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23 dezembro 2014

O que eu ganho, o que eu perco, ninguém precisa saber


Mais um ano que acaba e eu não estou aqui para falar disso, muito menos da iogurteira Top Therm. Bom, esses dias me coloquei a pensar sobre o rumo que estou dando na minha vida. Não que ela tenha bem um rumo, mas enfim, o que me tornei depois de 26 longínquos anos. Ainda me lembro - graças a um VHS empoeirado que está na minha estante até hoje - do que cada um “acreditou” que eu fosse me tornar. Dentre as opções, médico e até prefeito. Hello mundo, não me imagino salvando vidas, porque não sei cuidar nem da minha direito e muito menos governando uma cidade, já que não governo nem meu quarto. Certo, aquele vídeo me deixou pensativo a respeito desse mundo em que vivemos, no qual desde pequenos, muito nos é imposto.

Quando uma criança nasce, mesmo que involuntariamente, seus pais hão de pensar no casamento da princesinha, nos herdeiros que o filhote vai lhes dar etc. Porque quando nascemos está intrínseca em nós essa cultura conservadora. Ao colocar um filho no mundo, raros são os pais que pensam: Que linda, vai ser bem sucedida, mas nunca vai se casar. Que bonitinho, vai assumir sua homossexualidade aos 15 anos. Pois bem, quando isso acontece, me remete aos desenhos animados, onde um piano caia em cima da cabeça dos personagens. E os personagens aqui são os pais, avós, familiares em geral e o mais incrível, amigos. Não só amigos dos familiares, mas amigos da própria pessoa que escolheu levar uma vida “fora do comum”. Coloco entre aspas, porque quem disse que esse tipo de vida é fora do comum? Quem disse que uma mulher não pode sair por aí na noite e ficar com quantos tiver vontade? Quem disse que uma pessoa não possa gostar da mesma forma de homens e mulheres – ou mesmo de nenhum dos dois? Quem estipulou enfim um estilo de vida convencional? Pois é, ninguém!

Hoje sei dos meus gostos e não me surpreendo quando me olham estranho ao dizer que comecei a trabalhar apenas aos 25 anos, ou que almejo ser um pai solteiro. Hoje sei que posso me dar bem comigo mesmo, e se diante de algumas crises penso que deveria estar com alguém, levo sempre em consideração que estar com alguém por desespero é a pior forma de se viver. A verdade é que quando chegamos nesse palco da vida, cada um está lá por si só. Afinal, na hora de deixar o espetáculo, sairemos sozinhos. E mesmo que sejamos filhos, enteados, sobrinhos, netos etc. Sabemos que devemos respeito aos nossos responsáveis, mas que acima de tudo, aquela vida que será vivida é única e exclusivamente nossa. Ou seja, viva como você achar melhor, não como os outros acreditam que seja melhor. Pra finalizar, Lulu ;)

Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber

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