tão bem - melhor solução do que manter uma matriz e uma filial -, e amanhã sua filha que você tanto preservou pode vir a se casar com um Silva sem nenhuma grande  ocupação (nada contra os Silva, apenas o utilizei pela sua popularização) e seu filho pode não ser o garanhão e sim, preferir se relacionar com pessoas do mesmo sexo. Pois bem... talvez você tenha que conviver com enteados e madrasta... Mas mesmo assim, seus valores reais não se perderam por isso. Não é por uma tatuagem, dreads ou alargadores que as pessoas deixem de ser repeitadas, ou se tornam menores. O que importa é quem elas realmente são. De que adianta vivermos cheio de pudores se no fundo, quando ninguém mais vê, nos entregamos aos desejos mais sórdidos?! 

Então mineiros do meu coração, acho que os dizeres da bandeira precisam ser mais utilizados, talvez seja essa a liberdade que tanto os Inconfidentes lutaram a favor. 

Liberdade, mesmo que tardia!
31 janeiro 2011

Cianureto para todos -- uma dose de Maldade

À princípio queria fazer um ensaio sobre a maldade, mas como não me arrisco ainda nessa área 'so dangerous', preferi apenas fazer um post. Deixo os ensaios por Saramago. A questão é, andei pensando sobre mim mesmo. E sabe o que, feliz ou infelizmente, descobri?! Que sou uma pessoa má... Com muito ódio, rancor, ira e raiva nesse pequeno coraçãozinho. Mas porquê? Me questiono, mas não acho uma solução. Será que fui mimado demais ou nasci assim, uma peste? 


Bom, refletindo sobre isso resolvi analisar melhor esse 'sentimento', se assim eu posso chamar. Na realidade é mais um apanhado de sentimentos, né?! Pois bem, quando a gente pensa que isso não é legal, e tal, a gente só 'raciocina' da boca pra fora, porque internamente continuamos malvados, venenosos. Às vezes é de nossa natureza, ou não! Pois bem, falar sobre a maldade é algo meio relativo. Eu podia gastar horas falando sobre psicopatia, que é algo que me interessa tanto e já li sobre no livro "Mentes Perigosas". Mas acho melhor não me aprofundar, pois analisando bem, os psicopatas são malvados natos, e não há muita coisa que os mude. Então, pensei em falar sobre a maldade infantil, que paira no universo de qualquer criança, será que elas não têm a intenção, ou como já ouvi de minha psicóloga, elas são malvadas mesmo. 


Tal palavra deriva de mal. E mal tem várias definições como em Wikipédia: "Tudo aquilo que não é desejável ou que deve ser destruído." Mas nem tudo se resume a essa definição, quer dizer que vamos sair por aí matando pessoas ruins?! Acho que isso não é plausível, caros leitores. Talvez o ser humano seja mesmo uma caixa de Pandora ambulante, carregando dentro de si o bem e o mal. E se Kant estiver certo estamos propensos à maldade. No fundo todos são vingativos, falam mal dos outros, invejosos, perversos, não poupam o outro quando ocorre algo que os afete. Seria apenas um código de defesa ou a tal "propensão a maldade" segundo Kant? 


Em meio a tantas discussões, algumas filosóficas, outras apenas pessoais. Eu não sei bem ainda o que falar sobre a maldade. Por isso me proponho parar por aqui. 


Acho que já dá pra refletir sobre esse substativo tão subjetivo. 
24 janeiro 2011

Pelo caminho...

eu nasci
eu comi
eu brinquei
eu cresci

eu estudei
eu assisti
eu dancei
eu chorei
eu viajei

eu ri
eu beijei
eu abracei
eu bebi
eu amei
eu fumei
eu trepei

eu me formei
eu trabalhei

eu casei
eu fui pai
eu briguei
eu defendi
eu contei
eu me divorciei
eu perdi
eu ganhei
eu vivi
eu morri

