Certa
vez, vi um filme chamado Weekend, e como o próprio nome sugere, a história se
passa num final de semana. Dois caras se conhecem e têm um quase relacionamento
por dois dias. Ao terminar, eu pensei que era o filme mais triste que eu tinha
visto, pelo simples fato que eles nem puderam começar aquilo que podia ser uma
bela história. E num é que o destino aprontou comigo e eu passei por algo
parecido?! No meu caso nem chegou a ser um final de semana - talvez se fosse,
as marcas seriam ainda mais profundas. Foram 11 horas das quais eu pretendo
jamais me esquecer.
Às 19
horas eu o conheci, em meio à multidão da Avenida Paulista, dentro daquela “cabine”
do metrô Trianon. Ele surgiu! Sim, não nego que minhas pernas tremeram e eu não
sabia qual seria meu próximo passo. Capuccino e chocolate quente na Starbucks e
o primeiro detalhe marcante: a risada de quando algo realmente parecia
engraçado, mostrava somente os dentes de cima. Ok, acho que faltou um álcool
pra descontrair né?! Ele me levou a um bar e me mostrou seu amplo conhecimento
de cerveja europeia. E ao mesmo tempo, ficamos suavemente alterados e diante do
espelho que adentrava o banheiro, foi nosso primeiro beijo. Sem grandes tensões
ou medos, ali parecia começar meu pedaço de céu na terra que duraria mais algumas
horas. Durante a balada, parecia que o mundo não existia e éramos só nós dois.
E depois de uma suposta dor de cabeça dele, fomos embora. A cada parada do
semáforo um beijo e a piadinha de que isso nunca aconteceria na minha cidade,
pela falta de semáforos. Amanhecemos o dia juntos e assim, ele foi embora da
minha vida.
Eu
poderia gastar linhas dizendo os defeitos dele, lamentando a falta dele no
sábado ou o “bolo” que eu levei. Mas prefiro assim, lembrar das coisas boas que
ele me deixou. Que tipo de relação tivemos?! Um relacionamento de algumas
horas, porque quem disse que existe tempo certo pra algo ser um “relacionamento”
propriamente dito?! Pra mim, ele só precisa ter um começo, meio e, talvez, um
fim.
Como eu
estou acostumado a hiperbolizar a vida, não vou deixar por menos meus exageros
e dizer que por 11 horas, eu vivi uma paixão em forma de pequeno grande amor. Por
11 horas eu saí do chão e no mundo éramos só eu e ele. Por 11 horas ele me fez
feliz como eu jamais fui, porque eu senti que aquela sensação de gostar de
alguém estava enfim sendo recíproca. Por 11 horas os braços dele foram meu lar,
meu abrigo e me fizeram esquecer os problemas. Hoje enfim posso dizer que a
melhor sensação do mundo é quando você gosta de alguém, mas gosta de fato, e é
retribuído. Não posso dizer que acabou, nem mesmo que começou, mas posso dizer
do que eu vivi, que me marcou e que jamais esquecerei. E que eu vou continuar
tentando, até ele dizer chega! Porque meu maior desejo pra hoje é que essas 11
horas se tornem 55... anos.
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