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17 fevereiro 2013

Vapor Barato

"Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer que eu tô indo embora
Talvez eu volte, um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la, eu preciso."

Muito além de uma mera interpretação, digo que me vejo nessa música. A dor e a angústia que me passam de uma pessoa em total desespero de sair daquele lugar, por decorrência de um amor mal resolvido. Quem nunca se sentiu assim?! Pois é, às vezes cremos que a melhor solução é a fuga. Talvez em caso de extrema necessidade momentânea, essa seja uma boa solução mesmo, mas a longo prazo não resolve. Onde quer que você esteja vai estar pensando naquele outrem, crendo que ele irá aparecer na sua frente a qualquer momento com um buquê de flores e uma caixa de chocolates, como nos comerciais. Mas isso existe?! Esse amor de ficção não seria apenas golpe de marketing?! Achamos melhor acreditar que não, que ele está lá fora esperando a hora de entrar em cena, esperando a música certa, a posição certa dos braços e que seus olhos o sintam com receio e vontade, um paradoxo de sentimentos. 
E se a espera for em vão, irão anos até que nos esqueçamos de vez daquela maldita pessoa, que nos fez ficar ali, inertes diante da vida. Mas caros leitores, algumas poucas vezes nós não os esquecemos, permanecemos esperando, talvez levando uma vida de mentirinha até que a pessoa volte, mas até lá, vamos brincando com os outros, porque não, né mesmo?! 
Em um árduo momento de desabafo só lhes digo que queria "descer por todas as ruas e tomar aquele velho navio, com minhas calças vermelhas e meu casado de general". Pois é, mas num posso! Isso não me levaria a lugar nenhum, afinal já tentei. Provei do gosto amargo desse remédio e a cicatriz permaneceu. Até hoje olho na real intenção de nunca mais sentir se quer um carinho ou mesmo um ódio, mas num consigo. Vai além de mim tentar sentir apenas desprezo e é nessas horas em que me vejo perdido num mundo de devaneios, num mundo onde eu não me encaixo ou ao menos não vejo o encaixe. Vai ver que é porque uma peça ficou pra trás, e assim será. Sempre faltará essa peça, e na esperança do pra sempre sempre acabar, vou seguindo na tentativo de achar outra peça que se encaixe melhor no quebra-cabeças. 

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