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02 setembro 2012

Porque eu sei que é amizade.



Somos quatro crianças perdidas, com medo de errar, de se frustrar mais à frente. Somos quatro seres humanos comuns, suscetíveis à perdas e ganhos. E a partir de agora, cada um seguindo seu próprio caminho, como deveria ser. E o último rompimento de laço foi triste, silencioso e inesperado. Triste porque deixou um coração solitário, que se sentiu perdido diante das eventualidades da vida. Silencioso, porque eu sabia o quanto estava doendo, mas nenhuma palavra se quer eu ouvi. Inesperado, porque se disse há algum tempo atrás que eu estaria envolvido nessa história, eu não acreditaria. 
E assim foi... Era pra ser só mais uma despedida, mas acho que no fundo sabíamos que era o final daquela 'coisa' invisível que sempre nos unia. Talvez porque aquele fiozinho que segura toda uma estrutura tenha se rompido, para que um novo fio seja colocado no lugar. Não digo que acabou, digo apenas que um ciclo se fechou. 
Sei que seremos pra sempre quatro amigos, descobrindo as nossas falhas, tentando nos redimir de nossos pecados para com o outro. Sempre voltaremos para a casa na esperança de esbarrar com o outro, pelo simples fato de ver que tudo está bem. Por muito tempo, apenas isso me bastou. Talvez tudo isso faça parte da minha hipérbole de dramatização de tudo. Mas no fundo, eu me vi perdido diante das evidências. Me despedi, como quem parte pra voltar em breve. Tentei ser amigo, dar o colo se necessário pra chorar. E esperei qualquer coisa do lado de lá, que não veio. 
Eu ainda acredito que minha maior falha no meio dessa história toda, tenha sido querer mudar a todos. Tentei moldar amigos perfeitos, amigos que riam quando eu precisava e emprestava o ombro pras horas tristes. Por muitas vezes, eles foram isso. E por vezes, eu rejeitei. Não prestei atenção. A gente tem mais de achar que todos os problemas tem a ver com a gente, acho que é por isso que eu insisto em crer que o maior errado de nós quatro tenha sido eu. Mas sei que é tarde, que o rio já passou por nós, mas me satisfaço porque consegui consertar a tempo. 
Que nessa nova fase, nós quatro saibamos aprender com nossas falhas. E que façamos novos e muitos amigos, pra que a gente possa sentir saudade dos velhos, e quando chegar a hora de reencontrar possamos dar o devido valor. E que além disso, venham sonhos novos, amores novos, empregos novos (fazer o que, né?! Rs), loucuras novas, drinks novos, lágrimas novas. Meu desejo é pra que alguém do lado de lá, mais necessariamente em Boston, NY ou Miami, consiga desvendar muita coisa sobre você que eu, talvez, não tenha conseguido. Desejo que Portugal ria com suas piadas (só não vale de português, ok?). Desejo que você se encontre, se descubra e arrisque um pouco mais; e que se prepare para reunir esses bobos aqui, porque você faz isso muito bem, não deixando o nó desatar. 
Chegamos na curva, onde a gente se despede e tenta ser feliz. Onde buscamos pecinhas novas para nosso quebra-cabeça particular. E ali na frente, nos encontraremos de novo pra ver se essas peças ainda podem se encaixar. E eu estou certo que sim, porque eu sei que é amizade. 

"... apenas seguem caminhos diferentes."


28 agosto 2012

Escolhas.




Tá bom, sofro do mal do libriano: indecisão. Mas acho que na vida, chega uma hora em que devemos fazer nossas escolhas. Hoje fico feliz de olhar pra trás e ver quanta coisa eu já consegui escolher. E acho que o mais duro de tudo é ter de deixar pela estrada certas 'coisas', afinal as escolhas culminam sempre em preterir de algo em favor de outro. E nem sempre fazemos isso da melhor maneira, ou da mais correta. Eu, por muitas vezes, já quis voltar no tempo só pra ter o prazer de optar pelo que rejeitei. Mas como não temos o botão REW na vida, vamos em frente. Aliás, essa ideia do 'e se...' sempre soa bem aos nossos ouvidos, e como seria bom se pudéssemos colocá-la em prática. Seria como se fizéssemos 'test drive' na vida. Afinal, né gente, tudo posto na vida se torna prazeroso. Quem nunca sonhou com um PAUSE, STOP, REPLAY, DELETE (ou ESC mesmo)? Todos. E acho que todos cabem muito bem no quesito 'escolhas'.  
Acredito que consegui driblar meus medos de decisões e fiz escolhas bem severas. E mesmo quando todos me disseram que eu não seria nada fazendo bacharelado, eu larguei a licenciatura e fui fazer o que eu achava que podia, ao menos, me deixar feliz. Eu sou feliz dessa maneira. E porque as pessoas muitas vezes não conseguem tomar decisões que podem mudar suas vidas, mas que não as deixarão ali, estagnadas. 
Aos 23 anos ainda estou me descobrindo, mas sei bem dar valor às escolhas que fiz. Escolhi as letras, mesmo todos me dizendo que humanas não me levaria à nada. Escolhi que vou ser escritor, mesmo todos acreditando que a única possibilidade de quem forma em Letras é ser professor. Escolhi amar, mesmo quando todos me disseram que 'aquela pessoa' não prestava. Escolhi ir embora, mesmo quando senti que era o momento que minha mãe mais precisava de mim. Escolhi chorar aos domingos, beber às sextas e sábados, odiar as segundas, ver filmes às quartas, acordar cedo pra prender sintaxe às quintas (Não sei se isso foi bem uma escolha). E já que aquele amor ali não deu certo, escolhi ser amigo, mesmo que às vezes não pareça. 
Entre perdas e ganhos, as decisões na vida te trazem aprimoramento para muita forma de relacionamento, e te fazem ver melhor a vida. Eu não escolhi criar um blog de auto-ajuda, eu escolhi criar um blog pra falar de emoção, de alegrias e tristezas, pra falar da vida. Me veja dessa maneira! 
22 agosto 2012

A felicidade e a batata-frita.


No auge dos 23 anos, me descobri hipocondríaco. Tá, eu já suspeitava disso, mas chega uma hora que você começa a surtar (Tô nessa fase). Daí eu me peguei mudando minha alimentação, colocando uma corridinha no meio da minha rotina (de ócio) e assistindo a programas sobre saúde. Ainda não sei se é um medo de algo muito ou pouco provável, só sei que quero é viver muito mais. E nessa trajetória toda, me vi perdido num mundo de anti-histamínicos, antibióticos, anti-inflamatórios e todos os antis do mundo que te protegem contra todas as possíveis doenças. Me senti de novo aquela criança com medo de tudo e de todos, que não punha os pés no chão pra não pisar num caco de vidro. Qual é o problema  em uma criança pisar no vidro? Tá, essa comparação serviria pra mim se eu não fosse neurótico e não sofresse de doença psicossomática. 
Me sentia como Alice, só que ao invés do país das maravilhas, me vi no país das drogas. Entre remédios e mais remédios, me vi entrando numa 'possível' dieta. E pela primeira vez na vida, ingeri legumes que eu nunca tinha ouvido falar. E nesse momento, a tal batata-frita foi deixada de lado, como uma roupa que não lhe serve mais. Tá, foi bom pra me provar que a vida existe além de uma batatinha, e que a felicidade ainda é possível. 
Metaforizando esse evento, lhe digo que talvez muita coisa que consideramos boa na vida, só nos faça mal. E sempre achamos que não é possível deixá-las de lado, só que eu vos digo que é possível sim. Depois de um tempo, aquela coisa se torna, pra você também, a tal 'porcaria' que todos lhe diziam. E mesmo que demore muito pra se acostumar sem a tal 'coisa', te dou a certeza de que você vai melhorar e ser feliz.  

10 agosto 2012

Sentimental.



