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25 janeiro 2010

Non Je Ne Regrette Rien

Arrependimento?! Somos todos adeptos desse sentimento inexplicável que sai pela janela do ser. Como algo tão involuntário pode mexer com a gente e nos fazer pessoas tão pensantes, tão analíticas. Na nossa atitude do dia a dia, achamos que somos imbatíveis, que podemos fazer as coisas sem pensar nas consequências. Por diversos momentos nos sentimos super heróis, que nada vai nos afetar, mas pior do que algo concreto é quando o abstrato mexe conosco. Quando sentimos em nosso âmago a dor do "fato ocorrido", a dor que deixou marcas em nós e que nunca vai sair de nossa mente, de nós mesmos. Estamos longe de sermos Piaf, que quando recebeu a música Non Je ne regrette rien (Não, eu não me arrependo de nada), disse que havia sido feita para ela. Sendo talvez prepotente, ela estava cheia de si e encarou essa música no final de sua vida, com a certeza que tudo que tinha feito, havia de ser feito, sem mudanças, sem alterações e que se voltasse no tempo faria tudo da mesma maneira. Mas como alguém pode chegar ao fim da vida e pensar assim. Piaf nos dê sua dica... Como um fã assíduo dela, posso dizer que achava que ela ia além do ser, que tinha uma alma menos humana, mais divina e com isso o arrependimento ficava pela estrada, afinal, tal sentimento é apenas para seres de carne e osso como nós mesmo. Mas até seu lado humano foi tomado por algo divino. E nós, como ficamos Edith? E nós, como ficamos Deus?
Escolhemos ser assim, escolhemos pensar, afinal, pra que pensamos se muitas vezes não chegamos a conclusão nenhuma. Pra que nos corroemos pensando no que já fizemos, se no final de tudo não podemos mudar nada mais.
Arrependimento?! É o maior sofrimento em vão.

Título: Canção sonorizada pela francesa Edith Piaf

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