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11 janeiro 2010

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Olhe pela janela e veja a vida que passou por esse ano que finalizou. Quanta coisa ficou pra trás, mas fique feliz, porque muita coisa não foi boa mesmo, mas não se esqueça do que foi raro e inesquecível, porque o ruim nunca pode ser péssimo, mas o bom, devemos transformá-lo sempre no melhor. O que foi feito de mim nesse ano?! Não sei... Olhando pra trás vejo rastros de coisas que vão ficar na minha mente. Eu que reclamei tanto da minha rotina, dos meus dias entediados na internet e das horas perdidas diante da TV, vejo que as coisas eram bem melhores quando era assim. As mudanças que eu tanto esperei ocorreram, não da maneira que eu esperava, mas da maneira que Deus desejava. E que o meu destino traçava. Eu tive uma das maiores perdar que o ser humano pode ter nesse ano. E assim, com essa perda fecharam-se as cortinas pra mim na minha cidade, dessa maneira trágica, fui embora. Deixei minha família, amigos e resolvi que lá fora seria minha casa. E também decidi que não voltaria, independente do que acontecesse, eu só seguiria em frente, pelas pessoas que eu tinha deixado pra trás. Ainda lembro do cheio e da imagem da chegada no lugar até então desconhecido, mas que logo eu chamaria de casa. As coisas por lá aconteceram muito rápido e ao mesmo tempo demoraram uma eternidade. Eu senti falta das coisas simples daqui, coisas que quem vai embora pra longe sabe que fazem falta. Coisas e pessoas. Eu achava que sabia o que eu precisava pra viver, mas só descobri nesse meio tempo. Como o ser humano é engraçado né, só dá valor as coisas quando perde e comigo não foi diferente. Se eu chorei?! Sim, nesse caminho eu chorei, eu ri, e eu mais do que tudo vivi, de uma maneira como não tinha vivido antes. Fiz amigos?! Sim, e vão ficar pra sempre na minha mente, porque me apoiei neles, me deram a segurança que eu tanto precisava e encheram meus dias de momentos felizes. E com tão pouco tempo de duração eu consigo sentir saudades deles, é porque são essenciais pra mim. Lembro de quando minha amiga me perguntou se eu era mais amigo de alguém de lá, do que da minha própria cidade. A questão não é ser mais ou menos, mas é ser. É ser amigo na medida necessária, ser o amigo pra quando o outro precisa. Não fazemos troca na vida, apenas devemos acrescentar. Acrescentar pessoas que consideramos interessantes, acrescentar conhecimentos e novas experiências, mas só as que você se permitir, acrecentar minutos a mais pra você, só pra você, porque essa vida ainda te pertence e vai pertencer até o final. Não viva pelos outros. Ame, mas na quantidade ideal, nem mais ao ponto de amar mais a pessoa do que a você mesmo, nem menos ao ponto de duvidar se aquilo é amor. Um grande amor?!Não, eu não vivi nenhum ainda. Talvez eu nem saiba o que seja isso. Talvez eu só vá saber no final da vida, quando eu olhar pra trás e ver os amores que ficaram e eu não vi, ou os que eu vi, mas naquela hora não tiveram valor pra mim. Somos assim né? Não olhamos pro nosso presente com os mesmo olhos esperançosos dos olhos do futuro, nem com os olhos saudosistas dos olhos com que vemos o passado. E por mais que acordemos um dia e pensemos, vamos viver o hoje, e não pensar no que já foi, nem fazer planos pro que vai vir, por mais que decidamos fazer isso, não vamos conseguir. O instinto é maior do que nossas próprias vontades. Agimos sem pensar e pensamos sem agir. Quantas vezes não ficamos só na vontade, por medo, por receio se vai dar certo ou não. Às vezes é o melhor mesmo, melhor ficarmos no nosso canto e vermos a vida acontecer na nossa frente. E quando for nossa hora, algo deve nos mover daquele lugar e nos colocar na roda da vida, nos colocar no que foi feito pra nós. Mas saiba que mudar o destino muitas vezes não faz mal a ninguém. O máximo que pode acontecer é não acontecer. Não acontecer o que queriamos, não acontecer do jeito que queriamos. Mas por isso não, voltamos no começo e tentamos de novo. Eu só descobri isso agora. E assim perdi tantas tentativas lá atrás e cá estou eu lamentando o passado, fazendo planos pro futuro e apenas "vivendo" o presente. Mas acho que eu passei a saber realmente a definição da palavra VIVER, não pelos riscos que corro que antes eu tinha tanto medo, mas por valorizar olhares, encontros, conversar e gestos que antes nem me faziam parar pra analisar e hoje conseguem mudar meu modo de ver as coisas e o mundo.

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