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29 junho 2012

Ah, sexta-feira...


Se tem um dia na semana que é adorado por todos é esse: Sexta-feira! Bom, talvez ele tenha esse gosto a mais do que o 'sábado', porque você tem aquele 'gostinho' de sair do emprego/aula e se sentir livre. Pois é, acho que esse é sempre o diferencial na vida. Porque às vezes o momento em si não é o mais legal, o mais feliz. Acho que o que nos dá mais satisfação é a ESPERA. Já percebi isso várias vezes como nas vésperas dos Carnavais ou das férias. Já percebi que sou mais feliz esperando na rodoviária de BH do que na minha casa, propriamente dita. Acho ainda que somos mais felizes nos ensaios de bateria no bar do Dito, do que no Carnaval mesmo. Além desses dois eventos que me veem em mente nessa hora, existem muitos outros que se equiparam.
Mas como estávamos falando de sexta-feira, vamos lembrar que hoje é aquele dia da expectativa. Alguns esperam encontrar um novo amor ou talvez o tal do 'ex my love' mesmo, a fim de resolver o mal entendido do passado quem sabe; algumas pessoas esperam a cama e o edredom e hora de sono ininterrupto; tem quem não espere nada, é adepto do 'carpe dien' (Ok então!). Eu mesmo nunca espero muita coisa. Quando estou em Mariana, só espero sair de casa; odeio noites de sexta sozinho no meu apartamento, na companhia da TV somente. Quando estou em Brasópolis consigo não ter muitas expectativas, não espero muita coisa de uma noite de sexta; talvez porque todos os dias pareçam iguais aqui. Mas tem dias em que dá aquela vontade de encher a cara como se não houvesse amanhã, de sair dançando mesmo que não haja música, de beijar quem e quando 'me der na telha'. Tudo bem, afinal "vontade é uma coisa que dá e passa". 
Hoje eu vou sair, beber sem compromisso, e assim, sem compromisso mesmo quero apenas viver a noite e esquecer a monografia os problemas; esquecer aquelas coisinhas chatas da semana; vou ser feliz do meu jeito, sem expectativa, sem muitas esperanças de ser a melhor noite do mundo, apenas SER FELIZ. 
27 junho 2012

