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16 julho 2010

As frias montanhas do sul de Minas Gerais.

O cobertor verde ainda me faz companhia. O inverno nas serras do sul de Minas é intenso, duro, cruel, brutal. A brisa leve de Ouro Preto não me deixou mais aflito do que esse frio daqui. Talvez eu tenha me descostumado. Hoje as nuvens negras trazem uma melancolia maior a minha solidão. Olho pela varanda e o sol ameno do inverno não está mais lá fora. Uma chuva, um vento, um frio e a solidão!
Sem os amigos daqui, sem os amores daqui. E tudo que me rodeia, me apetece. E tudo que me cerca me espanta, me cega. E tudo que eu sinto é tristeza, é carência, é agonia, é aflição. A frustração do que eu encontrei nas gélidas montanhas me corrói, me consome. O tango eletrônico com a junção do vermelho intenso não me acalentou. Tenho dor nas costas. É o peso dos pensamentos acarretados pela preocupação dos acontecimentos. Mas será que eu estaria melhor em meio a neblina de Ouro Preto e Mariana?! Os amigos de lá me acolheriam, mas os amores de lá me deixariam mais calmo?! Não sei, e nem saberei nesse momento. Se eu voltar e ainda existir os resquícios da serração, eu me recolherei ao meu quarto com o sofá-cama verde e observarei a vida lá fora. Da janela do prédio para a vida no prédio alheio. Os amigos de lá me trazem o conforto do abraço. Os amores daqui me trazem a alegria de estar com alguém. E então me divido entre amores e amigos. E isso dói mais no inverno. Meus dedos estão gelados, e quando saio visto vários casacos pra me aquecer, pra me deixar distante do frio, pra me aproximar do calor. Mas o calor humano não me convence mais, não me deixa respirar. Será que eu preciso ficar só?! Sem os amigos, sem os amores, com ninguém...
A minha vida então que é tão dividida, que se perpetua entre meus amigos que surgem da neblina e meus amores que correm em meio as montanhas. E eu não sei o que fazer. Eu não sei o que escolher. Eu não sei pra onde ir...

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