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01 junho 2012

Um pouco de tudo e muito de nada.

Apenas olhei a folha em branco. Sem saber como começar, ou mesmo sobre o que escrever. Mas insisti. E percebi que estava vivenciando uma metáfora da vida. Afinal, no nosso dia-a-dia somos assim, temos de insistir, de seguir em frente, independente dos empecilhos. E dessa forma, damos sequência a todos aqueles movimentos do cotidiano que fazem parte da minha, da sua, da vida de cada pessoa.
Certa vez, me lembro dos seguintes dizeres: 'O mundo não para pra gente sofrer'. E aquilo ficou na minha mente, de certo modo, achei frio da parte de alguém dizer isso. Mas eu não podia imaginar que isso seria colocado em prática por mim, anos depois. O mundo não parou, pelo contrário, ele girou mais rápido ainda. E ainda gira, mesmo que nessa sua louca trajetória, algumas pessoas tenham caído pela estrada e ficado pra trás. Pois precisamos continuar. 
E continuando, vamos criando novos laços com a realidade. Vamos nos libertando daquele elo com o passado, e com nossas dores. E vamos colocando letras naquela folha em branco do começo do texto. Vamos ligando uma às outras e assim criando algo novo. Algo que queremos que todos percebam, que queremos que todos partilhem do mesmo sentimento que nós quando o fizemos. 
Temos amores com o simples propósito de dividir nossa vida com alguém. Talvez porque seja difícil demais vivê-la sozinho. Temos filhos com o intuito de dar o amor que está transbordando dentro de nós, e para que no futuro possamos ser amparados por alguém sem nenhum interesse. 
Mas entre uma sílaba e outra, entre uma palavra e outra, talvez nos desviemos do caminho 'certo'. É aí que existem pessoas como eu, que talvez não tenham filhos, que sentem que a solidão ainda é, talvez, o melhor remédio. Pessoas que não vieram ao mundo para compartilhar sentimentos, mas apenas para compreendê-los, assimilá-los. 
Por isso sempre digo que eu escolhi ser AMIGO. Escolhi escutar as lamúrias do final de um relacionamento ao invés de chorar no ombro de alguém. Escolhi assistir a filmes sem nenhuma intenção física ou emocional. Escolhi dar afeto para pessoas que invadiram minha vida e mexeram comigo de uma forma doce. Sim, eu escolhi! Mas não significa que a vida vai me proporcionar tudo dessa maneira. Assim como eu cheguei em algo que eu nem imaginava quando me pus a escrever, a vida pode me levar para um caminho que eu jamais tenha podido imaginar. 
E por fim, digo que a folha em branca está sempre disponível. Para escrever da maneira que quisermos e acharmos melhor. O que vale é a maneira como vamos preenchê-la. O que vale é o que de bom (ou ruim) colocaremos nela. O que vale chegar no final de várias páginas escritas e dizer: VALEU A PENA!

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