Quando me peguei chorando ao assistir o programa 'Encontro', pensei que eu andava muito sentimental.  Bom, chorar na frente da TV pra mim não significa muita coisa, haja vista que chorei durante uma semana no final de 'A Vida da Gente', entre outros momentos clássicos no qual uma cachoeira tomou conta da minha face. A questão é que eu ando mais à flor da pele do que normalmente, e isso me incomoda. 
Às vezes acho que a depressão me venceu, mas penso depois: Quem ela não venceu? No mundo moderno ter depressão é clichê. Talvez porque sempre nos questionamos sobre o que nos tornamos. E sempre buscamos uma felicidade plena, sempre queremos estar com saúde, com ótimos relacionamentos e dinheiro no bolso. Quando nos falta uma dessas coisas, já se torna muito para trazer aquela dor, aquele peso nos ombros. Mas outras vezes, temos tudo isso e ainda assim não nos sentimos bem... Porque? Não sei, não sou psicólogo de mim mesmo, e muito menos do mundo. 
E dessa forma, eu vou tentando driblar meu sentimentalismo pra não afetar o vizinho. Afinal, é chato uma pessoa que só chora, que se emociona com qualquer motivo, que fica feliz por coisas banais. Pode ser que seja o tal do 'agosto', num curto muito esse mês... Ou que seja esse meu ócio que, realmente, não me faz bem.... Bom, caro leitor, hoje foi mais uma desabafo. Não acrescentei nada a você, e muito menos a mim... Foi só pelo simples prazer de escrever o que eu estou sentindo... 
08 agosto 2012

Quando eu crescer...



A gente sempre se questiona: O que eu vou ser quando eu crescer? E raras vezes chegamos à uma conclusão. Na realidade acho que nunca chegamos. Sempre nos perguntamos esperando encontrar a profissão ideal, onde eu vou conciliar o tempo do emprego com o horas de lazer, e ao mesmo tempo estarei satisfeito financeiramente. Mas isso é possível?! Não creio. Assim, atingiríamos a perfeição e o bom da vida são os obstáculos. Só que muitas vezes não questionamos quem nos tornaríamos como pessoas. Seremos melhores no futuro, ou mais despreocupados (ainda) com os outros? Seremos felizes sempre ou choraremos sem medo? Seremos mais amigos, mais parceiros ou mais individualistas? 
Esse tipo de coisa nunca perguntamos à nós mesmos. Talvez porque para o ser humano o 'ser' está mais relacionado com o 'ter', com as aparências. É melhor sabermos se teremos o carro do ano, se viajaremos para os lugares desejados do que saber se seremos pessoas melhores. 
Já que perguntar isso pra você mesmo é algo tão complexo, que tal viver à sua maneira, independente da idade?! Claro  que eu não concordo plenamente com essa teoria, mas se te faz bem, não ligue pro que eu considero certo ou errado. Afinal, quem vai viver a sua vida é somente você. E se eu te julgar por sair por aí bêbado (a) aos 30 anos é porque eu estou mal passado demais pra compreender sua jovialidade. Então, esse tal 'crescer' fica preso apenas à nossa mente e aos julgamentos de nossos amigos. E se eu me considero velho demais pra muita coisa, só lhes digo, caros leitores, se permitam... Até você crescer (por inteiro) se permita amar mais de uma vez... Se permita chorar vendo novela e sorrir de piadas idiotas... Se permita ter sempre 20 e poucos anos... Se permita beber demais e não ter consciência de seus atos... Se permita ser feliz antes de tudo... Só assim, você estará pronto pra crescer... 
07 agosto 2012

Feriado.



Peraí, não vou falar sobre São Caetano, motivo desse feriado tão 'inusitado' na cidadezinha de luz. Acho que não sou um católico praticante tão bom assim pra falar sobre religião. Acontece que já estou nessa vibe de 'whatever' para feriados e finais-de-semana faz tempo, só que hoje eu fiquei mais saturado do que o normal. Caro leitor, se você tem uma vida social acontecendo, parabéns! Porque acho que a minha está atrofiada há tempos. Me deparei com um nada pra fazer contínuo, sem fim. E pensei: Vamos mudar essa situação? Mas quem disse que deu certo! Os planos, falharam. E eu continuo aqui, diante do computador, com as nádegas oscilando entre a cadeira do pc e o sofá diante da TV. Ah, o ócio! 
E sabe o que é pior?! É perder o tesão nas noites de sexta ou tardes de sábado. Perder aquela vontade louca de um feriado prolongado onde eu possa achar graça em dormir ou ver TV. Dessa maneira, eu me sinto esvaindo junto com minhas vontades e alegrias. Não, meu amigo, não estou com depressão. Eu ainda sou feliz, gosto da minha vida e não posso o dia todo na cama (Minha leiga opinião sobre depressão.). Só que eu acho que eu precisava de mais estímulos, de novidades. No fundo, achei que a greve ia me fazer bem, e fez. Por algumas semanas eu estava satisfeito com a 'pausa' nos estudos, com um tempo para deglutir meu fracasso diante da sintaxe. Mas hoje já me questiono novamente: A greve está te fazendo bem? Não sei! 
Junto com esse questionamento, vem a ideia de que tudo vai voltar ao que era antes, e vem o medo da sintaxe, e a saudade de casa. Sabe, essa indecisão eterna do libriano?! Então... E no final, eu chego na mesma situação: Ir embora ou permanecer no mesmo lugar? Acho que pelo tanto de interrogação que eu usei no texto, dá pra perceber como ando em dúvida ultimamente. E talvez esse feriado só tenha me servido pra colocar à tona tudo que eu já pensava à respeito dessa perda de apetite e desse 'ir e vir' da vida. 
04 agosto 2012

Mochila nas costas.



Tentar falar de três anos em algumas linhas é uma grande responsabilidade, e eu sinto que estou incapacitado disso. Mas eu vou me arriscar nesse emaranhado e tentar refletir as perdas e ganhos nesses três anos que fizeram da minha vida algo totalmente novo! 
Eu botei meus pés naquele chão jamais sentido por mim, e com malas e mais malas, eu busquei novos ares. E num curto espaço de tempo eu conquistei tanta coisa, como amigos que eu pretendo levar para a vida inteira. E aprendi muitas coisas que vão além de fazer arroz, como por exemplo, amar. E eu chorei, descontroladamente, por medo e saudade. E as lágrimas também me impulsionaram nessa jornada, e não me deixaram desistir. 
Nas amizades achei a base para muitas das minhas jornadas. E foram caipirinhas, abraços e sorrisos. Foram músicas bregas ao redor da mesa, danças esdrúxulas (que não deveriam ser levadas a sério). Também foram brigas sérias, noites de insônia por remorso. Mas acima de tudo, foram as descobertas. Descoberta de que existem pessoas tão boas perdidas por aí, e que não é porque elas não me conheciam desde pequeno, que elas não poderiam ser minhas melhores amigas. Então, deixo minha gratidão à todos esses 'novatos' que me aceitaram da forma que eu era, que aceitaram minhas manhas e chatices, e que fizeram das minhas horas em Mariana, momentos mais felizes!
Mas se eles me deram a força pra continuar lá, eu também precisava da raiz forte pra me segurar às origens. E durante esse tempo, não posso deixar de lembrar dos velhos amigos que sempre permaneceram do meu lado, mesmo quando eu não mandava recados ou mensagens. Mas sempre que eu resolvia voltar pra casa, eles continuavam ali, de braços abertos. E se com alguns aumentei meu vínculo e com outros eu o perdi totalmente, foi porque o movimento da vida quis assim. 
Por fim, posso dizer que esses anos me fizeram aprender quem eu sou. Me fizeram descobrir do que eu realmente gostava, e melhor, aceitar o gosto dos outros, ver que não existem vários 'Patricks' por aí, cada um é cada um. E eu vivi sim, uma vida de estudante, horas utópicas como eu sempre quis, horas reais, como eu jamais esperava. E te confesso, por mais reclamações que eu tenha feito ao longo dessa trajetória, eu amo o simples fato de botar a mochila nos ombros e atravessar ruas de paralelepípedo com casas 'velhas' para ouvir histórias de amor e dor, e tentar entender um pouco da linguagem da vida.  
03 agosto 2012

Dedo de Deus.