20 e poucos anos

Ontem não me sentia bem. Não, não era um mal físico, mas psicológico. Sei lá, me sentia velho, de repente. E assim de repente, via que não tinha muito do que me orgulhar dos 20 e poucos anos que tinha deixado pra trás. Pelo contrário, vi que tinha deixado muita coisa pelo caminho. Sejam elas concretas ou abstratas. E assim, de repente, mesmo, me deu uma vontade louca de sair pelo mundo fazendo tudo que eu ainda não tinha feito e tentando acelerar minha vida ao máximo. Mas percebi que eu não podia fazer isso. Tenho que viver cada momento na sua hora. Meu Deus, como isso é chato, como me irrita quando não consigo fazer as coisas do jeito que eu quero. Esse é o lado ruim de ser mimado. [ponto]

Por um instante, parei, olhei pra trás e vi minha vida. E vi um vazio. Não tinha mais a família de antes e nem os amigos de antes. Não tinha mais os momentos de antes. E então pensei: Minha vida foi boa algum dia?! Não soube responder. Afinal, o que é a vida? Gonzaguinha já tentou respondê-la, mas sua resposta não me apeteceu, e muito menos acalmou meus ânimos. Para quem já está nos 50 ou 60, os 20 são os sonhos que um dia tiveram. Para quem tem apenas 10 ou 12, os 20 será a própria "freedon age". E pra mim que estou nessa idade? 

Cansei de beber como um louco. Cansei de viver sem esperar o amanhã. Cansei das responsabilidades mais irresponsáveis que já tive. Cansei de sonhar, agora chegou a hora dos sonhos virarem realidade, não acha? Pois bem, acho!
Mas o que será do amanhã, caro amigo? O que será de mim, depois que me for tirado o título de "universitário"? São tantas perguntas, sem nenhuma resposta, e isso me incomoda!

Quando ouvi nos últimos instantes de 2010 os seguintes versos: "Quero saber bem mais que os meus 20 e poucos anos", nunca pensei que essas palavras caberiam tão bem a minha pessoa. Quero saber mais, quero viver mais, quero ser mais... Quero estrear os 30 com algo a mais do que a bagagem que tenho nas mãos aos 22. Quero me desacorrentar dos laços invisíveis que me unem a uma dependência que já chega a incomodar. 

Incômodos e número, acho que abusei deles nesse post. Porque a idade sempre causa um transtorno a mais, sempre causa algo a mais? Quem disse que temos que fazer tudo em determinado tempo?! Ninguém, somos vítimas de nós mesmos. Nós nos impusemos essa mania de achar que 'devo estar trabalhando aos 25, casado aos 30, com filhos aos 35...' 
E é nesse momento que esses números causam tanto incômodo... E dessa forma sinto que meus 20 e poucos anos vão ficando pra trás sem ao menos eu senti-los... 
22 janeiro 2011

Cotidiano

Caro leitor. Ontem resolvi me saciar de momentos ímpares revendo uma minissérie que tanto amei. Aliás, amei tanto que a comprei. Escrita pelas mãos do mestre Manoel Carlos, eu me deparei com um cotidiano que leva nossa intimidade até pontos jamais investigados. Pois bem, nesse momento decidi a temática da minha monografia. Uma análise sobre o cotidiano no discurso ficcional através das obras de Manoel Carlos. Nome complicado?! Mas toda monografia é cheia de rodeios, nunca uma coisa simples como: O dia-a-dia nas novelas de Manoel Carlos. Enfim, não estou aqui hoje pra falar sobre minha monografia ou coisas do gênero acadêmico. Mas sim pra refletir sobre o cotidiano. O que vem a ser esse cotidiano que ao mesmo tempo que te machuca, te consola? Essa rotina faz mal, acaba com relacionamentos e, porque não dizer, acaba com nós mesmos. Por muitas percebi que a rotação da roda da vida não é longa. Em um curto espaço de tempo voltamos ao mesmo lugar e estamos fazendo as mesmas coisas de minutos atrás. Mas também temos receio da mudança. Não queremos fugir daquela rotina maçante. Então o que queremos?! Queremos viver a vida desse jeito mesmo. Essa ambiguidade de sentimento faz parte do nosso cotidiano. Cotidiano esse baseado em amores, em abraços de amigos, em um afago sincero, ou não, de algum familiar. Esse cotidiano se resume em tragédias e em momentos inesquecíveis. Cotidiano que encontra embasamento nas coisas mais simples e sinceras. 
Por fim, acho que o cotidiano com aquelas conversas bobas ou frias nos leva pra um caminho sem volta, um caminho imperfeito. E essa imperfeição nos permeia por vários tempos, e nunca será do jeito que queremos, porque nós temos uma vida involuntária. Nós não podemos escolher a hora de sofrer, a hora de dizer 'te amo' ou 'te odeio'. Estamos sucintos a qualquer tipo de movimento da vida. Sim, meu caro leitor, isso é o cotidiano. Nada mais do que a própria vida.
19 janeiro 2011

