Não, nem
pense que esse texto relata o dia em que encontrei o amor da minha vida via
aplicativo de celular. Estou muito longe disso, mas já que eu chego no porquê
de dizer isso com tanta convicção. Bem, há meses, quando me mudei pra São
Paulo, vi um leque de opções que me deixava inebriado, sentia que podia ter
alguém pelos próximos 365 dias daquele ano. E realmente as coisas foram
acontecendo! Bom, dado um tempo, eu comecei a perceber que já não tinha mais a
mesma graça e passei a ser seletivo. Hoje, num me encontro nem com um terço dos
que converso e fico online metade do tempo que ficava antes.
Então, eu
parei e percebi que hoje estou mais certo de quem eu sou. Hoje estou mais
confiante, sei o tamanho dos passos que posso dar. Sei falar não e descobri que
existe vida além do like. E que um match bem dado vale mais do que mil
combinações. Mas não estou aqui para dar uma aula de Tinder, e sim pra dizer o
motivo pelo qual agradeço tanto esse aplicativo de “foguinho”.
Nunca fui
muito autoconfiante, nunca tive a autoestima lá em cima. E preferia agarrar com
unhas qualquer oportunidade a perder a chance de “ficar com alguém”. Dias atrás
falei “não” com tanta convicção que me assustei. Afinal, porque eu tenho que
estar disponível sempre, porque eu tenho que achar que qualquer ser que ande
sobre duas patas possa ser digno de sair comigo. Porque eu tenho que estar
saindo com alguém para ser feliz?! A bem da verdade, essa última parte está
ligada aquilo que nos é imposto, relembrando Vinícius: “É impossível ser feliz
sozinho”. Quem disse Vini? As coisas nos anos 2000 são bem diferentes, rs.
Em suma,
digo meu muito obrigado ao Tinder que me mostrou um Patrick mais confiante, que
prefere assistir a um filme ruim na TV (sozinho) do que ter um encontro
razoável. Obrigado por mostrar quanta gente podre existe no mundo e enxergar
que por pior que eu achasse que eu fosse, eu sou ainda uma pessoa com
sentimentos. Obrigado por me fazer ver que eu posso deletar, bloquear e que meu
mundo não vai acabar. Enfim, obrigado por mostrar que sou muito mais do que eu
achava que era.