Sabe quando você se pega querendo mudar a vida de todos à sua volta? Então, estou vivendo essa fase na vida. Achando que minha vida seria mais fácil se fosse a de outrem, ou simplesmente me adequando à teoria do 'se eu fosse você', mas levando ao pé da letra. Eu sei que está totalmente errado querer mudar o mundo. Poxa, não sou Deus pra conseguir esse feito! Mas me fala se você nunca se pegou pensando: Porque fulano reclama tanto de algo, se esse fosse meio maior problema eu já teria resolvido!  Pois é, os nossos problemas sempre são maiores, e a grama do vizinho sempre é mais bem cuidada. A realidade é bem diferente. Por mais que eu ache que as atitudes dos meu amigos sempre me contrariem, no fundo eu sei que tenho que aceitá-las, porque esse é meu papel. Porém, é tão difícil encarar o 'defeito' dos outros sem dar uma palpite se quer. Talvez essa minha prepotência, essa minha mania de me achar melhor e mais correto do que todos me façam tanto mal. Me faça ser uma pessoa pouco tolerante, que aceita pouco dos outros, e quando se trata de algo que me contrarie, eu ache melhor virar a cara e fingir que não é comigo. Vai ver que no fundo seja uma dificuldade em lidar com o que não está de acordo comigo, em lidar com pessoas que não façam o que eu quero. Mimo? Sim, não vou discordar. Só que no fundo eu ainda creio que eu tenha muita razão. Então, qual a dificuldade das pessoas em agirem de forma coerente?! Quer saber, no fundo essa minha discussão é em vão, porque eu nunca vou achar que as pessoas sejam tão incompreendidas com elas pregam e porque eu nunca vou conseguir mudar a forma delas pensarem. Pois se até Deus não usa de sua magnificência para com o ser humano, dando lhes o livre arbítrio. Logo, quem sou eu para discutir e tentar fazer com elas enxerguem o que eu consigo ver sozinho?! A realidade é clichê mesmo, e devemos aceitar nossos amigos do jeito que são. E talvez, quando sentirmos que o abismo só cresce entre nós, acenar de longe com as mãos como uma forma de ao menos ter tempo para uma pequena e sutil despedida! 
02 agosto 2012

Pai.



Há três anos minha vida mudava radicalmente, em meio às malas para eu ir embora pra Mariana eu tive que enfrentar uma das maiores dores da minha vida:  a perda de meu pai. E hoje quando olho pra trás, não sinto que tenha passado tanto tempo. A imagem dele ainda parece presente, sua risada ou suas broncas. Mas acho que a vida é assim mesmo, devemos nos acostumar com as perdas, mesmo que elas sejam mais presentes do que imaginávamos que seriam. 
Talvez a dor maior em mim tenha sido pela maneira como ele foi tirado de mim. Sem ter tempo pra falar pra ele do seu real valor ou mesmo sem demonstrar pra ele o quanto ele era importante pra mim. Não digo que eu tenha sido um péssimo filho e nem estou dizendo que morro de remorso por algo que eu tenha feito, acho que é mais uma coisa de não ter podido falar um 'até logo'. 
Eu tentei por vezes ser frio (como na maioria das vezes eu fui) e enxergar as coisas como algo que deveria ser vivido, e na realidade foi isso mesmo. Eu tinha que passar por aquela perda, pra quem sabe passar a valorizar mais as coisas, quem sabe poder dizer mais pra pessoas o quanto elas são importantes pra mim. Claro, que se eu pudesse mudar as coisas, não diria que essa perda seria necessária, eu faria algo por mim mesmo, com meu pai do meu lado. Mas por vezes, só sabemos questionar o que nos foi imposto. Eu acredito que Deus não te dá um peso maior que do que força que consegue aguentar. E comigo não foi diferente. Aos 20 anos, eu aprendi realmente o que é viver, o que é sofrer, o que é chorar e o que é precisar de colo. Tarde ou cedo demais? Não sei. Mas a dor foi grande demais e as consequências drásticas também. E se depois da sua morte eu chorei pouco, foi porque no fundo eu sentia que ele sempre estava me dando um empurrão e dizendo: Vá viver, vá crescer! E nesses anos que se passaram eu posso dizer que se não me senti sozinho por inteiro, é porque muitas vezes senti meu pai junto de mim. 

Pai, sinto saudades, mas no fundo sei que tudo está bem com você! 
31 julho 2012

Supernova.



Hoje me peguei pensando no movimento da vida, enquanto assistia a mais um episódio de 'The O.C.', e vi que às vezes precisamos vivenciar muita coisa pra dar valor no que está ao nosso lado. E comigo também é assim. Eu perdi muita coisa pelo caminho, e não digo que estou arrependido, mas acho que algumas coisas poderiam ter sido diferentes. Só que não foram. E não estou aqui para lastimar o que ficou pra trás. Na realidade, eu ainda acredito que se algo tem de ser meu, ele será, mesmo que demorem anos, mesmo que seja necessário ocorrer mais perdas. E perder muitas vezes é acrescentar. Acrescentar uma dose de maturidade em nossa vida, um dose de responsabilidade. Na realidade estamos nos dispondo a viver as dores para saber futuramente o que vem a ser a cura, a sobriedade. E hoje, com o peso da idade eu posso garantir que os destroços que ficaram pela estrada só vieram a aumentar as peças do hoje na minh'alma. Derramar lágrimas em cima das perdas não trará tudo de volta, por isso acho que devemos nos permitir ser mais felizes, sem aquela necessidade da plena alegria. Quem disse que não sofreríamos? E quem disse que a vida seria melhor sem problemas? Pois bem, chorar tem seu valor, pra que, quando você quiser gargalhar, isso não se torne algo comum. Quantas pessoas mudam todos os dias, quantos sonhos se concretizam ou se perdem todos os dias? E mesmo assim damos sequência, na esperança de logo menos podermos sorrir de novo e descobrir o verdadeiro significado da felicidade. 
28 julho 2012

Um brinde à nostalgia.



Hoje me peguei pensando na infância. Nos anos que se foram e não voltam mais. E o mais engraçado é que naquela época eu odiava tudo. Sabe aquele cheiro de suco que te remete à imagem da lancheira do Cebolinha?! Pois é, por anos eu não conseguia sentir o gosto do pêssego, por me remeter aquela época. Hoje além de conseguir ingerir o tal do suco de pêssego, consigo absorver também o quão boa era minha vida (antes tarde do que nunca). 
E como era bom passar horas posicionando peças do playmobil, e não dar tanta importância pra TV (apenas parar para comer biscoito salgado assistindo 'Vale a pena ver de novo'). E sair pra pescar, sem se quer saber o que era isso, com meu pai e meus primos. E ali, perder horas, mesmo que a grama alta me incomodasse. E mesmo quando acabava o Carnaval, dávamos sequência a ele quaresma adentro (Porque não considerávamos isso algo pecaminoso, éramos crianças). 

Sentir saudade de quando Brasópolis parecia muito maior (e mais movimentado) do que hoje. Quando da estação até o hospital, pareciam duas cidades. Daí eu penso: Éramos felizes e não sabíamos?
Creio que sim. Acho que a felicidade pela qual tanta ansiamos está diante de nossos olhos muitas vezes e nem conseguimos perceber. Porque felicidade é coisa simples, é gosto simples. E por eu conseguir ver que coisas banais do passado me fizeram feliz, eu fico satisfeito. Porque eu vivi, e porque ainda hoje consigo dar importância ao pôr-do-sol, consigo ver alegria em sentar às seis da tarde para ver a noite chegar aos poucos. Consigo ver alegria nas pessoas passando por mim e no simples fato de imaginar como será a vida delas. Porque estar é vivo é muito motivo para se ser feliz. E sentir saudade apenas faz crer que nossa vida valeu a pena. Por isso, hoje dedico um brinde à nostalgia. Afinal, recordar e VIVER.  
17 julho 2012

Perfil.



Quem sou eu? As redes sociais me fazem essa pergunta e eu também me faço. Afinal o que eu quero e busco nesse breve período de tempo e espaço que se chama 'minha vida'? Ah, sei lá. Tem horas que acho que gosto do azul, mas o vermelho parece mais característico com a minha pessoa. Mal de libriano toda essa dúvida?! Talvez. 
Mas ontem me peguei pensando no que eu realmente queria ser. O que eu realmente quero da minha vida? Às vezes temos de fazer essas perguntas chatas a nós mesmos. Eu não quero me tornar uma pessoa vazia, que só visa tirar lucro de tudo e todos. Mas ao mesmo tempo não tenho perfil para lutar por grandes causas e tentar mudar o mundo. Pra mim isso é utópico e utopia não faz meu estilo. E nessa minha breve caminhada, já tentei ser tanta coisa: hippie pós-moderno, alternativo num grau médio, mauricinho sem muitos propósitos. Mas quer saber?! No fundo não consegui ser nada disso. Porque as tribos não se encaixava em mim e vice-versa. Ultimamente me identifiquei muito com o que chama de hipster, onde o objetivo é não gostar do que todos gostam, basicamente. Pra falar a verdade sempre fui assim. Nunca consegui ter a mesma roupa que todos usavam, nunca consegui ouvir a música porque todos ouviam, e simplesmente, odiava quando alguém tinha algo que eu tinha planejado ter ou mesmo, tinha. Repudio a falta de personalidade. Se o mundo tem tanta opção, porque todos têm que gostar da maçã?! E sempre devemos estar aberto às opções, e sempre experimentar coisas novas e quem sabe assim consigamos equilibrar nossos gostos. Talvez seja bem o que disse Renato Russo: "Gosto de São Francisco e São Sebastião, e eu gosto de meninos e meninas". 
Por fim, como conclusão dessas horas de pensamento eu só posso dizer que estou numa fase de riscos. Talvez me jogar no desconhecido seja necessário. Quem disse que as grandes mudanças na vida das pessoas só existem nas novelas? Ninguém. E se eu simplesmente quiser viver uma vida como da ficção, quem vai me proibir? Até porque achar graça em pôr-do-sol e nos discos de vinil eu já acho. 
15 julho 2012

Ser homem.