Luxúria

Talvez na tentativa de se criar um ensaio sobre os sete pecados capitais, eu resolvi me abster dessa atitude e decidi falar sobre a luxúria. Quem sabe futuramente eu trabalhe mais essa idéia, ou faça até minha monografia em AD sobre os pecados -- esse idéia me veio nesse instante e confesso que me apeteceu mais do que minha idéia original de monografia -- Enfim, vou falar sobre esse pecado que muitas vezes é o mais escondido e em outras é o mais discarado. 
Quem nunca sentiu um desejo sexual incontrolável por alguém ou em alguma situação. Todos, claro. Controlar a libído se torna 'dangerous' quando aquilo que mais queremos é a sujeira do sexo. Porque o adjetivo sujeira, porque a lúxuria acomete o sexo no sentido da 'safadeza', pra ser bem vulgar. Não estamos falando de fazer amor, mas apenas de sexo. Se essa separação só é cabível aos homens, e o blogueiro que vos fala é homem, posso falar com prática sobre esse crime, segundo as mulheres. Pois bem. Segundo o querido Sílvio de Abreu em sua obra "Passione" ver site pornográfico é uma coisa suja e vulgar, até porque Gerson foi o personagem mais recriminado da novela por isso. Porém a reação do público não fez nenhum alarde, ou seja, seria esse ato algo comum?! Acredito que sim, querido leitor... Isso mesmo, quem nunca viu um site pornográfico ou zapeou por algum filme para adultos na vida... E se você que lê é do sexo masculino, eu tenho certeza que já o fez. Tá aí uma coisa interessante, o homem tem mais tendência pra luxúria do que as mulheres, ou elas apenas escondem mais suas taras?! Poderíamos ridicularizar o ato do sexo citando correntes e roupas de couro, ou podíamos glorificar aquele através do amor. Mas prefiro me abster (mais uma vez, caro leitor), e porque não falar do sexo em geral. Não querendo fazer uma alusão a música do Chico com a Elza, "Façamos" onde realmente temos a certeza que todos os seres desse - e porque não de outro - planeta fazem sexo. Enfim, de uma maneira geral o sexo povoa a mente do ser humano há tempos, seja nas tórridas cidades de Sodoma e Gomorra ou nos manuais do Kama Sutra, e de certa forma essa 'ação' apetece a sociedade. Quando a nem tão amada Marta Suplicy soltou seu 'bordão', penso que ela estava certa. Afinal, o orgasmo seria a solução para os problemas da população?! Não, caro leitor, seria apenas um desvio deles. Como eu disse, e pra ser breve preferi não entrar em detalhes sobre, como as posições que dão mais prazer, ou lugares exóticos, enfim, preferi me segurar, até porque esse blog ainda é de família... Neah?! 