Amor: Manual de Instruções


Que tal falarmos de amor?! Mas o que, necessariamente?! Não sei, afinal, ando meio confuso com relação ao que é AMOR. Mas falo de todo tipo de amor, entre homem e mulher, entre duas mulheres, entre dois homens, entre pai e filhos, entre mãe e filhos, entre irmãos, entre amigos, entre todas as possibilidades de relação que o universo nos proporciona. 
Errar para com quem amamos é comum, todo mundo o faz. Logo, quantas vezes não nos questionamos: Porque não existir um manual de instruções para o uso do 'amor'? Amar não é fácil, nunca foi e nem se tornará fácil futuramente. Porque o amor envolve mais de uma pessoa, e necessariamente mais de uma emoção. E tudo que envolve dois pontos de vistas, acaba se divergindo lá na frente. 
Muitas vezes damos mais do que recebemos no amor. Nos envolvemos, choramos, gargalhamos e agimos como se tudo fosse acabar naquele instante; ao passo que a outra pessoa parece distante e para simplesmente lhe dizer um 'vamos dar um tempo' é questão de segundos. Mas outras vezes podemos estar no lado oposto dessa rota, pode ser que nós mesmos nos cansemos de um 'certo alguém' e resolvamos viver livremente, sem nem se quer pensar em como vamos apertar a tecla STOP daquela história. Mas dizem que amar é isso... Se jogar de cabeça em algo novo, mesmo que o novo não chegue muito longe. Então, me doar por inteiro ou lançar mão de uma relação em decorrência de um novo amor é 'me jogar de cabeça no novo'.
Vai ver que é por isso que dizem que amor de mãe é o maior do mundo. Porque ela divide sua vida com a gente, se vê impedida de muitos movimentos bruscos, se vê pesada, chorosa, com náuseas. E mesmo assim, nos ama incondicionalmente. Nos ama quando acordamos, choramos, defecamos, quebramos vasos e até em situações mais complicadas. E o mesmo amor prevalece quando ela nos vê virando a esquina e dizendo ADEUS, sem saber quando ou como voltaremos para aquele lugar que um dia chamamos de lar. Ah, mas esse amor entre pais e filhos não precisa de manual. Às vezes nós, filhos, cometemos uns errinhos, assim como eles, mas são raros os casos em que essa relação se perde por inteiro. 
Bom, amor entre irmãos não é meu 'forte'. Sou filho único, não entendo muito aquela coisa de dividir os brinquedos, compartilhar os momentos com alguém que seja da sua idade e tenha seu sangue. Mas acho que com o tempo, adquiri quase-irmãos; amigos que eu tenho certeza que eu posso contar e sei que posso levar pra toda a vida. E amor de amigos é aquela coisa, né?! Muitas palavras desnecessárias, muitos afetos sem pleno entendimento, muitas confissões de coisas que achávamos que ninguém nunca saberia, mas que nossa 'boca grande' não se aguenta e desaba, afinal é NOSSO AMIGO. Pois é, acho que o amor de amizade aparece naquele pôr-do-sol sem muita expectativa. Aparece naquelas horas em que você se vê perdido, mas de repente alguém te dá um tapinhas nas contas que parece soar como um 'Conta Comigo'. Aparece naqueles filmes dignos de sessão da tarde, com pipoca e guaraná; ou naquelas noites frias onde o objeto de desejo de ambos passa a ser uma vodca de 8 reais. O amor entre amigos é quase um casamento, ele se preserva na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza. E na sua vida aparecerão vários amigos, mas o 'amor' de um amigo de verdade você vai saber identificar, sem precisar do tal do Manual e Instruções.
Por fim, paro e penso que meu texto pode ter sido em vão. O amor nem sempre precisa de um manual, ele precisa ser vivido em toda a sua forma. E acho que assim como os outros sentimentos que vão se aperfeiçoando com o tempo, ele vai, hora ou outra, se tornar sublime. Não como um filme ou como um conto com final feliz, mas ele terá seu valor e você poderá dizer que AMOU de verdade e não mais questionar esse sentimento.
23 junho 2012

Estado Civil (?)


É engraçado como às vezes não sabemos definir qual é nossa situação. Pois bem, se beijamos alguém em um dia, foi apenas 'ficar'. Mas e se esse 'ficar' persistir? Bom, daí complica, né?! Porque não queremos que parta de nós mesmo questionar esse pseudo-relacionamento. Mas muitas vezes nossa insegurança, e talvez desespero nos leva a questionar o 'ser' com quem estamos nos envolvendo só pra obter uma resposta, mesmo que não seja a mais desejada... 
Mas afinal, o que é um RELACIONAMENTO SÉRIO no mundo moderno? Ainda não sei e se você souber, por favor me fale. Nos envolvemos com desconhecidos (porque se for conhecido provavelmente será seu amigo (a) e você já não vai alimentar o mesmo sentimento, a não ser que esteja em uma comédia romântica norte-americana), nos doamos para essas pessoas e muitas vezes nos frustramos. Outras vezes somos nós a causa da frustração alheia. Pois bem, se hoje em dia mudar o status no Facebook significa muito, imagina mudar o status em nossa cabeça?! Sempre volto a me questionar: Patrick, você está preparado para amar? E nunca encontro a resposta. Pois entre os prós e contras, eu fico estagnado na incerteza e sempre volto ao 'E se... '. E se eu me apaixonar mais do que a pessoa, e se eu me envolver e chegar lá na frente levar um 'pé na bunda'? E se eu cansar da rotina ao lado daquela pessoa? E se... E se... E se... Somos mesmo feitos de dúvidas e receios, um medo de que a outra estrada, naquela bifurcação pela qual passamos, fosse melhor do que o caminho que escolhemos. Mas dessa incerteza nunca obteremos resposta, porque o passado tá lá, guardado, seja ele bom ou péssimo. 
Mas, voltando ao tal do estado civil (acho esse termo antiquado, mas vou usá-lo mesmo assim), quando eu posso dizer aos quatro ventos que estou NAMORANDO? Bom, para não ser precipitado demais e falar de algo que ainda não é certo, é melhor ouvirmos da boca da pessoa com quem estamos nos relacionando, um enorme: SIM, ESTAMOS NAMORANDO! ou melhor ainda:  QUER NAMORAR COMIGO?... Assim teremos a certeza de não forçamos a pessoa a falar aquele 'estamos namorando' para não te deixar sem graça. Mas às vezes cansamos dessa enrolação toda, desse bla, bla, bla... Ainda mais quando um amigo chega até você e te pergunta: E aí, tá namorando?! - esperando uma resposta certeira e você fica com cara de bobo, pensando em qual seria a melhor resposta.
Pois bem, entre o primeiro beijo e o namoro existe um abismo, onde podemos cair abruptamente ou podemos ser salvos pela mão daquele pessoa na qual depositamos tanta confiança ao longo daquelas 'ficadas' sem propósito ou sem muita expectativa. Bom, eu só espero que demore muito, mas muito tempo até que começar a me questionar quanto à hora de fazer/receber uma proposta (indecente) de casamento... 