Hoje é dia do homem no Brasil, e se você, assim como eu, é um homem pensante deveria ser questionar a respeito do que é 'ser homem' pra você. Talvez ainda precisemos de colo, como quando éramos crianças, e não é por isso que nos tornamos menos homem. Também não é porque choramos em um filme ou quando, simplesmente não sabemos resolver uma situação mais complicada do que o normal que não sejamos homens. Ser homem é mais do que isso. É encarar suas responsabilidades, suas escolhas, e enfrentar o mundo se preciso for preciso pra mostrar do que você é capaz. Ser homem é saber ser pai sem ter manual de instruções, saber ser filho na hora de agradecer. Ser homem é ficar balançado diante de alguma situação de escolha por medo das consequências. E amar inconsequentemente também faz parte de ser homem, porque somos sim, seres racionais, mas nem por isso estamos livres de nos apaixonar, pois antes de tudo somos seres humanos. 
E existem vantagens em ser homem. Não menstruamos, não sofremos com a dor do parto. Enfim, temos de achar algo de bom no fato de sermos homens (brincadeira). E nos tempos modernos, os homens têm uma liberdade tão grande que chegamos a questionar: Até onde isso vai? Eles se maquiam, se depilam, cuidam da casa enquanto as esposas vão à luta. #InversãoDePapéis.
Bom, ser homem é complicado, talvez até mais do que ser mulher. Tem vezes que temos de nos mostrar pro mundo como rochas, imbatíveis, não suscetíveis à qualquer movimento brusco do tempo (ou dos problemas). Mas no fundo, dentro de nós mesmos, desabamos sem sentir se quer o chão e sem saber até onde conseguiremos chegar sem o auxílio de alguém. Talvez façamos isso por orgulho apenas, só pra dizer que somos homens e estamos prontos para qualquer imprevisto da vida. Mas no fundo não estamos. Não sabemos lidar com as perdas (sejam elas de pessoas vivas ou mortas), não sabemos lidar com frustrações, não sabemos lidar com fracassos. Às vezes era melhor se tivéssemos coragem suficiente para falar: Eu errei! e pedir colo, pedir conselho. Ser homem é isso, é aquilo. Ser homem não é apenas beber cerveja em qualquer boteco, assistir a jogos de futebol e urinar de pé. Então, se você é homem, sinta-se feliz hoje; se é mulher saiba que você é fundamental na vida de qualquer homem, seja pai, irmão, filho, tio, marido, namorado, avô... 
14 julho 2012

Emocionalmente Instável



Então, eu acho que essa expressão define bem o momento pelo qual eu estou passando. Não sei mais do que gosto, nem sei mais o que eu quero. Tô mais temperamental do que normalmente. Chorando no final de séries, rindo a toa de coisas banais, brigando com os amigos sem se quer ter um motivo. Tô indeciso (isso já é normal), mas acho que a indecisão tá mais intensa nesses dias. Eu queria pegar o primeiro ônibus de volta pra Mariana, na esperança de que tudo melhore. Mas no fundo sei que isso só iria adiar meu problema, ou torná-lo diferente: se tornaria problema estar longe de casa. Então, eu estou parado, no meio de uma multidão que vai e vem, que chora, sorri, enfim, que vive realmente. Estou sozinho no meio dessas pessoas, sem saber por qual caminho seguir ou o que fazer com a minha vida.
Não posso falar que estou insatisfeito com as coisas que têm acontecido. Muito pelo contrário, estou feliz com o rumo que tudo está tomando. Talvez seja só um momento mesmo, talvez seja só uma fase complicada, sabe-se lá porquê.
Bom, eu hoje resolvi postar aqui hoje como uma forma de desabafo. Apenas na expectativa de que melhoraria meus sentimentos. Mas no fundo, tô do mesmo jeito. Estranho, com uma sensação de vazio e ao mesmo tempo um desespero. O fato é que no fundo, temos que passar por tudo que a vida nos oferece, sejam os bons e os maus momentos. Eu sei que frase feita a essa hora do dia não engrandece a alma de ninguém, mas eu insisto em falar isso pra mim mesmo. Quem sabe eu consiga entender que tudo pelo que estou passando, seja para melhorar algo dentro de mim.
12 julho 2012

(des) prazeres


A gente sempre se pega questionando nossos gostos, não? Pois é... Então, acho que parar pra observar nossos gostos nos torna melhores conhecedores de nós mesmos. Quanto a mim, gosto de muita coisa, apesar de parecer o contrário. De comida, por exemplo, nada como uma temporada fora da casa da mamãe pra te fazer aprender que quiabo é também uma coisa boa (ainda mais acompanhado de frango). E que ir para o fogão pode te entreter, e porque não, se tornou um dos meus maiores passatempos. Aprendi muito sobre mim depois que fui morar fora. Por exemplo, que a solidão (forçada) não é tão gostosa assim.
Ah, tem também aquelas coisas que não são necessariamente boas, mas que te fazem lembrar de momentos bons da vida. No meu caso, geralmente, tem a ver com televisão; talvez pelas longas horas perdidas diante da caixa de asneiras. Como biscoito salgado com leite e nescau me lembram "A Indomada" e vice-versa ou 'Mulheres de areia', 'A viagem' e Paradise de Coldplay me lembram minha mãe. Coisas que às vezes consideramos bobas, mas que quando se encaixam fazem um tremendo sentido. 

Tem também aquelas coisas que toooodo mundo ama, menos eu. (PARA) Não sou do contra, ok?! Mas tem umas coisas que não consigo gostar, como sonho (o pão doce). E ao mesmo tempo gosto do que todo mundo gosta: chocolate, Coca-cola, estourar plástico-bolha, ficar hooras vendo a vida passar no Facebook ou na frente da TV me envolvendo com as novelas, gosto de filmes e de ficar horas na locadora, de comer maionese, séries, twittar, gosto de fotografia, mas nunca tentei investir nisso. Gosto também de pintar telas, de músicas, lasanha, trilhas sonoras... bla bla bla... Se todos gostam, vocês devem saber né?! 
E durante nossa rotina aprendemos também a apreciar coisas bobas, como um bom brigadeiro no sofá da sala, num dia de inverno; ou um bom banho duradouro nos dias de verão - o que me leva a pensar também que eu odeio banhos públicos (piscina, cachoeira e afins), nessa hora me sinto menos brasileiro por isso. 
Vamos aos desprazeres: Odeio coisas comuns também, como filas, atividades físicas, computador travando, TV fora do ar, acordar no meio do sonho, sair de casa em dias chuvosos, verduras, funk (Meu desabafo)... E coisas estranhas também: café doce, feijão/arroz com macarrão (argh), refrigerante de uva...
Enfim, gosto de muitas coisas e desgosto de outras. Mas acho que no fundo a vida é assim né?! Imagina que sem graça se todos gostássemos da mesma coisa?! E só pra finalizar, eu odeio gostar do que todo mundo gosta e eu adoro postar nesse blog.
07 julho 2012

¿Imparcialidade?