Mas acho que fiz um breve relato - não verídico #fato - sobre a luxúria. Mas apenas o fiz por interesse próprio sobre esse pecado, não para que um dia ele seja publicado como as obras de 'grandes jornalistas' que fizeram ensaios sobre os sete pecados. Nesse momento, um beijo aos meus amigos jornalistas... hehe

Caro leitor, se algo te incomoda, se seus problemas apenas aumentam, siga a dica da "divina" Marta: "Relaxa e goza", afinal ela é sexóloga, neah?! ... ... ... 
17 janeiro 2011

o sexo feminino

Que eu vivo cercado por mulheres de todos os lados, é fato. E que essa opção é minha, também é um fato. Eu adoro o universo feminino, adoro a maneira como as mulheres são complexas, como são personagens redondos, no sentido de terem mais conteúdo do que os homens. Elas conseguem demonstrar mais seus sentimentos, talvez porque sintam mais do que eles. Enfim, todos sabem que mulheres amam mais do que os homens, que elas dão mais em seus relacionamentos do que eles. É muito mais comum elas abandonarem a vida social em favor deles, do que eles o fazerem em favor delas. Ainda nos deparamos com a sutileza que elas fazem tudo. E essa atitude vai das mais brutas até as mais delicadas. Porque é de seu universo ser sutil. E é de seu universo entender o mundo. Não significa que elas aceitem tudo que acontece ao seu redor, mas elas, mais do que os homens, conseguem entender, aceitar. E vivendo dessa maneira, elas são amigas de verdade, esposas de verdade, filhas e mães de verdade. E por duros meses trazem uma vida dentro delas. Talvez seja isso a prova que Deus deu de quão seguras e aptas pra gerar a vida elas sejam. E como conseguem ir da bondade divina para a maldade infernal. São duras quando precisa, mesmo que as gotas do chuveiro amparem suas lágrimas depois.
As mulheres mudaram na literatura, na música, nas novelas e, porque não dizer, na vida real. Hoje não nos deparamos mais com as moças virgens dos romances, as sensatas das canções ou sem conteúdo das novelas. Elas sairam da casa pro mundo. Romperam barreiras, são executivas, caminhoneiras, donas de verdadeiros impérios, e o comandam sozinhas. E mesmo assim são mães e esposas. Já é comprovado que apenas elas conseguem fazer duas coisas ao mesmo tempo, prova disso. O mundo feminino sempre me apeteceu, talvez porque tenha me acolhido tão bem, com amigas tão presentes, avós, tias e mãe adoráveis, além daquelas que não são amigas, nem familiares, mas que engrandecem nosso dia com sua graça, seja apenas por usar um vestido grená ou por prender o cabelo de um jeito que só ela o faz.


Rita Lee conseguiu transperecer esse amor extremo das mulheres nesses versos:


"Se por acaso morrer do coração,
é sinal que amei demais."
14 janeiro 2011

No more 'I love you'

Quando eu tinha seis anos, essa música de Annie Lenox foi sucesso numa novela, que realmente marcou minha vida, "A Próxima Vítima". Mas só aos 20 e poucos anos consigo perceber a profundidade de suas palavras, afinal na época eu sequer sabia o que significavam essas palavras. Dizer 'eu te amo' se tornou uma coisa meio banalizada na sociedade moderna, assim como o casamento ou a constituição de família. Certa vez me disseram que a modernidade afasta as pessoas, pois bem, concluí que isso é a mais pura verdade. Agora falando de mim, uma breve análise particular. Acho que não economizei de dizer essa expressão que parece tão bonito em filmes de romance, mas na realidade não passam de palavras soltas no ar. Whatever, eu falei demais, tanto essa expressão quanto outras que relataram meu real sentimento. E confesso que não fui feliz nessas colocações. Posso considerar culpada a pessoa a quem me dirigi, mas acho que não, eu que devia ter medido as palavras. Bem, não quero mais levar em consideração tal pseudo-relacionamento que tive no verão passado. Meu propósito nessa postagem é talvez uma promessa. Sim, uma promessa que se constitui em não mais dizer 'eu te amo' a qualquer momento ou em qualquer situação. Patrick, amor não é paixão, saiba diferenciar e quem sabe assim você conhecerá os dois lados dessa moeda. Essa minha escolha não me impede de conhecer alguém em que no segundo dia eu já diga tais palavrinhas, mas se eu a fizer, vai ser porque tenho, pelo menos, um pouco de certeza de que essa relação vai valer a pena, mesmo que falhe dias depois. 

