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05 agosto 2011

O Contador de Histórias.

Continua frio aqui na serra. O céu continua azul. Mas eu me sinto diferente. 
Quando fui ver meus blogs, como faço diariamente, me assustei. As visitas tinha dobrado e os comentários enfim tinham surgido. Enfim um parecer, uma resposta para tudo que escrevo. E a resposta foi melhor que eu esperava. Isso me alegrou, pelo simples fato de eu saber que estou no caminho certo. Que escrever pode não colocar comida no meu prato, ou realizar meus maiores desejos, mas pode tocar as pessoas e fazê-las crer em algo melhor. Ou simplesmente, mexer um pouquinho com elas. 
Ainda pequeno descobri a paixão de sair do seu mundo para entrar num mundo fictício, num mundo em que você está apenas de coadjuvante, olhando atentamente os movimentos dos personagens. E esse mundo é sempre melhor do que o nosso próprio mundo. Talvez porque nos leve pra longe de nossas dores, de nossos problemas. E esse mundo me fascinou, e nada conseguiu me deixar tão aprisionado quanto o mundo das histórias. 
As palavras são tão sublimes se forem bem colocadas. E é isso que quero pra minha vida. Levar para os outros um mundo alheio ao nosso, pessoas comuns, mas que não existem. Ou existem apenas em nossa mente. 
Hoje quase me peguei chorando diante das opiniões de pessoas que eu nunca vi, mas que foram incisivas a respeito dos meus escritos. Mas antes de o fazer, pensei, porque chorar Patrick?! Porque criar essas histórias, ou mesmo desabafar sobre meus sentimentos bons ou ruins, não é "qualquer coisa". É importante pra mim. É essencial pra mim. Quero ser lido, aplaudido ou vaiado. Quero platéia. Quero lágrimas e risos. Quero que quando vocês leiam, sintam que existe algo especial e exclusivo pra vocês. Algo que se encaixe, mesmo que pouco, nas suas vidas. 
Hoje fui pego não pelo que escrevi, mas pelo que li... Quando se sentirem assim saberão da real importância da escrita na minha vida. 
02 agosto 2011

Ao Grande Amor da Minha Vida

Eu sempre tive medo de como seria quando eu crescesse, quando eu começasse a me relacionar com as pessoas. Às vezes eu penso que eu não estava errado em temer essa vida a dois. E quando veio o primeiro grande beijo, estou falando "daquele" beijo, essencial, que mexe com você. Não necessariamente o primeiro da vida. Até porque o primeiro beijo é sempre meio "errante". Então, quando chegou essa hora, eu senti tudo e nada. Me senti presente e ausente de minha alma. 
Ainda hoje sinto seu cheiro, sinto seus dedos entre meus cachos. Ainda hoje ouço sua voz como um tradutor simultâneo de eventualidades da vida que vieram apenas me mostrar que ao seu lado eu parecia mais forte. Até hoje eu não vi o filme que você me prometeu que eu assistiria apenas em sua companhia. Ainda hoje vejo seus deslizes amorosos e penso que se fosse comigo, eu não permitiria. 
Mas hoje não te amo mais. Desencantei, como quem desencanta com aquela roupa velha que não lhe serve mais. Como a criança que deixa seu brinquedo porque está crescendo. Não porque eu queria te esquecer, mas porque a vida faz isso com a gente. Temos que deixar de lado coisas que por falta de uso acabam atrofiando. 
E as lembranças? Temos de preservá-las, porque não tem mais o que ser feito. Por causa dessas lembranças, me embebedo de absinto e não 'sinto' mais minhas dores, porque por um simples ato de esquizofrenia alcoólica, eu sinto você entre meus braços.  
E eu só te prometo uma coisa: ainda hei de roubar um beijo seu em meio à Praça Minas Gerais, nem que isso seja a última coisa que eu faça sob o céu de Mariana. Não é por nada, só pra ter a certeza, a absoluta certeza de que você agora só faz parte do meu passado.