Há tempos me questiono sobre essa palavra que, eu juro, não consigo achar uma definição apropriada. Bom, definir até definimos, mas crer que isso realmente existe é algo meio questionável. Vemos todos os dias noticiários e gente palpitando sobre tudo e todos, seja na TV, rádio ou internet. Mas o que faz crermos que a opinião deles é a mais adequada? Você acredita que exista alguém imparcial nessa vida? Porque eu duvido muito. 
Uma coisa muito interessante que se arrasta pelos tempo é a insistência da população em dizer que a Rede Globo manipula os brasileiros... Como podem aceitar e ainda difundir tal ideia?! Isso só faz demonstrar que os brasileiros são seres ignorantes incapazes de criar uma opinião própria a respeito de algo e vivem a mercê de uma emissora de TV. Daí vem a tal da Record, bater de frente e mostrar que não quer manipular a população, porém não perde uma oportunidade de esfaquear a emissora carioca alegando vários erros que a mesma vem a cometer logo depois. Será um karma todas os canais terem de viver à sombra da Globo?! Bom isso já não vem ao caso, apenas citei esse fato pra exemplificar algo que eu, sinceramente, não consigo entender. Manipulação, imparcialidade, etc. Coisas que a mídia faz questão de sempre enfatizar. Mas porque não invertermos o olhar, e vermos por trás do que é a mídia. Quem escreve, quem fala, quem pensa por trás de um computador? Não sabemos e talvez nunca saberemos. Mas porque achamos que podemos acreditar naquela pessoa X? Daí você vai vir com aquele papo de que ela estudou pra isso e blá, blá, blá... Tá, eu sei, mas eu nunca vi em nenhuma grade de curso de comunicação uma disciplina que ensine a ser imparcial.
A tal da imparcialidade está intrínseca no ser humano. Nunca vamos deixar de colocar nossos gostos e vontade ao darmos a opinião sobre determinado assunto. Nunca vamos deixar de ter favoritismo por algo ou alguém. E numa discussão, raras vezes vamos estar totalmente certos, porque até o que é certo e o que é errado é relativo. Às vezes acho que o interessante da vida é isso: debater, discutir e chegar (ou não) em alguma conclusão. Por isso todos deveríamos colocar uma camiseta com enormes dizeres:  SOU IMPARCIAL SIM E DAÍ?! (O 'sim e daí' é clichê, mas eu gosto); e deixar de lado essa picuinha com os maiores jornais ou emissoras do país. Vamos ser (ou ao menos tentar) mais inteligentes e não sair por aí falando que somos MANIPULÁVEIS e que qualquer pseudo-jornalista (já que o mundo tá cheio de pseudos) vai mudar nosso pensamento.  
01 julho 2012

Boa noite.


Eu não tinha (e ainda não tenho) nada em mente para escrever, mas eu queria muito publicar algo. Logo pensei em alguma coisa sobre a noite, porque eu gosto da noite e porque nesse momento estou envolto por ela. À noite tudo parece mais real, mesmo me opondo do que os outros pensam. Eu penso que as pessoas não têm medo de serem elas mesmas quando a tarde cai. Porque a noite parece que tudo é permitido. Mesmo quando fico em casa, cercado por todos os lados de 'nada pra fazer', eu me sinto bem à noite. Ao passo que durante o dia me sinto agitado quando não há algo que me apeteça. 
Hoje estou em casa, mofando ao som de trilhas sonoras de filmes velhos. Mas quer coisa melhor do que isso?! Bom, não acho raros momentos como esses, mas mesmo sendo rotineiros eu insisto que os amo. É engraçado ficar sentado na frente do computador por horas, vendo as 'janelinhas' de notificação do Twitter subindo toda hora, à noite. Parece que as pessoas querem mostrar que suas vidas estão agitadas e que muito há para se fazer num "sábado à noite"; ou existem ainda aqueles (como eu) que preferem divulgar sua solidão, seu tédio ou simplesmente seu 'casa, brigadeiro e TV'. 
Mas durante essa narração de coisas banais que vos faço, pensei: Se não tenho tanto ânimo ou não vejo necessidade de sair de casa num sábado à noite é sinal que estou ficando velho?!

(pensativo)

Conclusão?! Nenhuma. Afinal, quem disse que velho que fica em casa sábado à noite?! (Tá, essa pergunta não solucionou esse X da questão em minha cabeça) Bom, acho melhor eu falar de outra coisa referente à noite. Voltemos às redes sociais. Acho estranho o porque da frequência do Twitter ser aumentada, enquanto a do Facebook é diminuída. Merecia uma pesquisa isso, hein?! (Que falta do que fazer.) Mas o mais engraçado dessas redes é quando a madrugada alta chega e as 'pessoas' também chegam - bêbadas e falando incansavelmente asneiras que a gente promete tentar não se lembrar no outro dia. Mas quando você é a tal da pessoa chata, alcoolizada e insistente, esquece, aquela pessoa não vai esquecer das letrinhas sem nexo subindo no seu monitor.
Bom gente, entre baboseiras de rede social e uma visão do perfil do povo que mora num lar chamado 'sábado à noite' eu acho que vou parar por aqui. Minha trilha sonora já mudou (Tô ouvindo do filme "Begginers" nesse momento) e sinto que não tenho mais uma só palavra pra postar; entãoooo só tenho que lhe desejar uma BOA NOITE... 
29 junho 2012

Ah, sexta-feira...


Se tem um dia na semana que é adorado por todos é esse: Sexta-feira! Bom, talvez ele tenha esse gosto a mais do que o 'sábado', porque você tem aquele 'gostinho' de sair do emprego/aula e se sentir livre. Pois é, acho que esse é sempre o diferencial na vida. Porque às vezes o momento em si não é o mais legal, o mais feliz. Acho que o que nos dá mais satisfação é a ESPERA. Já percebi isso várias vezes como nas vésperas dos Carnavais ou das férias. Já percebi que sou mais feliz esperando na rodoviária de BH do que na minha casa, propriamente dita. Acho ainda que somos mais felizes nos ensaios de bateria no bar do Dito, do que no Carnaval mesmo. Além desses dois eventos que me veem em mente nessa hora, existem muitos outros que se equiparam.
Mas como estávamos falando de sexta-feira, vamos lembrar que hoje é aquele dia da expectativa. Alguns esperam encontrar um novo amor ou talvez o tal do 'ex my love' mesmo, a fim de resolver o mal entendido do passado quem sabe; algumas pessoas esperam a cama e o edredom e hora de sono ininterrupto; tem quem não espere nada, é adepto do 'carpe dien' (Ok então!). Eu mesmo nunca espero muita coisa. Quando estou em Mariana, só espero sair de casa; odeio noites de sexta sozinho no meu apartamento, na companhia da TV somente. Quando estou em Brasópolis consigo não ter muitas expectativas, não espero muita coisa de uma noite de sexta; talvez porque todos os dias pareçam iguais aqui. Mas tem dias em que dá aquela vontade de encher a cara como se não houvesse amanhã, de sair dançando mesmo que não haja música, de beijar quem e quando 'me der na telha'. Tudo bem, afinal "vontade é uma coisa que dá e passa". 
Hoje eu vou sair, beber sem compromisso, e assim, sem compromisso mesmo quero apenas viver a noite e esquecer a monografia os problemas; esquecer aquelas coisinhas chatas da semana; vou ser feliz do meu jeito, sem expectativa, sem muitas esperanças de ser a melhor noite do mundo, apenas SER FELIZ. 
27 junho 2012