Desabafo

Saber o que dizer ou que hora dizer. Pois bem, vivemos num sociedade onde tudo tem de ser calculado sempre. Cada passo, cada fala. Estou simplesmente cansado. Cansado de ter de pensar antes se vou falar da maneira correta ou apenas da maneira que afete um menor número de pessoas. Cansei de ter de fazer as coisa pra parecer mais legal, ou menos chato. Às vezes, nossas decisões nos levam pro céu, em outras vezes, pro inferno. Pois bem, somos obrigados a nos comportar de maneira correta. Não faça escândalos, fale obrigado, seja educado, não ponha os cotovelos na mesa. Sempre o verbo no imperativo nos impede de fazer o que realmente queremos. Afinal, qual é a nossa vontade real? Até que ponto fazer o que temos vontade e até que ponto fazemos coisas pra agradar as pessoas a nossa volta?

Bom, acho que o essencial seria equilibrarmos as situações. Fazer o que queremos, mas outras vezes fazermos algo pra satisfazer os amigos e familiares. Só acho que isso cansa muito. E mesmo que eles não nos peçam com todas as letras, fazem caras e bocas para que cumpramos o objetivo desejado, por eles, claro. Se rebelar?! Acho difícil, até porque não somos seres independentes, não conseguimos viver sozinhos, precisamos de alguém do nosso lado. E talvez seja isso que nos mova no sentido de não fazermos sempre o que queremos. Talvez essa dependência nos torne pessoas pensantes. É, pode ser isso!!! A questão é: fazer o que temos vontade sem poupar os outros ou tentar ser altruísta e medir nossas vontades?! 

Intimidade

A intimidade revela sentimentos que muitas vezes permanecem aprisionados em nós perante um grande número de pessoas. Não tenho irmãos, e não compartilho de um sentimento tão ímpar quanto a relação de dois irmãos. Mas me disponho a contar-lhes a vida de Pedro e Fabrício. Uma vida monótona sempre tiveram, com tudo o que mais desejavam. Fabrício, o mais velho se casou com uma bela moça, de cabelos negros e olhos compridos, olhos esses que nunca abandonavam as maquilagens mais pesadas que uma pele pode ter o prazer de sentir. Mas nunca foram felizes. Pedro, solteiro convicto, liberal e, porque não dizer, 'avançado' pra sua época sempre partilhou de grandes amores, sem dar muita importância para a cor ou o sexo do indivíduo com o qual se relacionava. Mas sempre manteve um distanciamento de sua casa, de sua família. 
Fabrício não era mais o motivo de satisfação para a mulher da maquilagem pesada. Agora ela procurava aventuras menos rotineiras nas alamedas da grande metrópole. Ele estava morrendo, por dentro e por fora, sabia disso. Mas não conseguia se desprender daquela mulher. Campainha. Seu pai. Malas feitas, lágrimas de desespero. Fabrício deixava o apartamento após uma tentativa de suicídio. Para a moça do rosto pintado, não fazia a mínima diferença onde estava seu marido. 
Pedro e Fabrício. O encontro dos irmãos que não se viam há anos foi seco, cru. Nenhum sinal de sentimento. Mas o convívio faz as relações se tornarem mais íntimas. E os ombros de Pedro foram o amparo de Fabrício nas madrugadas frias da capital. E suas mãos eram seu acompanhamento. Um toque a mais, um beijo a mais, um carinho além do normal. Os irmãos, quase amantes por assim dizer, tinham na intimidade uma liberdade e uma amizade com a qual nunca haviam se deparado. Entre abraços e beijos, a perda da mulher se fez presença no afeto do irmão, o qual por longo período não passava de um desconhecido. Dentro do quarto eram apenas os dois. Nem seu pai intrometia na intimidade dos dois irmãos. E assim como os pais, amigos e afins, eu nunca soube muita coisa além dessa intimidade tão bem controlada e amparada no seio de uma cidade com janelas tão indiscretas e olhos que tudo veêm. Na manhã de domingo, o pai pede ajudas dos meninos para mudar uma estante. Sem resposta o pai destrói a porta. Dois corpos desfalecidos aprisionados em sua própria intimidade. 
10 janeiro 2011

