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14 abril 2013

A despedida!

"Formei-me em Letras e na bebida busco esquecer"

Luís Fernando Veríssimo
 
 
Aquele começo de agosto de 2009 parecia tão comum pelo tanto de novidade que me trouxe. Em menos de uma semana tive a perda mais triste da minha vida, assim como a mudança mais relevante. Eu cheguei em Mariana como um órfão, perdido em meio a prédios históricos, em um lugar onde meu retroflexo era estranho e o simples cumprimento não era com um "oi", mas sim com um "ei". Por vezes, achei que eu não aguentaria, por vezes pensei em voltar pra trás e desistir daquela história de universidade longe de casa. Mas eu resolvi persistir e mesmo achando que Letras não era bem o que eu queria, eu preferi me manter nessa caminhada. E não mudei apenas da literatura para a linguística, mudei de ideais, mudei de pensamentos, me encontrei. Me vi pela primeira vez "apaixonado", me vi (da noite pro dia) o melhor amigo daqueles "desconhecidos" de dias atrás. E se em alguns momentos eu fugia daqui na esperança de encontrar em Brasópolis o que eu pensava que me faltava em Mariana, saibam que eu não encontrei e aquele vazio no peito de saudade daqui bateu.
Em pouco tempo consegui chamar Mariana de lar e os desconhecidos de meus grandes amigos. E já que eu estava longe da mamãe, porque não me entregar à vida universitária?! Foi o que fiz e me orgulho de tudo, de ter ido em rocks, bebido batidões, conversado com camofas, catado cadeiras inúteis, inaugurado quadrinho, enfim, eu fui um aluno exemplar no quesito UFOP. Se ela era de outro planeta eu nunca vou saber, mas que Ouro Preto é "um lugar do caralho", eu não posso negar.
Amanhã eu parto, saio daqui com aquela dor da despedida, com as típicas lágrimas da partida, com a certeza que eu volto, porque ainda tenho amigos aqui, porque ainda sou "ex-aluno" e tenho muita caixa pra pagar, porque o que eu vivi aqui, só eu e os meus sabemos, ninguém mais.
Eu vou com a certeza de ter deixado a casa arrumada para os que chegam e amparados os que eu deixo. Saio pela porta da frente na certeza de ter cumprido meu papel aqui, e mais do que isso, na certeza de ter vivido intensamente essa fase da vida chamada VIDA UNIVERSITÁRIA.
Não podia deixar por menos, tenho de agradecer cada um que fez dessa minha jornada algo menos árduo. Agradeço à Bê, que me deu o primeiro teto sob o céu de Mariana, assim como agradeço às Pseudonas por me abrigarem. Agradeço à República Sem Escrúpulos, que foi minha casa por um período e mesmo tarde me desculpo com Lincon e Du pelos fatos ocorridos. Agradeço ao Lucas e o Felipe por aguentaram meus surtos, minhas neuras e meu arroz queimado. Agradeço à República Trem Bão pelos ensinamentos e como colocar camisinha na xícara, pelos cafés feat. fofocas. Agradeço aos meus amados cachorros Peter pela recepção "calourosa" no meio da madrugada, Elaine pelas caipis e por ter viajado horrores pra aguentar minha birra no meu aniversário, Mari pelas balas de leite Ninho, pela ajuda no Casarão e por todos momentos de ócio quando ficávamos dialogando inconclusivamente, Roberto que mesmo não estando tão presente na minha vida acadêmica pessoalmente, estava sempre me falando asneiras no Facebook e fazendo meu dia mais engraçado, ao Wendel pelo "Corra Lola Corra" que, digamos assim, eu tenha ficado levemente transtornado e colocado insistentemente Britney e Beyoncé, mas acho que ele tava ocupado demais pra perceber (risus). Agradeço também letreiros que fizeram das aulas algo mais legal (sim, isso é possível), seja tirando a melhor nota de Dialetologia, sem fazer muito esforço, né Leandro? Levando broncas nas aulas de Literatura Brasileira ou Portuguesa, sei lá né Stefânia? Seja não tendo o texto e ficando sem reação, não é Thuany? Seja na hora do stress excessivo, né Fernanda? Ou seja nos coffebreaks onde um simples comentário vira ofensa, né Emile? Agradeço aos meus amorinhos Karine e Luiza pelos sábados de babá, pelos porres homéricos, enfim por serem tão especiais.  Agradeço à República Make Up por me receber depois do rock, quando eu insistia em subir as escadas engatinhando ou chorar desesperadamente no sofá da sala. Agradeço por fim, meu segundo (ou seria o primeiro) lar, ou melhor D'ocê Lar. Sim, eu conheci um lugar muito diferente, onde só tem boa gente e nesse lugar eu passei tardes, noites, manhãs. Nesse lugar eu sorri como nunca e chorei também. Eu fiz amigas que eu jamais podia imaginar que ainda faria. Bebi loucamente com a Susi, conversei horas sobre novela e relacionamentos interpessoal com a Mel, fui em festas alternativas com a Karine e com a Grazi, ri junto com o Mutley, ops, Thaís e cedi ao poder de persuasão da Luana. Ah, claro que eu não vou esquecer das histórias de Canaã e nem do bebê estressado. Me alegro de presenciar a ação do bonde Aline e de tê-la ao meu lado em Congonhas e fico muito satisfeito da amizade que construí com a foca Letícia. Creio que eu não tenha palavras para falar o quão importante vocês são pra mim.
 
Então acho que é isso... Aquela hora que sabemos que temos que ir, mas sempre vai ter um gostinho de "quero mais". Eu vou, mas sempre que puder volto correndo pra Lama! Pra finalizar, deixo aos que ficam meu pedido do não esquecimento a respeito da minha pessoa, através de uma canção do Skank que marcou meu primeiro período, pois é, eu não estava no show deles na Tiradentes, mas sempre que eu pisar lá terá aquela cara de "um lugar diferente lá depois da Saideira".