Amor: Manual de Instruções


Que tal falarmos de amor?! Mas o que, necessariamente?! Não sei, afinal, ando meio confuso com relação ao que é AMOR. Mas falo de todo tipo de amor, entre homem e mulher, entre duas mulheres, entre dois homens, entre pai e filhos, entre mãe e filhos, entre irmãos, entre amigos, entre todas as possibilidades de relação que o universo nos proporciona. 
Errar para com quem amamos é comum, todo mundo o faz. Logo, quantas vezes não nos questionamos: Porque não existir um manual de instruções para o uso do 'amor'? Amar não é fácil, nunca foi e nem se tornará fácil futuramente. Porque o amor envolve mais de uma pessoa, e necessariamente mais de uma emoção. E tudo que envolve dois pontos de vistas, acaba se divergindo lá na frente. 
Muitas vezes damos mais do que recebemos no amor. Nos envolvemos, choramos, gargalhamos e agimos como se tudo fosse acabar naquele instante; ao passo que a outra pessoa parece distante e para simplesmente lhe dizer um 'vamos dar um tempo' é questão de segundos. Mas outras vezes podemos estar no lado oposto dessa rota, pode ser que nós mesmos nos cansemos de um 'certo alguém' e resolvamos viver livremente, sem nem se quer pensar em como vamos apertar a tecla STOP daquela história. Mas dizem que amar é isso... Se jogar de cabeça em algo novo, mesmo que o novo não chegue muito longe. Então, me doar por inteiro ou lançar mão de uma relação em decorrência de um novo amor é 'me jogar de cabeça no novo'.
Vai ver que é por isso que dizem que amor de mãe é o maior do mundo. Porque ela divide sua vida com a gente, se vê impedida de muitos movimentos bruscos, se vê pesada, chorosa, com náuseas. E mesmo assim, nos ama incondicionalmente. Nos ama quando acordamos, choramos, defecamos, quebramos vasos e até em situações mais complicadas. E o mesmo amor prevalece quando ela nos vê virando a esquina e dizendo ADEUS, sem saber quando ou como voltaremos para aquele lugar que um dia chamamos de lar. Ah, mas esse amor entre pais e filhos não precisa de manual. Às vezes nós, filhos, cometemos uns errinhos, assim como eles, mas são raros os casos em que essa relação se perde por inteiro. 
Bom, amor entre irmãos não é meu 'forte'. Sou filho único, não entendo muito aquela coisa de dividir os brinquedos, compartilhar os momentos com alguém que seja da sua idade e tenha seu sangue. Mas acho que com o tempo, adquiri quase-irmãos; amigos que eu tenho certeza que eu posso contar e sei que posso levar pra toda a vida. E amor de amigos é aquela coisa, né?! Muitas palavras desnecessárias, muitos afetos sem pleno entendimento, muitas confissões de coisas que achávamos que ninguém nunca saberia, mas que nossa 'boca grande' não se aguenta e desaba, afinal é NOSSO AMIGO. Pois é, acho que o amor de amizade aparece naquele pôr-do-sol sem muita expectativa. Aparece naquelas horas em que você se vê perdido, mas de repente alguém te dá um tapinhas nas contas que parece soar como um 'Conta Comigo'. Aparece naqueles filmes dignos de sessão da tarde, com pipoca e guaraná; ou naquelas noites frias onde o objeto de desejo de ambos passa a ser uma vodca de 8 reais. O amor entre amigos é quase um casamento, ele se preserva na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza. E na sua vida aparecerão vários amigos, mas o 'amor' de um amigo de verdade você vai saber identificar, sem precisar do tal do Manual e Instruções.
Por fim, paro e penso que meu texto pode ter sido em vão. O amor nem sempre precisa de um manual, ele precisa ser vivido em toda a sua forma. E acho que assim como os outros sentimentos que vão se aperfeiçoando com o tempo, ele vai, hora ou outra, se tornar sublime. Não como um filme ou como um conto com final feliz, mas ele terá seu valor e você poderá dizer que AMOU de verdade e não mais questionar esse sentimento.
23 junho 2012

Estado Civil (?)


É engraçado como às vezes não sabemos definir qual é nossa situação. Pois bem, se beijamos alguém em um dia, foi apenas 'ficar'. Mas e se esse 'ficar' persistir? Bom, daí complica, né?! Porque não queremos que parta de nós mesmo questionar esse pseudo-relacionamento. Mas muitas vezes nossa insegurança, e talvez desespero nos leva a questionar o 'ser' com quem estamos nos envolvendo só pra obter uma resposta, mesmo que não seja a mais desejada... 
Mas afinal, o que é um RELACIONAMENTO SÉRIO no mundo moderno? Ainda não sei e se você souber, por favor me fale. Nos envolvemos com desconhecidos (porque se for conhecido provavelmente será seu amigo (a) e você já não vai alimentar o mesmo sentimento, a não ser que esteja em uma comédia romântica norte-americana), nos doamos para essas pessoas e muitas vezes nos frustramos. Outras vezes somos nós a causa da frustração alheia. Pois bem, se hoje em dia mudar o status no Facebook significa muito, imagina mudar o status em nossa cabeça?! Sempre volto a me questionar: Patrick, você está preparado para amar? E nunca encontro a resposta. Pois entre os prós e contras, eu fico estagnado na incerteza e sempre volto ao 'E se... '. E se eu me apaixonar mais do que a pessoa, e se eu me envolver e chegar lá na frente levar um 'pé na bunda'? E se eu cansar da rotina ao lado daquela pessoa? E se... E se... E se... Somos mesmo feitos de dúvidas e receios, um medo de que a outra estrada, naquela bifurcação pela qual passamos, fosse melhor do que o caminho que escolhemos. Mas dessa incerteza nunca obteremos resposta, porque o passado tá lá, guardado, seja ele bom ou péssimo. 
Mas, voltando ao tal do estado civil (acho esse termo antiquado, mas vou usá-lo mesmo assim), quando eu posso dizer aos quatro ventos que estou NAMORANDO? Bom, para não ser precipitado demais e falar de algo que ainda não é certo, é melhor ouvirmos da boca da pessoa com quem estamos nos relacionando, um enorme: SIM, ESTAMOS NAMORANDO! ou melhor ainda:  QUER NAMORAR COMIGO?... Assim teremos a certeza de não forçamos a pessoa a falar aquele 'estamos namorando' para não te deixar sem graça. Mas às vezes cansamos dessa enrolação toda, desse bla, bla, bla... Ainda mais quando um amigo chega até você e te pergunta: E aí, tá namorando?! - esperando uma resposta certeira e você fica com cara de bobo, pensando em qual seria a melhor resposta.
Pois bem, entre o primeiro beijo e o namoro existe um abismo, onde podemos cair abruptamente ou podemos ser salvos pela mão daquele pessoa na qual depositamos tanta confiança ao longo daquelas 'ficadas' sem propósito ou sem muita expectativa. Bom, eu só espero que demore muito, mas muito tempo até que começar a me questionar quanto à hora de fazer/receber uma proposta (indecente) de casamento... 

22 junho 2012

fazer ou não fazer.



ah sim. nem vem com essa de ser ou não ser. o negócio é mais embaixo.

e foi escutando aqui e ali que eu começei a pensar. no tanto de coisa que a gente tem que deixar de fazer pra ter crédito. é crédito com os pais, com os amigos, namorado. a gente não pode chegar em casa depois do horário combinado pra não perder moral (e carro!). não pode ficar com uma moçoila (linda, inteligente e tudo mais) pq um grande amigo se dizia apaixonado por ela a três anos atrás. se tiver namorado então... não pode deixar de ligar quando chega em casa, pq senão deixou de amar (ou de ter namorado, depende do nível do drama!). não pode ficar com o cara (que você tá de olho há um tempinho bom..!) na noite que ele veio puxar papo pq depois ele não vai querer mais nada com vc. vira mulher de uma noite.

é tanta regra. na verdade eu acho que as regras são tantas que dá até vontade de quebrá-las. é. pq chega uma hora que a gente não dá conta de se moldar. chega uma hora em que a vontade fala mais alto. chega a hora do "pagar pra ver". e são nessas horas que a gente descobre um pedacinho diferente da gente... um pedacinho de força, de cara de pau, de loucura (ou de pinguço mesmo, vai!). talvez o "pagar pra ver" dê resultado. um resultado surpreendente... liberdade, namorado novo, expansão de horizontes, novo amor, conversas (ah sim, conversas..) - nem que seja pelo msn.

agora é só cruzar os dedos.

#prontodesabafei.




(Postado originalmente no Blog 'Uma noite e meia' de Luiza e Patrick, por Luiza Geoffroy)
16 junho 2012

Convencional

Quando eu vi meus amigos gostando de rock contemporâneo e pop moderno ao passo que eu estava curtindo bossa nova, confesso que me achei estranho. A partir dali fui descendo a ladeira do desconhecido e invadindo as casas da estranheza. Percebi que convencional era uma palavra que não combinava comigo. 
Não, eu não sou ousado, atrevido ou coisas do gênero. Só tenho um gosto (meio) peculiar. Só viso um estilo de vida incomum. Amar pra mim sempre soou como algo ficcional demais, é bonito, mas na realidade o amor é tão abstrato que acaba explodindo no ar, como uma bolha de sabão. E não sabemos ao certo se foi verdade ou só mais um elemento de nossa mente necessitada de carinho e afeto. Logo, com esse pensamento acho pouco provável eu encontrar um 'amor eterno', com isso, me vejo no futuro sozinho e acho graça nisso, gosto disso. Mas aí surge um outro problema que mais uma vez foge do convencional, queria ter filhos. Mas como, se a burocracia corrompe os dispostos a se doar para um criança, impedindo um pai solteiro de adotar uma criança. Sendo que no Brasil é enorme o número de crianças em orfanatos. 
Pois bem, esses empecilhos da vida me fizeram ver que é melhor ser comum. É melhor gostar do que todo mundo gosta, mesmo que seja chato, mesmo que seja maçante. E assim me perco no paradoxo de comum x estranho. O que é comum aos meus olhos talvez seja estranho ao dos outros. Mas a definição de CONVENCIONAL é sempre a mesma. E ao mesmo tempo, não existe definição para tal palavra sombria no mundo moderno de diversidades e gostos exóticos. 
Mas no fundo eu queria ser um homem comum. Eu queria sair aos domingos com a família, almoçar fora, passear no parque e derrubar sorvete na blusa branca. Mas não sou assim. Sou o tipo que acorda tarde, almoça sozinho, se desmancha no sofá diante de um filme de Buñuel e prefere sorvete de pistache à creme. 