Tragédia

O que esperar daquela noite? Nada. O que esperar daquela vida vazia? Nada.
Sem ninguém pra ligar, ou trocar pequenas doses de palavras, ela resolveu sair. Sozinha. À meia luz. Colocou seu melhor vestido em tom vermelho sangue. Calçou seus sapatos de verniz. Pegou seu maço de cigarro barato e, um tanto quanto perturbada, saiu às ruas. Desnorteada!
O primeiro bar, na boca do lixo, no centro fétido da intransitável São Paulo. Um whisky, dois, três...
E o que mais esperar daquela noite? Nada! Até que algo muda aquela rotina do 'nada' em sua vida. Um homem. Não era bonito, nem feio. Sobrancelhas negras e grossas. Lábios finos e cabelo grosso. Olha penetrante. Não era tão magro, tinha tudo nas medidas possíveis. Com poucas palavras, virou a vida daquela mulher de cabeça pra baixo. E depois de um casual beijo, foram para o quarto do rapaz, ainda desconhecido. Sua janela dava para um letreiro de neon. E da sua janela as luzes de toda a cidade.
Sexo. E entre um toque e outro, sua mão foi de maneira incisiva no pescoço da solitária mulher do vestido vermelho. Depois de matá-la, friamente ele a cortou em pedaços e a distribuiu em sacos plásticos para descatá-los na manhã seguinte. Mas naquele momento ele estava extasiado, precisava sair, fumar. E foi, sem rumo, sem nada na mente ou no corpo. E do alto do Viaduto do Chá, se sentiu cansado de tudo e de todos. Cansou de matar tantas pessoas sem nada em troca. Sua psicopatia tinha acabado, ou era apenas mais um movimento levemente calculado do homem mais metódico que havia transitado a noite paulistana?
Pulou... Em todo o Vale do Anhangabaú, seu grito foi ecoado.   

Juventude Transviada

Slow down, right now -- sábias são essas palavras para que a juventude brasileira possa se fazer válida. Pois bem, resolvi mostrar os reflexos desse grupo que cresce a cada dia, mas talvez não amadureça tanto quanto desejávamos. Sou jovem, faço dessas palavras não só minhas, mas de todos eles. Para todos eles. 
Talvez seja cansativo o tanto que se espera da juventude em um país. Sim, de universitários, que sejam o futuro de toda uma nação, que possa mudar a vida, não de alguma pessoa, mas de toda uma população. Mas tanta bagagem talvez acarretem apenas uma vida frenética, e um tanto quanto efervescida. Sim, eles não são os "corretinhos" que todos esperam, pelo contrário. A "classe" universitária se encontra deficitária. Eles bebem descontroladamente, se drogam exageradamente. Pois bem, passou aquela fase de escolhas, de "experimentação" de tudo e todos. Isso ficou com a adolescência. Agora aos 20 e poucos anos, todos querem ter certeza do que realmente desejam. Se querem ser futuros milionários, porém profissionais frustrados, ou se querem morar em alguma aldeia indígena e ser mais útil para a sociedade. Cada qual a seu modo, eles erram. Sim, nem os donos das melhores notas são incapazes de cometer o pecado de ser um universitário. Intrínseco a esse título, está toda uma estrutura que consome mais do que devia da fortuna do governo para um grupo de indivíduos que se preocupa pouco com o que ouviu dentro de uma sala de aula. Mas que mesmo ouvindo pouco, consegue persuadir, pois ainda estamos em um país que o nível de escolaridade pareia com o socioeconômico. Mas o que fazer com essa juventude que não busca nada além de sua liberdade, seja ela física, seja apenas abstrata? 
Podemos dizer ainda que essa mesma juventude que não tem medo de nada, e talvez de ninguém, já conseguiu a seu modo mudar toda uma sociedade, sejam os cara-pintadas ou os militantes da Ditadura no agitado 68. E a juventude contemporânea? O que esperar dela? Acho que ainda é cedo para opinarmos, mas talvez quando menos esperarmos, esses jovens vão se levantar de suas tumbas regadas a tequila e luz neon e vão mudar algo e entrar pra história. Porque não esperar?!