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22 junho 2014

11 horas

Certa vez, vi um filme chamado Weekend, e como o próprio nome sugere, a história se passa num final de semana. Dois caras se conhecem e têm um quase relacionamento por dois dias. Ao terminar, eu pensei que era o filme mais triste que eu tinha visto, pelo simples fato que eles nem puderam começar aquilo que podia ser uma bela história. E num é que o destino aprontou comigo e eu passei por algo parecido?! No meu caso nem chegou a ser um final de semana - talvez se fosse, as marcas seriam ainda mais profundas. Foram 11 horas das quais eu pretendo jamais me esquecer.
Às 19 horas eu o conheci, em meio à multidão da Avenida Paulista, dentro daquela “cabine” do metrô Trianon. Ele surgiu! Sim, não nego que minhas pernas tremeram e eu não sabia qual seria meu próximo passo. Capuccino e chocolate quente na Starbucks e o primeiro detalhe marcante: a risada de quando algo realmente parecia engraçado, mostrava somente os dentes de cima. Ok, acho que faltou um álcool pra descontrair né?! Ele me levou a um bar e me mostrou seu amplo conhecimento de cerveja europeia. E ao mesmo tempo, ficamos suavemente alterados e diante do espelho que adentrava o banheiro, foi nosso primeiro beijo. Sem grandes tensões ou medos, ali parecia começar meu pedaço de céu na terra que duraria mais algumas horas. Durante a balada, parecia que o mundo não existia e éramos só nós dois. E depois de uma suposta dor de cabeça dele, fomos embora. A cada parada do semáforo um beijo e a piadinha de que isso nunca aconteceria na minha cidade, pela falta de semáforos. Amanhecemos o dia juntos e assim, ele foi embora da minha vida.
Eu poderia gastar linhas dizendo os defeitos dele, lamentando a falta dele no sábado ou o “bolo” que eu levei. Mas prefiro assim, lembrar das coisas boas que ele me deixou. Que tipo de relação tivemos?! Um relacionamento de algumas horas, porque quem disse que existe tempo certo pra algo ser um “relacionamento” propriamente dito?! Pra mim, ele só precisa ter um começo, meio e, talvez, um fim.
Como eu estou acostumado a hiperbolizar a vida, não vou deixar por menos meus exageros e dizer que por 11 horas, eu vivi uma paixão em forma de pequeno grande amor. Por 11 horas eu saí do chão e no mundo éramos só eu e ele. Por 11 horas ele me fez feliz como eu jamais fui, porque eu senti que aquela sensação de gostar de alguém estava enfim sendo recíproca. Por 11 horas os braços dele foram meu lar, meu abrigo e me fizeram esquecer os problemas. Hoje enfim posso dizer que a melhor sensação do mundo é quando você gosta de alguém, mas gosta de fato, e é retribuído. Não posso dizer que acabou, nem mesmo que começou, mas posso dizer do que eu vivi, que me marcou e que jamais esquecerei. E que eu vou continuar tentando, até ele dizer chega! Porque meu maior desejo pra hoje é que essas 11 horas se tornem 55... anos.