Só por um dia eu queria ser convencional pra sair da rotina dessa vida incomum. Sim, é contraditório. 
01 junho 2012

Um pouco de tudo e muito de nada.

Apenas olhei a folha em branco. Sem saber como começar, ou mesmo sobre o que escrever. Mas insisti. E percebi que estava vivenciando uma metáfora da vida. Afinal, no nosso dia-a-dia somos assim, temos de insistir, de seguir em frente, independente dos empecilhos. E dessa forma, damos sequência a todos aqueles movimentos do cotidiano que fazem parte da minha, da sua, da vida de cada pessoa.
Certa vez, me lembro dos seguintes dizeres: 'O mundo não para pra gente sofrer'. E aquilo ficou na minha mente, de certo modo, achei frio da parte de alguém dizer isso. Mas eu não podia imaginar que isso seria colocado em prática por mim, anos depois. O mundo não parou, pelo contrário, ele girou mais rápido ainda. E ainda gira, mesmo que nessa sua louca trajetória, algumas pessoas tenham caído pela estrada e ficado pra trás. Pois precisamos continuar. 
E continuando, vamos criando novos laços com a realidade. Vamos nos libertando daquele elo com o passado, e com nossas dores. E vamos colocando letras naquela folha em branco do começo do texto. Vamos ligando uma às outras e assim criando algo novo. Algo que queremos que todos percebam, que queremos que todos partilhem do mesmo sentimento que nós quando o fizemos. 
Temos amores com o simples propósito de dividir nossa vida com alguém. Talvez porque seja difícil demais vivê-la sozinho. Temos filhos com o intuito de dar o amor que está transbordando dentro de nós, e para que no futuro possamos ser amparados por alguém sem nenhum interesse. 
Mas entre uma sílaba e outra, entre uma palavra e outra, talvez nos desviemos do caminho 'certo'. É aí que existem pessoas como eu, que talvez não tenham filhos, que sentem que a solidão ainda é, talvez, o melhor remédio. Pessoas que não vieram ao mundo para compartilhar sentimentos, mas apenas para compreendê-los, assimilá-los. 
Por isso sempre digo que eu escolhi ser AMIGO. Escolhi escutar as lamúrias do final de um relacionamento ao invés de chorar no ombro de alguém. Escolhi assistir a filmes sem nenhuma intenção física ou emocional. Escolhi dar afeto para pessoas que invadiram minha vida e mexeram comigo de uma forma doce. Sim, eu escolhi! Mas não significa que a vida vai me proporcionar tudo dessa maneira. Assim como eu cheguei em algo que eu nem imaginava quando me pus a escrever, a vida pode me levar para um caminho que eu jamais tenha podido imaginar. 
E por fim, digo que a folha em branca está sempre disponível. Para escrever da maneira que quisermos e acharmos melhor. O que vale é a maneira como vamos preenchê-la. O que vale é o que de bom (ou ruim) colocaremos nela. O que vale chegar no final de várias páginas escritas e dizer: VALEU A PENA!
22 maio 2012

É dor que dói e não se sente...

Eu ando meio indeciso quanto a absolutamente tudo na minha vida. Sabe aquele fase em que você começa a se questionar se todas as decisões que tomou foram realmente as mais corretas?! Pois bem... Eu estou vivenciando isso.
É um descontentamento com tudo (e com todos), como se nenhum lugar fosse bom o suficiente pra mim, ou se ninguém me fizesse suficientemente feliz. Talvez eu devesse buscar novidades na vida. Mas se sempre que eu me sentir assim, eu for tentar algo novo, serei sempre um frustrado em busca do mundo perfeito.
Calma! Sim, era disso que eu estava precisando! Calma pra ver o quão bom é tudo ao meu redor, o quão boa é minha vida. Tá, parece que eu sei disso tudo. Mas mesmo assim não sinto que estou completo. Sinto um vazio, uma falta de vontade de fazer qualquer coisa. 

Talvez, esperar. Talvez, parar. Talvez, chorar! Mas sempre um talvez, porque não podemos ter a certeza das coisas? Porque não podemos amar com a certeza de que a pessoa será a pessoa da sua vida? Porque não podemos saber quanto tempo ainda temos para viver tudo que há pra viver? Porque? 
Será que eu seria mais feliz se tivesse essas certezas?! Não creio. Ainda valorizo o gosto da dúvida. Sei que no fundo só penso isso pra poder acalmar meu coração. E quem sabe curar essa dor da dúvida do amanhã! Porque o amanhã é mais do que incerto. É frio, sombrio e duramente inesperado.

Por fim, eu deveria não pensar em nada. 'No final dá tudo certo de algum jeito'. Até porque se o amanhã é tão ruim assim, eu posso dizer que no passado via o presente da mesma forma. E sendo assim fiz esse emaranhado de palavras tentando me entender e buscar um 'sol diferente no céu'. 

"É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos"
06 março 2012

O aceno dos que ficam, o abraço dos que chegam.

Foram  três meses inesquecíveis. Não sei se pelo peso de eu estar podendo voltar pra esse mundo que foi a base para tudo que sou, ou se foram apenas as melhores férias da minha vida. Também não posso falar o 'porque' de ter sido tão bom. Mas foi! E agora, estou prestes a voltar pra Mariana, o lugar que tanto sonhei e que amparou minhas alegrias e tristezas nesses quase três anos. Parece que eu tenho medo, angústia ou 'sei lá o quê'. Afinal, estou indo pra me despedir. Indo pra dizer o quão bem as pessoas do lado de lá fizeram pra mim. Mas o que me espera naquele lugar? O que me espera nesses quatro meses? (Bom, é melhor pensar nisso do que no que me espera depois de estar com o diploma em mãos)

Não sei. E assim estou indo pra lá. Sem saber ao certo quem eu sou, ou quem eu fui. Sem saber se aquele UFOPiano (o melhor neologismo) era eu mesmo, ou algum personagem que eu criei pra aguentar os 500Km de distância. Para ultrapassar a barreira da vida: De menino mimado a pseudo-adulto responsável. 

E ao mesmo tempo que me vem uma alegria louca de estar voltando, e de poder estar sentindo tudo isso, me volta o medo (que citei logo acima). E misturado com tudo isso, tem a saudade e a nostalgia de tudo que vivi lá. Das primeiras palavras trocadas, do sabor da primeira comida de estranhos. Das fugas das aulas para rir ou chorar. Da chuva que eu tomei ou do sol que me 'derreteu'. De cada copo de cerveja bem tomado nas melhores companhias que eu pudia ter tido. Das quintas no Casarão e no Sagarana. Dos sábados nas 'festas particulares' (ou felizes tentativas de ROCK) ou mesmo dos rocks com os tais batidões que elevam seu espírito em questão de minutos. Dos programas de TV irreverentes aos domingos, das despedidas sofridas. Dos brigadeiros fora de hora, da ressaca que se curava com bebida. Dos beijos, dos abraços, dos olhares. Da sala de estudo tão bem frequentada (risos). Das risadas (frenéticas) ao redor da mesa. Dos ensaios fotográficos no ICHS.