22 junho 2012

fazer ou não fazer.



ah sim. nem vem com essa de ser ou não ser. o negócio é mais embaixo.

e foi escutando aqui e ali que eu começei a pensar. no tanto de coisa que a gente tem que deixar de fazer pra ter crédito. é crédito com os pais, com os amigos, namorado. a gente não pode chegar em casa depois do horário combinado pra não perder moral (e carro!). não pode ficar com uma moçoila (linda, inteligente e tudo mais) pq um grande amigo se dizia apaixonado por ela a três anos atrás. se tiver namorado então... não pode deixar de ligar quando chega em casa, pq senão deixou de amar (ou de ter namorado, depende do nível do drama!). não pode ficar com o cara (que você tá de olho há um tempinho bom..!) na noite que ele veio puxar papo pq depois ele não vai querer mais nada com vc. vira mulher de uma noite.

é tanta regra. na verdade eu acho que as regras são tantas que dá até vontade de quebrá-las. é. pq chega uma hora que a gente não dá conta de se moldar. chega uma hora em que a vontade fala mais alto. chega a hora do "pagar pra ver". e são nessas horas que a gente descobre um pedacinho diferente da gente... um pedacinho de força, de cara de pau, de loucura (ou de pinguço mesmo, vai!). talvez o "pagar pra ver" dê resultado. um resultado surpreendente... liberdade, namorado novo, expansão de horizontes, novo amor, conversas (ah sim, conversas..) - nem que seja pelo msn.

agora é só cruzar os dedos.

#prontodesabafei.




(Postado originalmente no Blog 'Uma noite e meia' de Luiza e Patrick, por Luiza Geoffroy)
16 junho 2012

