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08 maio 2010

Saudade, mal de amor, de amor...

Ando por dias nostálgicos, sem saber por que caminho seguir. A saudade das pessoas que se foram, em vida e em morte, me apetece. Ainda não sei como lidar com essa situação. Afinal, o que é pior, sentir saudade da pessoa que morreu, ou da pessoa que se afastou, mas ainda continua ali, do seu lado?! Eu acho que essa saudade é pior. Porque a dor de realmente não poder fazer nada por aquela pessoa que deixou essa vida é enorme, mas a dor de não conseguir mudar a situação com a pessoa que tá ali perto de você é maior de aquela. Todos os dias vendo aqueles olhos, reparando aqueles gestos, o jeito que mexe a mão quando fala. Como arruma a franja prestando atenção nos slides das aulas. Ou a maneira como cruza as pernas em cima da cadeira e banlança o pé dentro dos chinelos verdes. Suas opiniões sempre bem formuladas, ou pelo menos tentando mostrar uma opinião firme no que defende. Nesse ponto somos tão diferentes, nunca me sinto seguro diante dos movimentos do dia-a-dia. Vai ver que esse ponto dentre muitos outros que se chocavam fez com que não dessemos certo. Na realidade vejo que meu desespero foi maior que tudo, acho que eu assustei aquela pessoa que até então entrava em relacionamentos planos, sem muita intensidade, era apenas sua intensidade, não da pessoa que acompanhava. Desde então, eu achei que pudesse deixar essa pessoa pra trás e ser só mais alguém que entrou, deixou sua marca e se foi na minha vida. Mas confesso, não tô conseguindo!
Quando Nando Reis cantou: "Pra você guardei o amor que nunca soube dar", eu realmente me coloquei nesse lugar. Se o meu amor era desesperador, era abrasador, a culpa não era minha. Aliás, era minha, mas era algo involuntário. Não consegui controlar, não soube metodificar esse sentimento. Será que é porque nunca amei antes?! Será que é porque no momento em que fui conhecendo-o, fui descobrindo uma "coisa" estranha dentro de mim? Uma "coisa" que não sei o nome, e não sei o que é e até aquele momento eu não sabia manusiar. Era uma criança que precisava de mais atenção, e mais paciência. Mas não vou culpar esse pessoa que achou que a nossa relação de uma semana e pouco estava se tornando errada. Estava seguindo pra um caminho que não o agradava. Eu entendi, mas não compreendi, ou melhor, não aceitei. Mas se era isso que queria, tudo bem, eu não podia fazer muita coisa.
E quando ele falava que eu era uma incógnita, eu só me sinto hoje diante de um espelho com ele. Porque até hoje não sei quem realmente essa pessoa foi, é e vai ser!




Trecho de Bandeira Branca - Dalva de Oliveira