Enfim, é tanta coisa. São tantos momentos que acho impossível deixar todos registrados aqui. Bom, acho que tá na hora de abrir os braços e voltar correndo pro canto que me espera. E deixar tudo aqui no do mesmo jeito, porque logo, logo eu to voltando pra esse lugar que não consigo parar de chamar de casa. 
25 fevereiro 2012

A hora da despedida

Sim, estou a um passo de voltar para Mariana. Mas hoje não estou aqui para lamentar a minha ida pra lá, mas pra lamentar o meu período de validade naquela cidade. Sim, estou indo para fazer tudo o que eu não consegui fazer em dois anos, e porque não, relembrar grandes momentos com grandes pessoas. Mas dói de uma maneira tão intensa que passa de dor abstrata pra concreta. E nessa hora, rever fotos do meu primeiro período não me consola mais, apenas faz surgir uma lágrima a mais nos meus olhos. Porque não podemos perceber a beleza da vida na hora em que estamos vivendo?! 
Estou indo com o braço aberto e seco por um abraço que espero que dure esses 4 meses de modo ininterrupto, pra eu poder voltar pra casa ou seguir meu caminho com o cheiro das pessoas amadas. Quero não reclamar da 'falta do que fazer' de Mariana, quero não reclamar do minério e das casas antigas. Quero simplesmente viver o que me foi dado. 
Vou chorar quando for pra chorar, sem vergonha e sem pudor. Vou gargalhar quando for pra gargalhar, sem me importar, sem pensar no que virá amanhã. Esse tal de 'carpe dien' vale muito na prática, quando conseguimos o colocar em prática. Mas enquanto essa hora não chega, sinto um aperto no peito. 

Aquele lugar que me abrigou por quase 3 anos logo fará parte do meu passado, das minhas lembranças, das fotografias na parede. Eu não quero partir, mas caros amigos, é preciso a renovação!
27 janeiro 2012

A arte de conviver.

Sim, eu erro, grito, esperneio. Nunca fui um exemplo de fácil convivência. Mas quem é? Acho que ninguém. Ter que aceitar o defeito do outro, encarar o outro de modo a tentar compreendê-lo e não apenas aceitá-lo. Isso é difícil. É difícil para nós encararmos o fato de que erramos e pior, se submeter ao outro e pedir desculpas pelo erro. No fundo somos todos crianças mimadas que querem que o mundo se mova segundo nossa vontade. Certa vez, ouvi do meu orientador que a Universidade é um berçário de adultos. Sim professor, você estava absolutamente certo. Mas não é só a academia, e sim o mundo todo que nos rodeia. 
Somos crianças perdidas, que não querem emprestar o brinquedo pro outro, mas também não queremos brincar com eles. Temos esse ciúmes para com nossos amigos, amores e afins. Mas até que ponto estamos certo? Até onde devemos prendê-los numa gaiola e proibir que façam a vida acontecer do lado de fora? Não sei. Afinal a vida é cheia de 'não sei'... E conviver é isso: Não Saber! Não saber como lidar com as dores dos outros, porque ela é só deles, podemos amparar, consolar, mas não a entenderemos por completo. Não saber se o outro não te ligou porque não te queria, ou porque algo o incomodava. E assim vamos descobrindo a cada dia como 'CONVIVER'.
E vamos assim até o final, sem saber ao certo se o que fizemos foi o correto, porque isso é muito relativo. O correto pra mim não é o correto pra ele. Mas se pensarmos assim, nunca existiria o perdão e a reparação. 
Talvez se hoje assumirmos nossos erros, amanhã seremos as vítimas e o outro assumirá suas falhas. Mas pensar assim tá certo? Acho que não. A amizade, assim como o namoro não deve ser pensada como algo finito ou algo de eterna troca. Deve ser pensada com algo cheio de ações, de gestos, sem pensar muito no que será feito de nós no dia de amanhã. Pra não corrermos o risco de enxergar muito à frente e muito além do que nós esperamos. Pra não cometermos mais erros. 
Enfim, a arte de conviver é a mais bela e mais difícil de todas. Haja vista que é feita de suposições e pressupostos. Nunca sabemos ao certo se estamos errado com nossos pais, irmãos, amigos, namorados, enfim. Nunca sabemos se a direção que estamos tomando é a mais correta e se a gente estava mesmo certo quando questionamos aquilo que eles nos disseram. O convívio é uma pedra bruta, onde cada dia devemos tirar uma lasquinha para que se faça possível manter a melhor relação possível com as pessoas que tanto cultivamos. 
26 janeiro 2012

Os bons e velhos tempos sempre existirão.

Sabe aqueles dias em que você acorda com medo do futuro? Só que ao invés de me desesperar, resolvi olhar pra trás e ver tudo que estou prestes a deixar pra trás. E ver que depois de tantas lágrimas que derramei por detestar Mariana, eu consigo enxergar como eu consegui aguentar isso tudo. Foi graças a algumas pessoas que me fizeram sentir o gosto mais doce que existia em meio aqueles casarões e às aulas de sintaxe, fonética, fonologia, morfologia e afins...

Certa vez ouvi alguém dizer que o que fazia esta pessoa seguir em frente naquela cidade era o diploma. Sim, realmente, isso é o que está nos esperando no final do túnel. Mas pra chegarmos lá, precisamos de mãos pra nos empurrar e nos levar até o fim. E essas mãos vieram junto com corpos resistentes [aos rocks] e cabeças perturbadas no modo de se relacionar com os outros, mas que pareciam se entender melhor do que qualquer um que num fizesse parte de tudo aquilo. 'E no meio de tanta gente, eu encontrei' aqueles que entraram na minha vida e que por minha vontade jamais sairão. 

E o que mais posso dizer que fiz nesses quase três anos foi viver. E viver se resume a beber e esquecer até como cheguei em casa, se resume a dormir na casa de pessoas nem tão estranhas assim, se resume a fazer de uma caixa de cerveja um dos melhores finais de semana, a conversar horas a fio e mesmo assim ter muita coisa pra conversar. Viver se resumiu à caminhadas noturnas, à festas estranhas com gente esquisita [porrã, faço humanas né?!], se resumiu à ensinar como se cultiva uma amizade, a sentir falta mesmo conhecendo-os há apenas 4 meses. Almoços inesperados, bebidas inesperadas, beijos inesperados, amigos inesperados, convites inesperados.

Com eles eu chorei, dei colo e fui consolado. Aprendi a arte do convívio e a arte de beber. Aprendi a cozinhar e comer comidas extravagantes. Aprendi e desaprendi muita coisa. 

E pra sempre estará na minha mente duas cenas: (i) em volta da mesa da Rep. Docê Lar, todo mundo reunido ao som de 'Stand By Me', no exato momento em que a Ste aprendia como acender o isqueiro na mão [Deus sabe como]  (ii)a carinha de cada um no dia do amigo oculto. 

sem título, sem lição de moral, sem perspectiva.

Não somos obrigados a gostar e aprovar tudo que nos é dado. Mas também não precisamos negar e desfazer de tudo. Achar o ponto de equilíbrio talvez seja a maior dificuldade do ser humano. Achar algo que nos apetece e nos favorece ao mesmo tempo é difícil, sempre o que é bom, é ilegal, imoral ou engorda. Por isso devemos sim vestir o que quisermos, independente do que vão falar, afinal porque tanto objetivamos agradar a todos? O que ganhamos com isso? Mais amigos? Não, porque os amigos mesmo não irão te ridicularizar por uma simples roupa. Devemos ouvir aquela música que só se ouve no Norte, afinal quem definiu tal região como berço do brega? Afinal, o que é brega? Acho muito relativo essa rotulação, haja vista que tudo é gerado por um pré-conceito ignorante de pessoas que achar que o melhor do mundo é o que pertence a elas. 
Sinto-me incomodado, pois de que adianta eu abrir meus olhos e ver o mundo que existe lá. E saborear desde coisas inúteis até o que se pode chamar de cultura [in]útil. De que adianta, se o mundo que me rodeio ainda tem os olhos fechados pra tudo. Às vezes me sinto distante, pois eu queria sim, sair por aí trajando o que eu mais desejasse e ter a certeza de que nada falariam de mim, porque todos saberiam que a roupa que eles vestem não merece maiores elogios que as minhas. 
A roupa foi apenas metáfora. Eu falo por todas as atitudes das pessoas que não sabem valorizar o outro pelo que eles têm pra oferecer. Mas não 'oferecer' de concreto e sim nos gestos, atitudes que fazem com que olhemos para os 'estranhos' com outros olhos, de modo que vejamos o que existe por de trás de roupas, cabelos e trejeitos. 

Eu nunca vou mudar o mundo, nem objetivo isso. Só queria ser respeitado pelas minhas atitudes um tanto quando insanas, porém que me guiam por um caminho mais sensato do que o das pessoas que crêem que suas vidas são melhores...