Convencional

Quando eu vi meus amigos gostando de rock contemporâneo e pop moderno ao passo que eu estava curtindo bossa nova, confesso que me achei estranho. A partir dali fui descendo a ladeira do desconhecido e invadindo as casas da estranheza. Percebi que convencional era uma palavra que não combinava comigo. 
Não, eu não sou ousado, atrevido ou coisas do gênero. Só tenho um gosto (meio) peculiar. Só viso um estilo de vida incomum. Amar pra mim sempre soou como algo ficcional demais, é bonito, mas na realidade o amor é tão abstrato que acaba explodindo no ar, como uma bolha de sabão. E não sabemos ao certo se foi verdade ou só mais um elemento de nossa mente necessitada de carinho e afeto. Logo, com esse pensamento acho pouco provável eu encontrar um 'amor eterno', com isso, me vejo no futuro sozinho e acho graça nisso, gosto disso. Mas aí surge um outro problema que mais uma vez foge do convencional, queria ter filhos. Mas como, se a burocracia corrompe os dispostos a se doar para um criança, impedindo um pai solteiro de adotar uma criança. Sendo que no Brasil é enorme o número de crianças em orfanatos. 
Pois bem, esses empecilhos da vida me fizeram ver que é melhor ser comum. É melhor gostar do que todo mundo gosta, mesmo que seja chato, mesmo que seja maçante. E assim me perco no paradoxo de comum x estranho. O que é comum aos meus olhos talvez seja estranho ao dos outros. Mas a definição de CONVENCIONAL é sempre a mesma. E ao mesmo tempo, não existe definição para tal palavra sombria no mundo moderno de diversidades e gostos exóticos. 
Mas no fundo eu queria ser um homem comum. Eu queria sair aos domingos com a família, almoçar fora, passear no parque e derrubar sorvete na blusa branca. Mas não sou assim. Sou o tipo que acorda tarde, almoça sozinho, se desmancha no sofá diante de um filme de Buñuel e prefere sorvete de pistache à creme. 

Só por um dia eu queria ser convencional pra sair da rotina dessa vida incomum. Sim, é contraditório. 
01 junho 2012

Um pouco de tudo e muito de nada.

Apenas olhei a folha em branco. Sem saber como começar, ou mesmo sobre o que escrever. Mas insisti. E percebi que estava vivenciando uma metáfora da vida. Afinal, no nosso dia-a-dia somos assim, temos de insistir, de seguir em frente, independente dos empecilhos. E dessa forma, damos sequência a todos aqueles movimentos do cotidiano que fazem parte da minha, da sua, da vida de cada pessoa.
Certa vez, me lembro dos seguintes dizeres: 'O mundo não para pra gente sofrer'. E aquilo ficou na minha mente, de certo modo, achei frio da parte de alguém dizer isso. Mas eu não podia imaginar que isso seria colocado em prática por mim, anos depois. O mundo não parou, pelo contrário, ele girou mais rápido ainda. E ainda gira, mesmo que nessa sua louca trajetória, algumas pessoas tenham caído pela estrada e ficado pra trás. Pois precisamos continuar. 
E continuando, vamos criando novos laços com a realidade. Vamos nos libertando daquele elo com o passado, e com nossas dores. E vamos colocando letras naquela folha em branco do começo do texto. Vamos ligando uma às outras e assim criando algo novo. Algo que queremos que todos percebam, que queremos que todos partilhem do mesmo sentimento que nós quando o fizemos. 
Temos amores com o simples propósito de dividir nossa vida com alguém. Talvez porque seja difícil demais vivê-la sozinho. Temos filhos com o intuito de dar o amor que está transbordando dentro de nós, e para que no futuro possamos ser amparados por alguém sem nenhum interesse. 
Mas entre uma sílaba e outra, entre uma palavra e outra, talvez nos desviemos do caminho 'certo'. É aí que existem pessoas como eu, que talvez não tenham filhos, que sentem que a solidão ainda é, talvez, o melhor remédio. Pessoas que não vieram ao mundo para compartilhar sentimentos, mas apenas para compreendê-los, assimilá-los. 
Por isso sempre digo que eu escolhi ser AMIGO. Escolhi escutar as lamúrias do final de um relacionamento ao invés de chorar no ombro de alguém. Escolhi assistir a filmes sem nenhuma intenção física ou emocional. Escolhi dar afeto para pessoas que invadiram minha vida e mexeram comigo de uma forma doce. Sim, eu escolhi! Mas não significa que a vida vai me proporcionar tudo dessa maneira. Assim como eu cheguei em algo que eu nem imaginava quando me pus a escrever, a vida pode me levar para um caminho que eu jamais tenha podido imaginar. 
E por fim, digo que a folha em branca está sempre disponível. Para escrever da maneira que quisermos e acharmos melhor. O que vale é a maneira como vamos preenchê-la. O que vale é o que de bom (ou ruim) colocaremos nela. O que vale chegar no final de várias páginas escritas e dizer: VALEU A PENA!